Um dos temas que mais geram conflito no ambiente de estudos religiosos é a intolerância, que leva fiéis de segmentos diversos a cometerem atos de violência uns contra os outros. Fica a indagação: se todos os sistemas religiosos se propõem a transformar seus seguidores em pessoas melhores e mais compreensivas, por que uns tentam eliminar os outros? Para melhor compreensão dessa questão, propomos aos leitores desta coluna alguns momentos de reflexão. Para tanto, vamos fornecer elementos teológicos, filosóficos e jurídicos.
Sob a ótica da teologia, podemos classificar as religiões de diversas formas. Segundo critérios geográficos, combinados com dogmáticos, as religiões podem ser classificadas como: 1. Abraâmicas: oriundas do Oriente Médio, que se baseiam na isenção de pecados e na necessária conversão para se alcançar a salvação, em caráter único, determinista e fatalista; 2. Dârmicas: oriundas do Extremo Oriente, que se fundamentam na Lei de Ação e Reação, como forma de se sublimar a alma e se libertar dos erros e vícios morais para se alcançar a perfeição, por meio do processo de evolução através de diversas encarnações. Diferentemente das religiões abraâmicas, nas religiões dârmicas não há o dogma da salvação pela necessária conversão a um único modelo de fé e credo.