O ator Danton Mello está revivendo, no filme “Arigó”, de Gustavo Fernández, a trajetória do médium mineiro José Pedro de Freitas, o Zé Arigó (1921-1971). Talvez as novas gerações não sabem quem foi Arigó, nascido em Congonhas (do Campo), na região do ouro de Minas Gerais, há quase um século.
Quem tem mais de 60 anos sabe o furor que o médium causou nos anos 1950 e, em especial, na década de 60, graças a seu poder de “cura espiritual” questionado pela Igreja, pelos médicos e pela Justiça, mas reverenciado pelo povo brasileiro (calcula-se que passaram por seu centro de atendimento perto de 4 milhões de pessoas) e por gente que veio de fora (inclusive dos EUA) em busca de cura ou de compreensão daquele “impressionante fenômeno”.
“Arigó era uma pessoa iluminada, um cara que foi amado e odiado, idolatrado e perseguido. Quantas pessoas importantes foram lá (em Congonhas), como Juscelino Kubitschek e Dercy Gonçalves. É incrível poder contar esta história sobre uma pessoa de vida sofrida e que buscou ajudar o próximo”, afirma Mello.
Mello pondera como deve ter sido difícil para Arigó não poder curar um de seus filhos, que tinha um problema nos ossos. “Era o carma dele e teria que viver com isso. Foi muito emocionante fazer a cena com meu filho no filme, que dá bem a ideia do sofrimento do pai que cura milhares e não pode ajudar o filho”.
Em breve nos cinemas.