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Escrito por: Sérgio Amaral
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O RELÓGIO ( CONTO VERÍDICO )

Li, certa vez ,num livro espírita , que alterações podem acontecer nos relógios em

caso de falecimento ou de possível falecimento de uma pessoa. Vou transcrever a parte

do livro que tratou do assunto : " Os relógios podem parar no exato momento em que

a pessoa falece, ou pode acontecer de os relógios pararem de funcionar sem razão apa-

rente , antecipando o óbito ..."

Passo, agora, a contar a minha experiência pessoal com o fenômeno narrado :

Meu pai, andava com a saúde um pouco abalada, mas nada que me fizesse crer em pro-

blema mais sério. Continuava em plena atividade profissional como gerente comercial

de um banco no Rio de Janeiro. Em sua vida privada, ele tinha como distração o cuidado

com um relógio carrilhão de parede que ele tratava com especial atenção.Diariamente

dava corda, e sempre colocava remédios para evitar cupins,etc. Ele costumava dizer que

não gostava de relógios parados, pois parecia que atrasavam a nossa vida. Um pouco de

superstição, é claro, mas quem não as tem ?

Durante a semana, ele comprou dois relógios de pulso automáticos , um para ele

e outro para mim . Relógios de marca bastante conhecida e de boa qualidade. Passamos

a usá-los imediatamente. Como eu sempre fazia ,no dia seguinte, à hora do almoço, tele-

fonei para ele e perguntei, claro , pelo relógio . Espantei-me com a resposta :"_ Esta porca-

ria parou !" Achei estranho, porque o meu estava funcionando perfeitamente.No mesmo

dia, à noite, estive com meu pai e constatei que, realmente ,o relógio dele estava parado.

Sugeri, então, que trocássemos de relógios. Ele colocou o meu, que estava funcionando

normalmente, e eu coloquei o dele , que estava parado . Qual foi a minha surpresa quan-

do o relógio, que estava com ele , no meu pulso , começou a funcionar ! Preferi não comen-

tar. Ele se foi levando no pulso o meu relógio .

No outro dia, como sempre acontecia, telefonei para ele na hora do almoço, e ele esta-

va novamente indignado pois, o meu relógio , em seu pulso , havia parado também .Não

havia explicação , ou parecia não haver.

À noite, quando estivemos juntos,constatei que, realmente, o relógio que estava

com ele estava parado. Já um pouco preocupado, sugeri que ele colocasse no pulso um

relógio meu de corda pois, sendo um relógio de corda ,achei que não pararia .

No outro dia a cena se repetiu pela terceira vez. Telefonei para ele, como sempre

fazia, e qual não foi a minha surpresa quando ele me disse que o meu relógio de corda,

em seu pulso, também parara.

À noite, devolvi o relógio dele que estava funcionando perfeitamente no meu pulso, e,

já bastante preocupado , telefonei para ele no dia seguinte. Ele se queixou que a pulseira

do relógio o estava incomodando e que ele a tirara. Notei, pela voz, que ele não estava

bem, mas procurei me enganar e achar que tinha sido , apenas ,impressão causada pela

preocupação. No mesmo dia, uma sexta-feira, a minha mãe, católica convicta e fervorosa,

telefonou-me por volta das três horas da tarde, dizendo que estava muito nervosa, pois

via, a todo instante, o meu avô , pai dela, já há muito tempo falecido, procurando falar

com ela. Eu tentei acalmá-la dizendo o que quase todos diriam, que não era nada , apenas

impressão, etc. Ela telefonou mais vezes, dizendo a mesma coisa, e eu, sem ter mais o

que dizer, me repetia.

Às seis horas e meia, anoitecendo, recebi um telefonema do Hospital Souza Aguiar,

dizendo que o meu pai havia dado entrada lá passando muito mal , e que, infelizmente,

havia falecido.

Para encurtar a história, quando fui ao apartamento dele buscar roupa para o enterro,

o meu olhar, sem querer, fixou-se no relógio carrilhão .Marcava 18 horas e 30 minutos.

Ele nunca mais funcionou...

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