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Artigo do Jornal: Jornal Fevereiro 2014
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Nos anos 80 surgiu o movimento artístico transcendental entre as inúmeras companhias de teatro em atividade no Brasil. Elas foram criadas por atores e diretores profissionais que tinham como proposta oferecer um produto artístico de qualidade, que atendesse tanto o entretenimento, quanto o conhecimento do Espiritismo.

Parecia um sonho distante, devido os parcos recursos financeiros de seus idealizadores. Porém, aos poucos, eles foram vendo os espetáculos subindo aos palcos e acendendo luzes de esperanças a tantos que aguardavam ávidos por sua realização.

A ideia central do projeto nunca foi produzir espetáculos religiosos, conforme mencionavam os adversários confessos a esse movimento. As produções desejavam apenas mencionar através dos romances adaptados, uma nova linguagem artística que refletisse bem as ideias espíritas. Ninguém pensava em combater absolutamente nada, somente externar uma literatura educativa e consoladora.

Era comum o interesse dos expectadores de todas as classes sociais, de todas as idades, como de simpatizantes e frequentadores de outras religiões. Eles povoavam os auditórios para absorver momentos especiais de cultura espiritual.

Diversas caravanas entusiasmadas chegavam empolgadas, aguardando o momento para ver no palco, o que tinham lido nas páginas, a fim de se emocionar em cada cena com as personagens dos romances. Tudo era motivo de muita atenção, visto as lembranças serem vivas na intimidade de cada um.

Suspiros, lágrimas e sorrisos marcavam o compasso dos quadros cênicos, criando uma aura de sentimentos amorosos, que faziam com que o ambiente se tornasse uma espécie de cúpula de tratamento.

Nessa atmosfera fraterna, atores e frequentadores passaram a conviver lado a lado, cultivando esperanças e construindo possibilidades estruturais para que novas as diretrizes fossem introduzidas no movimento artístico.

Com isso, surgiram novas montagens, novos espaços, que estabeleceram aberturas profissionais a bailarinos, músicos e cantores, que aguardavam sua vez no projeto teatral.

O resultado brilhante dessa convivência fez nascer um caminho entre as companhias teatrais, que passaram a produzir de duas a três montagens por ano, aumentando assim, sua capacidade produtiva e fortalecimento na infraestrutura técnica, com novos cenários, figurinos, iluminação e adereços.

A partir dessa etapa as companhias passaram a levar essas produções aos centros espíritas, criando um espaço cultural ativo entre os seus frequentadores, facilitando sobremaneira, o deslocamento de quantos não podiam ir até aos teatros mais distantes.

Com preços populares e parte da receita destinada aos centros espíritas, muitos benefícios foram acontecendo na estrutura interna, e logo, foi possível implantar o projeto: O Teatro vai ao Centro Espírita.

Isso deu tão certo que muitas produções se interessaram, criando uma agenda permanente durante o ano. Essa conexão trouxe também oportunidades iguais entre as companhias transcendentais de todo Brasil, demonstrando assim, ser possível uma relação de confiança entre profissionais de um mesmo segmento.

Não querendo esgotar o assunto, julgamos importante ressaltar essa conquista, que marcou uma época com tantas produções importantes, elevando a Arte Espírita ao padrão de excelência, bem como na divulgação do Espiritismo com celeridade.

Nos anos 80 marcaram uma década grandiosa, demonstrando ser possível produzir espetáculos criativos, fundamentados e profissionais, além de valorizar as pessoas, despertando-as para as ideias espíritas com responsabilidade.

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