A primeira parte da frase que abre nossa coluna é de autoria do célebre filósofo francês Jean Paul Sartre. Sendo, ao lado do argelino Albert Camus, um dos maiores representantes do existencialismo, Sartre propõe que a existência do ser antecede sua essência. A partir de uma visão totalmente materialista, o cultuado autor franco entende que não nascemos com qualquer função pré-definida e vamos moldando nossa jornada a partir, única e exclusivamente, de nossas escolhas.
Daí nasce nossa angústia e conflitos internos, ante o fato de vivermos em sociedade e termos nossas opções de vida limitadas pela convivência com o próximo. Por isso, dentro de uma visão altamente egoísta, Sartre entende que o contato com o próximo nos impõem amarras que expõem nossas fraquezas, sendo um verdadeiro inferno ter que pautar nossas escolhas pelas consequências que elas podem ter no outro. Isto porque, não raro, nossos projetos pessoais têm potencial para entrar em conflito com outros planos de vida.