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Artigo do Jornal: Jornal Agosto 2020

Sobre o autor

Lúcia Moysés

Lúcia Moysés

"O bem que praticas em qualquer lugar será teu advogado em toda parte." Emmanuel
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Das muitas histórias que se contam a respeito de Chico Xavier, essa é das mais curiosas. Certo dia, em conversa com Geraldo Lemos, depois de ficar calado por um tempo, como se estivesse em comunicação com algum Espírito, voltou-se para ele e perguntou: “Geraldinho, você saberia me dizer o que vem a ser multimídia?” Diante da resposta negativa do seu interlocutor, ele continuou: “É porque estão me informando que chegará o dia em que o Espiritismo será divulgado em multimídia”. Isso aconteceu na década de 1980.

E esse dia chegou!

Criada na última década do século XX, a internet em pouquíssimos anos se popularizou com a proliferação de sites, chats, redes sociais, vindo a se constituir em uma teia global que conecta bilhões de pessoas. E a utilização das tecnologias digitais foi de tal forma difundida que, em pouco tempo, chegou ao movimento espírita. Inicialmente por meio, de fitas cassetes ou de vídeo, logo substituídos pelos CDs, que armazenavam palestras em áudio e em vídeo. Dúvidas sobre o Espiritismo podiam ser tiradas em salas de bate-papo por texto.

Tudo isso teve vida curta, com a chegada impactante das redes sociais e seus canais de divulgação. Uma infinidade de palestras públicas, de programas de entrevista, de exposições doutrinárias em grandes eventos espíritas passou a ser facilmente acessada por computador, tablet, Smart TV ou smartphones, armazenados em minúsculos pendrives. Nessa vertiginosa expansão do espiritismo, até mesmo os livros ganharam apresentação no formato de áudio.

Hoje, especialmente com o isolamento social que nos afastou dos nossos centros, vemos uma explosão de material de conteúdo espírita sendo apresentado em todas essas formas. Isso se deve, principalmente, às redes sociais e às plataformas digitais que, com seus ricos recursos de informação e comunicação, oferecem tanto a transmissão online, com interação com os participantes, quanto vídeos, que podem ser acessados a todo tempo e em toda parte.

Rapidamente, dirigentes espíritas compreenderam que poderiam dar continuidade a muitas das atividades rotineiras dos seus centros, utilizando-se de tais recursos. E, no momento, observa-se a preocupação em criar salas virtuais que se tornarão, certamente, uma realidade pós-pandemia. O resultado foi que o número de palestras ao vivo, as famosas lives, cresceu de uma maneira acelerada.

Mas, além das palestras doutrinárias, é expressivo o número de reuniões por plataforma digital, voltadas para estudos em grupo, preces coletivas, momentos de vibração e irradiação espiritual. Em uma hora em que há tantas pessoas em desequilíbrio emocional, esses recursos midiáticos têm servido, inclusive, para se prestar atendimento fraterno.

E foi nessa esteira de atividades utilizando a internet que vimos surgir, entre os jovens espíritas, a iniciativa de se apresentarem em lives, falando de espiritismo. A ideia surgiu, em geral, dos seus próprios evangelizadores. No início, preocupados em dar continuidade aos encontros habituais na Casa Espírita, passaram a propor atividades virtuais para seus evangelizandos. Não demorou muito para que os próprios jovens também passassem a utilizar essa ferramenta, reunindo seus pares e, em alguns lugares, participantes de outros grupos. Sozinhos ou com a orientação dos evangelizadores, eles escolhem os livros espíritas que seriam lidos e, posteriormente, debatidos em grupo. É interessante que estão sempre fazendo pontes entre tais conteúdos e as questões existenciais que os afligem.

O Movimento Espírita jamais viu algo igual. Sempre coube, quase exclusivamente, aos adultos a divulgação do espiritismo. No entanto, o que nós estamos vendo são os próprios jovens também colaborando na sua difusão.

A beleza dessa mobilização é ver que ela permite que se ultrapasse fronteiras. No último mês de julho, O Conselho Espírita Internacional juntamente com a Federação Espírita dos Estados Unidos promoveram o We are One, o “Encontro da Família Espírita”, todo online. O evento contou com a participação ativa e comprometida de mais de uma centena de jovens, de diferentes países.

No seu encerramento, surgiu, naturalmente, a proposta de que todos ali formassem um único grupo, usando algum recurso oferecido por redes sociais, para que se mantivessem em contato e continuassem a fortalecer os laços que ali nasceram, mantendo viva a chama do espiritismo em suas vidas. São os novos tempos anunciados pelos Espíritos!

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