Yasmin tem dez anos e mora com a mãe, a avó e um tio. É esperta e muito curiosa. Há algum tempo, perguntou para a avó o que era caráter. A resposta não poderia ter sido mais esclarecedora: “Você se lembra daquele dia em que encontrou uma nota de vinte reais caída perto do nosso portão e disse, imediatamente, que iria devolver ao tio, que por ali passara minutos antes? Isso é ter caráter. Um bom caráter!” E de lá para cá, sua atitude diante de qualquer coisa que encontre perdida, até mesmo as menores moedas, é de não pegar, na certeza de que não lhe pertence.
Assim como a família dessa menina, há inúmeras outras que estão atentas para a formação moral dos seus membros mais jovens, dirigindo-os para a aquisição de valores éticos e para o despertar de sentimentos nobres, desde a infância. Ao olhar zeloso dos pais ou responsáveis não escapam atos delituosos, mentiras, atitudes preconceituosas, desprezo por quem quer que seja, ou maldades que eles possam estar cometendo. Independente da convicção religiosa, muitos assim agem, reproduzindo a maneira como foram educados. Estão convencidos de que, se deu certo com eles, também haverá de dar com os que estão, agora, sob seus cuidados.