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Um encontro de arte

O Centro Espírita Leopoldo Machado em Mesquita, na Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, é uma instituição que nasceu inicialmente na residência do senhor Noberto Parreira, um homem dedicado e completamente agradecido ao Espiritismo por sua trajetória cristã.

Sua tarefa, amparada por diversos amigos com o mesmo ideal e determinação, vem se desenvolvendo com capricho, procurando qualificar o ambiente para aqueles que procuram na doutrina espírita um porto seguro de conhecimento e progresso.

No dia 30 de setembro deste ano, mês em que se homenagea o célebre professor Leopoldo Machado, patrono da instituição, tivemos a sorte de conhecer de perto este espaço e seus frequentadores, como também, uma senhora de passos tranquilos, de olhar sereno e com entusiasmo digno de quem chega aos 87 anos em pleno  vigor da sua felicidade.

Dona Jacy Trigueiro, é testemunha ocular da vida e obra do professor Leopoldo Machado, pois pertenceu à evangelização quando criança, como também, cresceu sob as inúmeras atividades daquele que veio da Bahia para adotar Nova Iguaçu como lugar ideal para implantar sua jornada reencarnatória e vencer suas  lutas mais íntima.

Esta grande senhora, falou entusiasmada por 40 minutos sobre diversas passagens de convivências agradáveis e de trabalhos dedicados ao lado do eterno professor.

Com total desembaraço relatava fatos ocorridos com total riqueza de detalhes, dando ênfase ao comportamento dele diante de cada situação. Parecia ter decorado a biografia do jornalista Antônio de Camargo Ferreira onde encontramos relatos contados por ela com tanta lucidez.

Contagiante, ela nos falou de valores morais e de como o professor agia com  tamanha autenticidade e franqueza diante das pessoas e dos seus objetivos traçados, nunca fugindo de suas convicções e dos ideais espíritas. Falou-nos também do debate acalorado com o teólogo holandês, no clube de Nova Iguaçu, onde compareceram inúmeras pessoas identificadas com o catolicismo e o espiritismo.

Aliás, na biografia do professor, o jornalista Antônio Camargo Ferreira, apresenta de forma comovente uma dedicatória do professor endereçada ao amigo Alberto Gonçalves de Barros, onde afirma carinhosamente: “somos velhos amigos, coniventes em velhos crimes e pecados. Pecamos juntos em passado longinquo e juntos estamos reparando nossos pecados; eu à frente de crianças e você de velhinhos, pessoas essas  que repelimos em outras vidas.”

Antônio de Camargo Ferreira diz encontrou o amigo Alberto Gonçalves no ano de 1933, em Congresso da Federação Espírita Brasileira, e essa dedicatória foi feita por Leopoldo Machado, em seu último livro, por coincidência um que não era dedicado à Doutrina  Espírita, o que fazia a apologia à “Caxias, um Eminente Iguaçuano,” patrono de sua cadeira na Arcádia Iguaçuana de Letras, onde tomou posse como escritor.

Leopoldo Machado considerava Alberto Gonçalves de Barros, o espírita mais íntegro que ele conhecia e suas vidas estavam tão interligadas que sua irmã caçula, Leopoldina, acabaria se casando com o Professor Newton Gonçalves de Barros, filho desse amigo.  Algum tempo depois, o Professor Newton seria Orientador Educacional do Colégio Leopoldo.

A grandeza das almas que buscam elevação em suas jornadas terrenas está marcada por tarefas árduas, que requerem acima de tudo: perseverânça, humildade e dedicação.

Chico Xavier, certa vez, declarou que as adversidades e lutas são necessárias; que devemos aceitá-las com amor, humildade e obediência, pois ninguém veio para ser banhado em águas de rosas.

O horário da homenagem estava se aproximando, quando Noberto Parreira, informou-nos que iria dar inicio com a prece de abertura e breves palavras. Em seguida teríamos a peça teatral ¨Vida de Médiuns¨, com as atrizes Fátima Palitot e Itamara Ross.

A plateia aguardava o início do espetáculo, enquanto Dona Jacyr Trigueiro se acomodava para viver um momento de arte, lembrando talvez seu tempo de mocidade.

 

Um encontro de arte muitas vezes revela a sensibilidade humana e suas nuances de beleza e prazer.

As luzes dos refletores encheram o palco de cores, enquanto a música marcava o compasso da cena. Os olhares atentos estavam todos dirigidos e ansiosos para verem e ouvirem a cena dos nordestinos num texto de cordel falando da vida de médiuns.

Ali estava a alma pitoresca de Leopoldo Machado, sendo encenada e revivida através do texto de Cornélio Pires, mas ninguém dúvidou de sua presença espiritual no recinto inspirado por ele, bem como no momento em que foi cantada a canção ¨Alegria Cristã¨.

 

Nota:

Dona Jacy Trigueiro é moradora iguaçuana e pode se encontrada no GELM, que fic a situado à Rua Liberato, 199, Vila Emil, Mesquita/RJ.

 

 

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