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Artigo do Jornal: Jornal Agosto 2015

Sobre o autor

Lúcia Moysés

Lúcia Moysés

"O bem que praticas em qualquer lugar será teu advogado em toda parte." Emmanuel
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Em abril último, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro foi palco do congresso “Espiritismo: Novas Mídias para a Educação Moral e na Ação Evangelizadora”, um evento magnífico, que trouxe um ar de renovação para as práticas espíritas da evangelização infanto-juvenil.

Na extensa programação espalhada por cinco dias, em horário integral, tudo me atraía. Por isso, sem atentar para os detalhes, caminhei para o auditório na manhã do segundo dia, ignorando quem seria o expositor. A surpresa não poderia ter sido melhor. O expositor era um querido companheiro de ideal: o jovem Bruno Lourenço, estudante de Direito.

Ao vê-lo abordando a questão do uso das redes sociais para o bem, com tanta segurança e desenvoltura, recordei-me de quando o conheci, em Magé, atuando em um grupo de teatro e participando das nossas oficinas para evangelizadores. Devia ter quinze anos. Jovem alto, magro e dinâmico, já se destacava dos colegas por sua simpatia e comunicabilidade.

Minha mente tentava seguir o fio da sua fala, mas os flashbacks me puxavam de volta aos tempos idos, revendo-o em diferentes ocasiões, sempre compromissado com o Movimento Espírita fluminense. E um sentimento novo me invadiu: a alegria de poder testemunhar o resultado de uma educação espírita bem fundamentada e firmemente conduzida. 

O retorno de Bruno à Terra para a presente encarnação já foi marcado por um acontecimento interessante. Sua mãe teve uma gestação muito complicada. Em virtude disto, uma amiga a levou para um centro espírita a fim de tomar passes. A partir de então, tornou-se adepta do espiritismo, e foi com as luzes do esclarecimento que ele proporciona que encontrou força e consolo para superar a perda do marido, ocorrida tão precocemente, deixando-a com duas crianças pequenas para criar e educar. Ciente de que deveria aproximar de Deus os seus filhos, passou a levá-los para as aulas de evangelização, desde a mais tenra infância.

Bruno está, atualmente, com 26 anos e o espiritismo é, certamente, a marca mais forte em sua vida.
Com uma bagagem de conhecimentos doutrinários mais sólida e consistente do que muitos adultos, aos 13 anos passou a ajudar na evangelização de crianças, aos 15 proferia suas primeiras palestras públicas e aos 16 já coordenava o Departamento de Infância e Juventude da sua instituição. Dois anos depois, em um feito raro, foi conduzido por seus pares à presidência da casa. Ao mesmo tempo em que atuava na sua administração, buscava estreitar laços com parceiros do Movimento Espírita local e estadual. Em pouco tempo sua presença começou a se fazer constante nos encontros, seminários espíritas, com destaque para a COMEERJ, onde passou a ser notado por sua liderança. Desde então, esse jovem vem estado à frente de inúmeras atividades em diferentes campos, como o doutrinário, o assistencial, o artístico e o cívico. Um verdadeiro protagonista da Nova Era.

Traço marcante em sua personalidade, a liderança o levou a viver uma experiência extraordinária. Em 2003, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro criou e instalou o 1º Parlamento Juvenil, envolvendo, entre eleitores e candidatos, 500 mil alunos de toda a rede estadual de ensino. A ideia, atualmente consolidada, era permitir que os estudantes aprendessem sobre o legislativo fluminense, criando e defendendo projetos de lei, e assumissem o cargo de “deputado juvenil” por uma semana, na ALERJ. Bruno foi um dos estudantes eleitos para a primeira legislatura, sendo reconduzido ao cargo, por seus pares, no ano seguinte. Na ocasião, o jovenzinho apresentou vários projetos voltados para a área da educação e bem-estar da população, em uma clara demonstração do quanto já se sentia comprometido com a defesa das causas sociais.

Sua intensa participação no movimento Espírita fluminense não o impediu de trabalhar e cursar uma faculdade de Direito. E hoje, o jovem espírita antes mesmo de receber o seu diploma de bacharel, já havia conquistado o título de advogado, ao ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil.
Por tudo isso, ao assistir sua exposição naquele congresso, fiquei meditando sobre a importância de se educar a criança sob a ótica espírita-cristã desde o berço, plasmando o seu caráter, ajudando-a a cumprir aquilo que traçou, ainda no plano espiritual, como pauta reencarnatória.

Esse jovem é, para mim, um exemplo do quanto os pais espíritas – no seu caso, uma mãe – podem fazer pela evolução espiritual dos seus filhos, moldando o seu caráter, trabalhando os seus sentimentos, estimulando suas boas tendências, delegando responsabilidades e confiando no seu desempenho.

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