Há certos assuntos que nós evitamos publicar, mas dada a gravidade das suas consequências, não há como não fazê-lo. O suicídio e a dependência química, por exemplo, são alguns deles.
Uma das maiores pandemias existentes na sociedade contemporânea é a dependência decorrente do abuso das drogas lícitas e ilícitas. Chaga que interrompe vidas em pleno desabrochar tem levado luto e muito sofrimento a milhões de famílias. A Organização Mundial de Saúde afirma que o consumo de drogas causa 500 mil mortes anuais.
Já tivemos oportunidade de testemunhar o desespero de mães ao constatar que seu filho ou filha se deixou seduzir pelo convite às drogas, ignorando as malhas tenebrosas que o aprisionarão em curto espaço de tempo e das quais será difícil se livrar. Muitas delas se declaram impotentes para combater o vício depois de instalado. Furtos, discórdias e agressões acabam fazendo parte do seu dia a dia, tornando quase insuportável o relacionamento familiar.
Conhecemos, igualmente, a desesperação de pais que perderam a luta para esse terrível flagelo. Arrasados, buscam apoio em outros pais que vivem tão triste experiência. Seus filhos dependentes, aprisionados em cadeias que eles próprios construíram, apressaram o final da existência, ocasionando sérias consequências, em termos espirituais, para si próprios, além de terem deixado para trás corações enlutados a se perguntar: onde foi que eu errei?
Não há uma única resposta em um universo tão diversificado e complexo.
Lançando, porém, um olhar para o futuro, podemos refletir sobre algumas atitudes e providências que, se tomadas, podem contribuir para evitar que as crianças de hoje venham a se tornar usuários mais adiante. Há certas medidas preventivas que podem manter a criança e o jovem afastados desse submundo tão perverso.
Estabelecer conversas, propiciar o diálogo sobre os cuidados que se deve ter com o corpo e com a própria saúde, apontar os malefícios das drogas, citando exemplos expostos na mídia, chamar a atenção para possíveis portas de entrada são ações profiláticas seguras.
Manter, desde a mais tenra idade, laços de confiança entre a criança e seus pais é outro fator importante na prevenção da dependência química.
Igualmente importante é observar as tendências e as companhias com as quais o filho sente afinidade. Ignorar tais aspectos pode representar, muitas vezes, a o caminho de acesso à iniciação ao mundo das drogas.
Considerando que a dependência química é um tipo de suicídio moral, é imprescindível que se eduque a criança para valorizar a vida.
Nesse sentido, é sempre desejável explicarmos aos pequenos o significado da oportunidade reencarnatória, encontrando meios adequados à idade para o entendimento da Lei de Causa e Efeito. E, nessa hora, como uma decorrência natural da conversa, ensiná-los a amar a Deus, Pai de amor, de justiça e misericórdia, deixando claro a grandeza do Seu amparo.
Repetindo o que temos abordado com frequência nesse espaço, incentivar e levar a criança para participar da Evangelização Infantojuvenil e integrá-la às tarefas ligadas ao Culto do Evangelho no Lar são atitudes que ajudam a assegurar proteção e assistência espiritual não somente a ela, mas também a todos os envolvidos.
Encaminhá-la para atividades individuais ou grupais sadias, como as artes e os esportes, sob a supervisão de educadores sérios e comprometidos são outras medidas que ajudam crianças e jovens a se manterem longe das drogas. Vale lembrar que tanto as artes quanto os esportes oferecem excelentes situações para elevar a autoestima dos participantes. E uma autoestima elevada concorre para se ter forças quando é preciso dizer não frente aos convites partidos, muitas vezes de colegas, para experimentações nocivas.
Enfim, o problema da dependência química é sério e exige tais medidas preventivas.
Causou-nos profunda comoção ouvir de um benfeitor da nossa casa espírita a declaração de que prejuízos causados ao corpo e ao espírito de um dependente químico são de tal ordem, que traz consequências desastrosas que podem acompanhá-lo por várias existências subsequentes.
Sabendo que a prevenção contra o uso/abuso da droga começa no lar, é sempre bom estar alerta. Vigiemos e oremos, como nos recomendou o Senhor Jesus.