
O objetivo é diminuir a desigualdade entre meninos e meninas, existente principalmente entre a população mais pobre do planeta.
Estudos mostram que, no mundo, 75 milhões de meninas não frequentam a escola; uma em cada três mulheres não tem acesso ao ensino secundário; 150 milhões de meninas foram vítimas de violência sexual e estima-se que a cada 3 segundos uma menina é obrigada a se casar. O casamento de crianças tira das meninas oportunidades de vida, põe em risco a saúde, resulta em gravidez precoce e indesejada e aumenta a exposição à violência e ao abuso. Além disso, quando a mãe tem menos de 18 anos o risco do bebê morrer no primeiro ano de vida é 60% maior do que em mães maiores de 19 anos.
Campanha da Plan Internacional
A campanha terá a duração de cinco anos e foi criada pela Plan International, organização não-governamental, de origem inglesa, que atua há mais de 70 anos na promoção dos direitos das crianças.
Mensagem do Secretário-Geral da ONU
O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, a respeito da importante data declarou:
“As meninas enfrentam discriminação, violência e abuso todos os dias, em todo o mundo. Esta realidade alarmante justifica o Dia Internacional das Meninas, uma nova data comemorativa global para destacar a importância de capacitar meninas e garantir os seus direitos humanos.
Investir nas crianças do gênero feminino é um imperativo moral, uma questão de justiça básica e igualdade. É uma obrigação no âmbito da Convenção sobre os Direitos da Criança e da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher. Também é fundamental para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, avançando o crescimento econômico e a construção de sociedades pacíficas, coesas.”
Ban Ki-moon afirma que “a educação é uma das melhores estratégias para proteger meninas e jovens do casamento precoce.” Encerrando o discurso, conclama “os governos, líderes comunitários e religiosos, sociedade civil, o setor privado e as famílias, especialmente os homens e meninos a promover os direitos das meninas.”
Malala e a luta pela educação feminina no Paquistão
Há três anos, com o pseudônimo de Gul Makai, Malala Yousafzai, a jovem ativista paquistanesa, de 14 anos, escreveu um blog para a BBC, relatando o cotidiano de uma estudante do Paquistão e a repressão do Talibã, que ordenara o fechamento das escolas para meninas no Vale do Swat.
A família passou a receber ameaças e, no início de outubro, quando voltava da escola, homens barbudos e armados pararam o ônibus escolar, perguntaram por Malala e atiraram. A autoria foi assumida pelo Talibã. À medida que a atuação de Malala ganhou reconhecimento pelo mundo, devido à sua luta pela educação feminina, os riscos à sua segurança cresceram.
O pai de Malala, poeta, educador, dono de uma escola mista de ensino médio sempre foi um defensor da educação e transmitiu esse sentimento à filha. Ele nunca teve medo de morrer por isso mas não imaginou que a violência acontecesse com sua filha.
Igualdade de direitos
Meninos e meninas precisam ser considerados e tratados como iguais. Apesar dos muitos avanços na direção de uma mudança ainda há muito a ser feito para resolver os graves problemas que as meninas e adolescentes enfrentam.
Malala chamou a atenção do mundo para o extremismo religioso na região noroeste do Paquistão, fronteira com o Afeganistão, que inclui a destruição de mais de 400 escolas, além da intimidação violenta a milhares de famílias.
A Constituição do Paquistão diz que os direitos à educação são os mesmos para meninos e meninas. O governo possui os recursos necessários mas os políticos cedem às pressões dos grupos religiosos extremistas e somente 29% das meninas do país têm acesso ao ensino secundário.
Jesus, o Mestre da Humanidade
Na sua proposta pedagógica, Jesus apresentou todo o roteiro de transformação das misérias humanas em valores permanentes, resumindo seus ensinamentos no “amai-vos uns aos outros, como vos amei.” (Jo 15:12)
Sejam pois nossos sentimentos de amor e compaixão por todos os que se interpõem como entraves ao progresso da humanidade causando tanto sofrimento e dor. O progresso se fará porque é da lei de Deus e nessa direção tudo caminha. Oremos por Malala e sua família e por nossos irmãos paquistaneses, agredidos e agressores! Muita paz!