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Artigo do Jornal: Jornal Junho 2019

Sobre o autor

Lúcia Moysés

Lúcia Moysés

"O bem que praticas em qualquer lugar será teu advogado em toda parte." Emmanuel
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A juventude espírita é muito ativa. Essa é a ideia que muitos fazem quando têm a oportunidade de conhecer o movimento espírita juvenil brasileiro. Sob diferentes siglas – CONBRAJE, CONJERG, COMEERJ e tantas outras similares, reúnem-se jovens de todos os pontos do Brasil em encontros nacionais ou estaduais. Os formatos são os mais diversos e vão desde simples encontros, seminários, apresentações artísticas, acampamentos a congressos e confraternizações de grande porte. Em todos eles a alegria saudável impera.

Com pautas que incluem estudos doutrinários e diferentes formas de expressões artísticas, tais atividades trazem uma forte marca: a do sentimento de pertencimento. Para o jovem participante, o lema “junto somos fortes” ganha concretude a cada visão do companheiro que chega com sua mochila nas costas, a cada um que com ele compartilha as mesmas experiências. Podendo se ver no outro, cresce em sua intimidade a certeza de que faz parte de uma coletividade muito maior, alegre e participativa. Quantas vezes ele já se sentiu diferente dos seus pares que não estão filiados a nenhum movimento como o da Evangelização Juvenil? Quantas vezes não sentiu vontade de se retirar e seguir outros rumos, por se sentir tão só? Nessa hora suas dúvidas se dissipam. O todo do qual ele é partícipe ajuda-o a fortalecer o seu sentimento de pertencimento. Nisso reside, talvez, um dos pontos mais positivos de tais encontros. 

Os estudos em grupo, por sua vez, oferecem outro tipo de oportunidade aos jovens: a de tratar de assuntos que dizem diretamente respeito a suas dúvidas, angústias e incertezas em um clima fraterno, com orientadores que suscitam plena confiança. À luz do Evangelho de Jesus e do Espiritismo, são analisados temas como o uso das drogas ilícitas, a sexualidade e questões de gênero em seus diferentes aspectos, dificuldades nas relações familiares, entre outras. Como a nossa não é uma religião de proibições, ali eles aprofundam conhecimentos adquiridos anteriormente em seus encontros semanais de evangelização, discutindo e trocando experiências, avançando e assimilando conceitos basilares, como, por exemplo, a Lei de Causa e Efeito, Justiça Divina e Leis Morais.

Temos relatos de companheiros nossos, educadores que atuam junto à juventude, que para muitos adolescentes desempenham um papel de confidente, um amigo que entende suas dificuldades e os ajudam a encontrar caminhos seguros em meio a nevoeiros, a ultrapassar muralhas que se mostravam intransponíveis. Esclarecimento, acolhimento, aceitação são as portas que eles encontram, muitas vezes, evitando a autodestruição, a depressão, o sofrimento ou os equívocos, tão comuns nessa fase da vida.

A magia desses encontros pode ser explicada, também, pelo que eles oferecem de apelo à emoção e aos sentimentos. Música, dança, teatro, nas suas mais distintas expressões trazem o contentamento que contagia a todos.

Léon Denis, no seu livro Espiritismo na Arte, ao aprofundar esse tema, nos mostra o alcance e o poder transformador da atividade artística no ser humano. 

Como parte da programação, ou nos momentos de descontração, a música cantada em conjunto tem o dom de unir corações. É visível o prazer que a mocidade encontra em acompanhar as coreografias, marcar o ritmo com as palmas ou em fazer girar a roda em danças circulares. Mas é, sobretudo, naquelas horas em que a música se faz mais suave, em doces harmonias, que percebemos como as almas se elevam em direção ao Mais Alto, numa busca de aproximação com o Cristo. E, então, lembrando-nos do querido Denis quando nos diz que “a música coloca ritmo nas emissões fluídicas e facilita a ação dos espíritos elevados”, ganha força, em nossa mente, a certeza de que ali, naquele ambiente, muito trabalho espiritual é feito em prol dos que necessitam, nos dois planos da vida.

Uma das provas dessa atuação vemos sempre quando, mesmo depois de terem aplaudido cada número musical que se apresenta, quando se trata de música-prece, como a oração de São Francisco, o que se observa, quando ela termina, é um silêncio absoluto, respeitoso, emocionado, dando a entender que todos foram tocados no fundo da alma. 

Foi exatamente assim que ocorreu, por exemplo, quando o grupo musical Änïmä, em um congresso de juventude recente, acabou de cantar a canção “Obrigado, Senhor” de Marielza Tiscate: Senhor/Quero te agradecer/ Pelo dia que nasceu/ Pelos dias que vão vir. Senhor/ Ouve a minha oração/ Ouve o meu coração/ A dizer /Obrigado, Senhor.

Ponderando os benefícios hauridos pela juventude, não nos cansamos de incentivar os pais a levarem seus filhos para a evangelização espírita desde muito cedo. Com certeza eles irão estabelecer sólidas e duradouras ligações com os Benfeitores Espirituais que os acompanharão pela vida afora.

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