
Sempre admirei a família Imperial Brasileira. Estudar sobre seus hábitos simples e responsáveis parece hoje uma história do imaginário, ou seja, dos contos de fadas. Mas os registros são reais. Vale a pena pesquisar e refletir, à luz da Doutrina Espírita, sobre a essência da vida e as frivolidades ou sobre vícios e virtudes, a fim de que possamos conhecer, entender qual o nosso importante papel, espírito imortal, como cidadão e cidadã na sociedade brasileira. E, principalmente, qual é a nossa responsabilidade no momento atual.
Hábitos simples:
Voltemos à Princesa Isabel e sua irmã Leopoldina: Lições de inglês, latim e alemão, leitura de Os Lusíadas, Matemática, Botânica, Mitologia, História Sagrada em vários horários durante a semana. Aos sábados, a leitura dos Evangelhos, com a participação direta de seu pai, o Imperador Pedro II. Este era apenas um “programa de férias” para Petrópolis, em 1862. As princesas distraíam-se com jogos de salão e representações teatrais no próprio palácio. Outra época, outros hábitos, mas os valores familiares foram sendo formados e os exemplos de dignidade, honestidade e simplicidade eram vivenciados. Não era um discurso. Cabe citar que o Imperador, amante das ciências e das letras, viajou algumas vezes para o exterior fazendo empréstimos ao Banco do Brasil, pagando com recursos próprios. Não havia verbas extras. As princesas viviam nesse ambiente de respeito e amor incomparável à Pátria do Evangelho, orientadas também pela mãe, A Imperatriz, D. Tereza Cristina.
Uma princesa católica:
Em Petrópolis, a Princesa Isabel cantava no coral da igreja, cuidava da ornamentação do altar, participava da adoração do Santíssimo Sacramento e até limpava a igreja. A Revista História, da Biblioteca Nacional, de maio de 2012, é toda dedicada à princesa e Robert Daibert Junior registra que, em 1884, a princesa Isabel cumpriu uma promessa feita à Virgem Aparecida, por ter gerado filhos. “Uma princesa de vassoura na mão varrendo a igreja? E ainda jogando no corpete de seu vestido o pó recolhido do chão? Apesar de estranha a cena se passou em Guaratinguetá, em 1884”.
Assinatura da Lei Imperial nº 3.353 – Lei Áurea:
A lei foi assinada pela Princesa Isabel no dia 13 de maio de 1888 libertando os negros, nossos irmãos, escravos no Brasil.
O escritor Paulo Roberto Viola, no livro Dom Pedro II e a Princesa Isabel, editado pela Lorenz, diz que, segundo Joaquim Nabuco, importante abolicionista, “não queria apenas uma libertação institucional do escravo, mas o resgate da dignidade social do negro em nosso País, através do exercício pleno da cidadania, devendo o Estado garantir educação com reforma agrária, sonho que o colocava ao lado da Princesa Isabel, que outra coisa não fez, principalmente que os escravos alforriados e posteriormente livres em sua totalidade, pudessem ser beneficiados pelos direitos fundamentais de qualquer ser humano, como educação, trabalho, saúde etc.”
Diálogo com os leitores:
O tema abordado é longo e cativante. Sugiro um mergulho na história, voltando ao II Reinado e há muitas obras a serem estudadas. Para entendermos o momento atual do nosso País precisamos mergulhar na história. Só assim poderemos ver o Brasil do futuro, a Pátria do Evangelho, missão dada por Jesus ao Anjo Ismael. Importante reler Humberto de Campos na obra Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, psicografia de Francisco Cândido Xavier, editado pela FEB. Também sugiro o excelente livro do autor Paulo Roberto Viola, Dom Pedro II e a Princesa Isabel, da Editora Lorenz.
Irmãos, tenhamos fé, confiança em Deus, esperança! O momento é de grandes desafios, mas fomos preparados para este momento. O Evangelho de Jesus nos orienta como devemos agir em cada situação. Nós, os espíritas, estamos chamados para mais esse testemunho.
Ao final do prefácio do livro Brasil, Coração do Mundo, acima citado, o Guia Espiritual do Chico, Emmanuel, diz o seguinte:
“Peçamos a Deus que inspire os homens públicos atualmente no leme da Pátria do Cruzeiro, e que, nesta hora amarga em que se verifica a inversão de quase todos os valores morais, no seio das oficinas humanas, saibam eles colocar muito alto a magnitude dos seus precípuos deveres. E a vós, meus filhos, que Deus vos fortaleça e abençoe, sustentando-vos nas lutas depuradoras da vida material”.
Aí está o convite de Emmanuel para todos os espíritas da Terra do Cruzeiro! Oremos por todos! Oremos pelo nosso Brasil!
Isabel Cristina, a Redentora, nos inspire! Jesus nos ampare! Graças a Deus!
Fontes Bibliográficas:
Revista de História da Biblioteca Nacional, maio de 2012.
Dom Pedro II e a Princesa Isabel, Uma Visão Espírita-Cristã do Segundo Reinado, Paulo Roberto Viola, Editora Lorenz.
Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, Espírito Humberto de Campos, FEB. A primeira edição dessa obra foi publicada em 1938.
Grandes Personagens da Nossa História, Abril Cultural, volume III, cap.36, Princesa Isabel, 1846-1921