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Artigo do Jornal: Jornal Fevereiro 2018

Sobre o autor

Lúcia Moysés

Lúcia Moysés

"O bem que praticas em qualquer lugar será teu advogado em toda parte." Emmanuel
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Final de ano. Nas confraternizações que aconteceram entre familiares, amigos e companheiros, a palavra PAZ foi, provavelmente, a mais ouvida. Todos a desejamos ardentemente como o contraponto à violência e ao medo que nos rodeiam. Somos diariamente bombardeados por notícias sobre atos violentos. A morte gratuita, sem outro motivo senão o ódio e o preconceito, estampada nas manchetes dos jornais, trazendo-nos indignação, parece ter entrado no rol das trivialidades.

A respeito desse tema, a filósofa Viviane Mosé publicou recentemente um artigo no qual expunha toda a sua perplexidade com essa banalização da violência contra pessoas inofensivas: “Vivemos a exaustão humana”. O seu ponto de partida foi o assassinato de uma simpática e pacífica moradora de rua, ocorrido em Copacabana. Seus autores foram um estudante de medicina, de 24 anos e um lutador de MMA, de 37 anos, ambos de classe média. Em um vídeo divulgado pela mídia, era possível ver a naturalidade com que praticaram a covardia contra uma pessoa que nada lhes fizera. Foi morta simplesmente porque era moradora de rua. Nada mais.

Na sua análise, afirma Mosé: “O fato é que as pessoas estão odiando a si mesmas e ao próximo. O período é muito difícil”. E prossegue seus comentários até concluir que é urgente que se invista no ser humano.

Esse é o ponto! Precisamos investir no ser humano, formar seu caráter, despertar seus bons sentimentos, envolvê-lo em um clima de amorosidade e respeito pelo próximo, oferecendo-lhe uma educação pautada em valores nobres desde a mais tenra idade.

Não temos mais tempo a perder. Temos hoje um modelo de sociedade que se mostra falida e incapaz de atender às necessidades morais daqueles que anseiam por um mundo melhor, mais digno e mais justo. E carecemos de um modelo que o substitua. Ainda não construímos uma sociedade capaz de atender a esses ideais.

Essa construção, contudo, depende de nós. Daí a importância de os adultos que estamos encarnados na hora presente fazermos a nossa parte, atuando sempre de forma ética, buscando andar por estradas retas e, sobretudo, nos comprometendo a sermos bons exemplos para as novas gerações. Apesar das imperfeições que ainda trazemos, é chegada a hora de elevarmos nosso padrão vibratório, entrando em comunhão com os Benfeitores Espirituais que zelam pelo progresso moral do nosso planeta.

Mais do que nunca, precisamos deixar que os ecos da mensagem do Monte, proferida pelo Cristo, penetrem em nossa alma, despertando-nos para as necessidades da hora presente: bem-aventurados os mansos, os pacificadores, os misericordiosos... Notamos, todavia, o quanto nos tem sido difícil sermos os portadores da mansidão, da paz e da misericórdia.

Ainda que na prática nos encontremos, muitas vezes, constrangidos e entrincheirados pela violência que estende seus domínios por toda parte, resta-nos sempre o concurso da oração, da boa sintonia e da confiança em Deus. Somos suas criaturas e deveríamos guardar a certeza de que Ele é Pai Amoroso e justo. Suas Leis agem a nosso favor, uma vez que estamos fadados à perfeição.

Assim, diante dessas tragédias que as mídias nos apresentam diariamente, tenhamos sempre acesa a chama da esperança, lembrando-nos de que, até mesmo a noite mais tormentosa tem seu fim com o despertar da aurora.

Guardemos, pois, a fé no futuro melhor. Enquanto isso, continuemos trabalhando para espantar as trevas noturnas.

Educando nossas crianças sob o farol do Evangelho de Jesus, alcançaremos, sem dúvida, as claridades de um novo tempo. Confiemos nos Guias Espirituais que afiançaram a Kardec, conforme registrado no capítulo XVI de A Gênese, que caberá à geração nova “fundar a era do progresso moral”. Segundo afirma, ela se distinguirá pela precocidade da inteligência e da razão, bem como do sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas, o que denota certo grau de adiantamento anterior.

E, apesar de tantos atos de desrespeito ao ser humano, já despontam entre nós inúmeros espíritos que retornam trazendo muitas dessas características assinaladas pelo codificador, que acrescenta:

“Não se comporá exclusivamente de Espíritos eminentemente superiores, mas dos que, já tendo progredido, se acham predispostos a assimilar todas as ideias progressistas e aptos a secundar o movimento de regeneração."

Indubitavelmente, um alento, pensarmos que muitas dessas crianças já estão entre nós, nos acenando com dias melhores.

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