ptenfrdeites

Sobre o autor

Lúcia Moysés

Lúcia Moysés

"O bem que praticas em qualquer lugar será teu advogado em toda parte." Emmanuel
Compartilhe
Correio Educação

presentes de natal 002Já era quase noite, quando ouvimos um passarinho cantando fraco, em algum lugar bem próximo. Não foi difícil perceber que o som vinha da varanda. Um filhote de bem-te-vi, desajeitadamente, tentava alçar voo, sem sucesso. Não demorou muito, e vimos chegar outros dois, maiores, cantando forte, como a animar o pequenino. Os pais, com certeza. Durante meia hora eles lá ficaram, voejando por perto. Tanta dedicação não foi em vão. Em pouco tempo o bichinho foi parar no galho da palmeira mais próxima. Ali adormeceu. De manhã, bem cedo, pudemos ouvir a conversa entre eles, numa troca entre pios longos e curtos, agora vindos da mata próxima. Talvez mais confiante, o filhote voara na companhia daqueles que Deus designara para lhe dar a vida e protegê-lo.
Eles se foram, deixando-nos pensativa, a cismar. É assim que agem animais de diferentes espécies, na natureza. Mostram amor, zelo e cuidado com suas crias.
Dizem-nos os Espíritos Benfeitores que renascemos frágeis e indefesos para despertar a ternura em nossos pais. Necessitando de cuidados especiais, a fraqueza e a ingenuidade da criança deveriam inspirar-lhes atitudes amorosas. Infelizmente, nem sempre é assim. Quantas almas infantis há que seguem desamparadas, carregando o peso da rejeição materna? Quantas jamais conseguem preencher o vazio no peito causado pela carência afetiva?
Neste mês de dezembro, que nos traz tão forte a cena do nascimento de Jesus, recordamos o profundo amor de Maria, nossa Mãe Maior, pelo Menino que chegara em condições materiais tão adversas. Mas ela ali está – e estará até o momento do Calvário – cuidando do seu Filho amado, abraçando-o e aquecendo-o com seu calor, dando-lhe a certeza de que estará ao seu lado durante toda a sua vida.
Como seria bom se o exemplo da nossa Mãe Querida pudesse contagiar as mães nesses nossos dias tão atribulados, nos quais tanto movimento é feito para que esteja tudo em ordem no dia de Natal: casa decorada, roupas novas, ceia saborosa, presentes comprados... Ah, os presentes! Pobres ou ricas, dificilmente as crianças deixarão de recebê-los, porque esse é o imperativo que domina as mentes: elas devem ter direito ao seu presente de Natal.
Se pudéssemos auscultar a alma de todos os pequeninos aquinhoados com seus regalos materiais, veríamos que o contentamento passageiro que esses lhes dão nada é quando comparados à verdadeira alegria de se sentir amado e amparado por seus pais. Mais do que os doces da ceia, também efêmeros, o que eles necessitam é da doçura da fala com que os pais lhes dirigem, da afabilidade no trato – demonstração clara de que são amados. Mais do que o agasalho, serão o abraço cálido e o beijo terno que irão aquecer os seus corações para sempre.
Assim, inspirados no nascimento de Jesus e na amorosidade da família que o acolheu na Terra quando aqui chegou, façamos um Natal diferente, permeando de amor e carinho as nossas ações, não permitindo que elas se resumam nas exterioridades que são como as luzes que piscam e depois se apagam.Vivamos um Natal verdadeiro, digno do Senhor que conduz os nossos passos e inspira-nos com o brilho do seu Evangelho.
Deixamos aqui a sugestão aos adultos – pais, tios, avós, irmãos mais velhos – para que celebrem o Natal brincando mais com as crianças, dando-lhes atenção, propiciando-lhes uma convivência fraterna e calorosa. Aproveitem os feriados do final de ano e façam-lhes uma surpresa: um passeio ao ar livre, uma brincadeira como nos velhos tempos, um jogo em família. Temos a certeza de que esta será uma bela maneira de comemorar o Natal. Um estimulante reforço na autoestima da criança. E, principalmente, momentos que ficarão na sua memória para sempre, como as lembrança de um Natal feliz.
Feliz Natal a todos!
Compartilhar
Topo
Ainda não tem conta? Cadastre-se AGORA!

Entre na sua conta

Cron Job Iniciado