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Artigo do Jornal: Jornal Julho 2019

Sobre o autor

Leonardo Vizeu

Leonardo Vizeu

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Dirigindo-me, sábado à tarde, com minha filha ao Grupo Espírita que frequentamos, a saber, a Sociedade Espírita Fraternidade, no Município de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, me foi dirigida, por parte de minha infante, a seguinte indagação: “Papai, por que vamos à SEF?”

Diante de tão singela pergunta, respondi de forma bem simples: “Frequentamos a Casa Espírita, pois ela é como um segundo lar para nós. Lá, nós revemos nossos amigos, para que eles sempre se lembrem o quanto são importantes em nossas vidas, e estudamos o evangelho do Cristo segundo o Espiritismo”.

Movida pela curiosidade inocente das crianças, continuou seu questionamento: “Papai, por que nós estudamos tanto?” Mais uma vez, respondi: “Para louvarmos a Deus!” Esquecendo-me da tenra idade de minha filha, ela voltou a perguntar: “Papai, o que é louvar?” Rindo da pureza de sua curiosidade, procurei explicar de forma que ela entendesse: “Filhota, louvar é um ato de adoração, no qual nos aproximamos de Deus, agradecemos as coisas boas que ele faz por nós, pedimos aquilo que julgamos necessário e tentamos ser pessoas melhores”.

Ao chegarmos na SEF, ela foi para sua evangelização infantil e eu ao meu grupo de estudos. Fiquei com as indagações de minha filha em mente. Ao folhear o Livro dos Espíritos para os estudos da tarde, deparei-me com a seguinte Questão: “Em que consiste a adoração? Na elevação do pensamento a Deus. Deste, pela adoração, aproxima o homem sua alma.”1. Eis que a leitura dos ensinamentos do Espírito da Verdade levou-me a seguinte indagação: “Como nos aproximamos de Deus?”

Inicialmente, há que se ter em mente que todas as Nações livres e democráticas protegem a liberdade de credo e culto com estatura de direito fundamental constitucionalmente protegido.

Fora isso, diversos acordos internacionais igualmente protegem a liberdade religiosa como direito humano, de caráter cosmopolita e transnacional. Em todas as épocas da humanidade e em todas as formações sociais, diversos segmentos se reuniam em torno da fé e daquilo que consideravam sagrado e divino. Praticamente, a adoração ao deificado é uma constante na história do homem.

Os irmãos que abraçam as religiões abraâmicas, de cunho determinista, adotam toda uma ritualística própria, mediante a prática de todo um procedimento apropriado, conduzido por um sacerdote, não raro, previamente consagrado para tanto. Os irmãos que adotam a fé evolucionista, como os que abraçaram as religiões dârmicas indianas e da Ásia Oriental adoram o Criador por meio da meditação e do autodescobrimento. E nós que abraçamos a doutrina dos espíritos como filosofia de vida e fé cientificamente raciocinada? Como nós adoramos a Deus? Para responder essa indagação, como sempre, temos que nos socorrer aos ensinos do Espírito da Verdade.

Como está escrito no Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo V, item 5: “Espíritas, amai-vos, eis o primeiro ensinamento. Instruí-vos, eis o segundo. Todas as verdades são encontradas no Cristianismo; os erros que nele criaram raiz são de origem humana. E eis que, além do túmulo, em que acreditáveis o nada, vozes vêm clamar-vos: Irmãos! nada perece. Jesus Cristo é o vencedor do mal, sede os vencedores da impiedade!” – (Espírito de Verdade. Paris, 1860.)2.

Assim, para nós, que seguimos as verdades do espiritismo, o ato que nos aproxima de Deus é o amor ao próximo e o estudo, que se traduzem na prática da caridade e no constante e permanente aprendizado das Lei de Deus, sempre clarificadas pela Doutrina dos Espíritos. Nossa fé nos sustenta e nos dá suporte para as batalhas cotidianas.

O mundo poderá fazer os vencedores, mas somente a fé e a proximidade com Deus farão de nós invencíveis. Nossa adoração ao Criado não se resume a reprodução de atos previamente acertados, tampouco em um louvor espetaculoso que, não raro, traduz muito mais entretenimento do que reflexão. Para nós, a adoração é um ato de doação, solidariedade e crescimento pessoal.

Adoramos a Deus porque reconhecemos Nele a Força Suprema e a Causa primária de todas as coisas. Aproximamo-nos de Deus cuidando de seus filhos, nossos irmãos, que, assim como nós, são feitos a sua imagem e semelhança. A caridade é o ato que ascende em nós a centelha divina e faz com que o Criador e sua criação tornem-se um só, vibrando em comunhão divina e eterna. Adoramos a Deus, pois ele é o nosso Pai. Amamos os seus filhos, pois eles são nossos irmãos, membros da família universal, unidos pela ágape de nossos sentimentos e fé.


1 Livro dos Espíritos. 76ª ed. FEB: Rio de Janeiro.

2 O Evangelho Segundo o Espiritismo. 76ª ed. FEB: Rio de Janeiro.

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