
Eles se foram, deixando-nos pensativa, a cismar. É assim que agem animais de diferentes espécies, na natureza. Mostram amor, zelo e cuidado com suas crias.
Dizem-nos os Espíritos Benfeitores que renascemos frágeis e indefesos para despertar a ternura em nossos pais. Necessitando de cuidados especiais, a fraqueza e a ingenuidade da criança deveriam inspirar-lhes atitudes amorosas. Infelizmente, nem sempre é assim. Quantas almas infantis há que seguem desamparadas, carregando o peso da rejeição materna? Quantas jamais conseguem preencher o vazio no peito causado pela carência afetiva?
Neste mês de dezembro, que nos traz tão forte a cena do nascimento de Jesus, recordamos o profundo amor de Maria, nossa Mãe Maior, pelo Menino que chegara em condições materiais tão adversas. Mas ela ali está – e estará até o momento do Calvário – cuidando do seu Filho amado, abraçando-o e aquecendo-o com seu calor, dando-lhe a certeza de que estará ao seu lado durante toda a sua vida.
Como seria bom se o exemplo da nossa Mãe Querida pudesse contagiar as mães nesses nossos dias tão atribulados, nos quais tanto movimento é feito para que esteja tudo em ordem no dia de Natal: casa decorada, roupas novas, ceia saborosa, presentes comprados... Ah, os presentes! Pobres ou ricas, dificilmente as crianças deixarão de recebê-los, porque esse é o imperativo que domina as mentes: elas devem ter direito ao seu presente de Natal.
Se pudéssemos auscultar a alma de todos os pequeninos aquinhoados com seus regalos materiais, veríamos que o contentamento passageiro que esses lhes dão nada é quando comparados à verdadeira alegria de se sentir amado e amparado por seus pais. Mais do que os doces da ceia, também efêmeros, o que eles necessitam é da doçura da fala com que os pais lhes dirigem, da afabilidade no trato – demonstração clara de que são amados. Mais do que o agasalho, serão o abraço cálido e o beijo terno que irão aquecer os seus corações para sempre.
Assim, inspirados no nascimento de Jesus e na amorosidade da família que o acolheu na Terra quando aqui chegou, façamos um Natal diferente, permeando de amor e carinho as nossas ações, não permitindo que elas se resumam nas exterioridades que são como as luzes que piscam e depois se apagam.Vivamos um Natal verdadeiro, digno do Senhor que conduz os nossos passos e inspira-nos com o brilho do seu Evangelho.
Deixamos aqui a sugestão aos adultos – pais, tios, avós, irmãos mais velhos – para que celebrem o Natal brincando mais com as crianças, dando-lhes atenção, propiciando-lhes uma convivência fraterna e calorosa. Aproveitem os feriados do final de ano e façam-lhes uma surpresa: um passeio ao ar livre, uma brincadeira como nos velhos tempos, um jogo em família. Temos a certeza de que esta será uma bela maneira de comemorar o Natal. Um estimulante reforço na autoestima da criança. E, principalmente, momentos que ficarão na sua memória para sempre, como as lembrança de um Natal feliz.
Feliz Natal a todos!