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As experiências sobre reflexos condicionados surgiram antes de Pavlov. Descartes, em 1650, pressentiu o reflexo como uma ligação indissolúvel entre sensibilidade e motricidade.
Mais tarde, Haler, em 1750, apresentou subsídios científicos bem seguros pelas experiências realizadas com as rãs decaptadas; sendo considerado o pioneiro dos estudos neste campo.
Em 1820 Magendie demonstra de modo definitivo, a trajetória das raízes posteriores da medula e a reflexão motora nas raízes anteriores.
Sechenov, mostrando a importância da atividade reflexa nos fenômenos da vida intelectual, semeou o terreno onde Pavlov desenvolveu estudos valorosos e do mais alto interesse científico. Esse autor, sem sombra de dúvida, contribuiu para uma melhor compreensão da mecânica dos reflexos e, como tal, deve ser considerado o pai da reflexologia.
Na opinião de Pavlov, os reflexos constituíam o elemento da adaptação constante do organismo com respeito ao meio que o rodeia, adaptação que permite a este mesmo organismo um estado de equilíbrio com o meio. Isto é possível com a propriedade fundamental da matéria-irritabilidade.
O equilíbrio com o meio está assegurado pelos reflexos condicionados e incondicionados. Estes representariam o equilíbrio com o elemento fixo do meio e constituem, em cada indivíduo, a herança da espécie. Instalam-se desde o nascimento no sistema nervoso, por isso são chamados por algumas pessoas também de instintos. Nesta classe, Pavlov inclui como principais: o reflexo alimentar, o de defesa, o de investigação e o de liberdade. Poderíamos enquadrá-los, em campos mais largos, classificando-os, como menciona André Luiz, como reflexos protetores, alimentares, posturais e sexuais.
Charles Richet já tinha conhecimentos dos reflexos pavlovianos com outra denominação: "reflexos psíquicos ou de aquisição". Esses reflexos condicionados não surgem das energias profundas do psiquismo, são produtos conquistados pelo indivíduo no curso de uma existência pelas repetições. E os reflexos incondicionados seriam vórtices energéticos da psique de profundidade, aqueles que nascem com o indivíduo.
São eles:
- Estímulo (som)
- Via centrípeta (nervosas auditivas)
- Ponto de reflexão (cérebro)
- Via centrífuga (corda do tímpano)
Os reflexos simples, bem como os mais complexos, representam sempre experiências e aquisições. Embora, com o tempo, muito deles esmaeçam na zona consciente de modo a traduzirem desaparecimento. Acreditamos que as aptidões desse trabalho não podem ser eliminadas. A psique de profundidade (o inconsciente dos psicólogos) já absorveu todo esse mecanismo e o incorporou em seu acervo para que um dia possa ser utilizado.
A absorção é aquisição sem perda, e o campo de energias profundas passará a ter maiores potenciais e possibilidades. Essas aptidões já incorporadas representariam os vórtices internos dos reflexos incondicionados.
Os reflexos fixam-se em construções emocionais, necessitando sempre dos alicerces que os reflexos inatos ou incondicionados criaram. É como se fosse uma condição de enxertia que o reflexo incondicionado determinasse nos campos do reflexo condicionado afim - "verdadeiras impressões novas sobre campos de sensações já consolidados", no dizer de André Luiz.
As correntes energéticas do Espírito, já tendo dado a morfogênese continuará a fornecer, por toda a vida física, as variadas sugestões dos seus múltiplos vórtices sempre acrescidos das experiências pretéritas.
A manifestação psíquica humana será o resultado do jogo equilibrado e harmonioso dos reflexos condicionados - originados pelos fatores externos e dos reflexos incondicionados ou inatos - adquiridos nas etapas reencarnatórias. Essa dualidade de fatores, excitando-se mutuamente, representa os esteios que a evolução utiliza no apoio de sua própria essência.
Por certo a ciência está à procura do campo de forças espirituais, que para nós, espíritas, é o campo organizador da vida, que tem sua sede no Espírito.
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