Ian stevenson
INFÂNCIA E JUVENTUDE
O médico psiquiatra Ian Pretyman Stevenson nasceu a 31 de outubro de 1918 na cidade de Montreal, Canadá e desencarnou em 08 de fevereiro de 2007, aos 88 anos, na cidade de Charlottesville no estado da Virginia, Estados Unidos. Seu pai era o correspondente canadense para o New York Times.
Desde a infância sofria de crises de bronquite, repetidamente, e passava muito tempo na cama. Sua saúde nunca foi das melhores e, enquanto enfermo, dedicava-se à leitura e estudos diversos. Sua mãe incentivou-o a se interessar pela Teosofia, assunto que lhe agradou bastante. Nos períodos em que gozava de saúde distinguia-se dos demais colegas chamando a atenção de seus professores. Os professores gostam de alunos superiores, e Stevenson se destacou, por sua inteligência, enquanto estudava na Universidade de St. Andrews, na Escócia e na Universidade McGill em Montreal no Canadá. Graduou em medicina em 1942, tendo se especializado em 1943.
Foi aconselhado a deixar o clima frio do Canadá e se mudar para o Arizona onde iria encontrar bastante calor o que permitiu que se dedicasse mais aos seus estudos e pesquisas acadêmicas.
INÍCIO DAVIDA PROFISSIONAL
Nos anos de 1950, inspirado por um encontro com Aldous Huxley, tornou-se um pioneiro no estudo médico sobre os efeitos do LSD. Em 1957 Stevenson foi nomeado chefe do Departamento de Psiquiatria da Universidade da Virgínia. A sua principal pesquisa incluía doenças psicossomáticas, compêndios sobre pacientes entrevistados e exames psiquiátricos. Neste período, Stevenson criou uma área de pesquisa dentro do Departamento de Psiquiatria dedicada a fenômenos considerados paranormais. Seu interesse por esse assunto já era antigo, desde os tempos em que lia sobre Teosofia e assuntos correlatos.
A maioria dos historiadores sobre pesquisas paranormais concorda que investigações sistemáticas sobre tais ocorrências não começaram antes de 1882, quando a Society for Psychical Research (SPR) foi fundada em Londres. Seus fundadores abertamente declararam suas intenções de investigar cientificamente tais fenômenos incomuns e Stevenson tomou conhecimento de tais trabalhos, principalmente aqueles publicados por Frederic Myers e Edmund Gurney sobre o assunto. Também os trabalhos publicados pela American Society for Psychical Research [ASPR], lhe interessaram bastante. Neste grupo se destacaram os trabalhos de C. J. Ducasse e Laura, que mostravam que o ceticismo sobre algumas evidências dos fenômenos paranormais não excluíam a aceitação de outras evidências.
PESQUISAS SOBRE REENCARNAÇÃO
Seu interesse se voltou para o estudo de casos alegados de reencarnação e, a partir daí, se dedicou quase que completamente a esclarecer cientificamente esse assunto tão ignorado pela ciência. Stevenson se tornou um dos pioneiros da moderna pesquisa científica a respeito da reencarnação. Seu método de pesquisa consistia em recolher e analisar meticulosamente casos de crianças as quais pareciam se lembrar de vidas passadas sem o auxílio da hipnose.
A primeira monografia de Stevenson sobre o assunto que o consagrou foi escrita em 1961, foi The Evidence for Survival from Claimed Memories of Former Incarnations, na qual examinava 44 casos publicados de memórias de vidas passadas. O texto foi publicado pela American Society for Psychical Research em homenagem ao filósofo William James, um dos primeiros presidentes da entidade. A repercussão foi muito grande e chamou a atenção de leitores não acadêmicos como a famosa médium norte-americana Eileen Garrett, co-fundadora da Parapsychology Foundation.
FINANCIAMENTO DAS PESQUISAS SOBRE REENCARNAÇÃO
Eileen Garrett, era tanto uma médium espiritualista como também uma notável empresária bem sucedida e contatou Stevenson pedindo-lhe para investigar o caso de uma criança indiana que dizia ter vivido antes. As despesas da viagem correriam sob o patrocínio de sua organização. Stevenson aceitou e viajou à Índia durante suas férias.
A segunda pessoas a se interessar pela pesquisa foi Chester F. Carlson, o inventor da xerografia. Ele tinha experiência como cientista, e antes de seu segundo casamento acreditava, como a maioria dos cientistas faziam (e ainda fazem), que a mente é só um produto do cérebro e suas propriedades inteiramente físicas. Sua segunda esposa, Dorris, tinha alguma capacidade para percepção extra-sensorial. Ela impressionou seu marido com sua habilidade e também o influenciou para que financiasse pesquisas em fenômenos paranormais, principalmente aqueles relacionados à reencarnação.
Durante oito anos Chester Carlson financiou as pesquisas de Ian Stevenson através da Universidade de Virginia e, assim, o cientista pode trabalhar com tranquilidade levando adiante pesquisas que o levaram a se tornar a maior autoridade mundial no estudo da reencarnação com método científico.
Em 1967, Stevenson foi escolhido como Diretor do Setor de Estudos da Personalidade (posteriormente recebendo o nome de "Setor de Estudos da Percepção") e, por um determinado período, foi também o responsável pelo Departamento de Psiquiatria da Universidade da Virgínia.
Quando Carlson faleceu (1968), legou um milhão de dólares para manter uma cadeira na Universidade da Virgínia, e mais um milhão de dólares para o próprio Stevenson, com o intuito de que a pesquisa sobre a reencarnação não parasse.
LEGADO PARA A POSTERIDADE
Stevenson aposentou-se em 2002, deixando o seu trabalho na Universidade de Virginia nas mãos de sucessores, dirigidos pelo Dr. Bruce Greyson. Quanto as pesquisas relacionadas com a reencarnação Ian Stevenson escolheu o Dr. Jim Tucker, um psiquiatra infantil, que concentrou seu estudo em casos de crianças norte-americanas que se recordavam de vidas anteriores.
Stevenson desencarnou em 08 de fevereiro de 2007, aos 88 anos , de pneumonia na comunidade para aposentados de Blue Ridge em Charlottesville, na Virginia.
Ian Stevenson – médico, psiquiatra, cientista, pesquisador, fundador da moderna pesquisa científica a respeito da reencarnação - é mais um exemplo de que Ciência e Espiritualidade podem caminhar juntas.
LIVROS PUBLICADOS
· Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação –( Twenty Cases Suggestive of Reincarnation.) (1966). (Second revised and enlarged edition 1974), University of Virginia Press, ISBN 0813908728
· Cases of the Reincarnation Type Vol. I: Ten Cases in India, (1975). University of Virginia Press.
· Cases of the Reincarnation Type Vol. II: Ten Cases in Sri Lanka. (1978). University of Virginia Press.
· Cases of the Reincarnation Type Vol. III: Twelve Cases in Lebanon and Turkey. (1980). University of Virginia Press.
· Cases of the Reincarnation Type Vol. IV: Twelve Cases in Thailand and Burma. (1983). University of Virginia Press.
· Unlearned Language: New Studies in Xenoglossy. (1984). University of Virginia Press, ISBN 0813909945
· Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects Volume 1: Birthmarks and Reincarnation and Biology: A Contribution to the Etiology of Birthmarks and Birth Defects Volume 2: Birth Defects and Other Anomalies. (1997). (2 volumes), Praeger Publishers, ISBN 0-275-95282-7
· Where Reincarnation and Biology Intersect. (1997). Praeger Publishers, ISBN 0-275-95282-7 . (A short and non-technical version of the scientific two-volumes work, for the general reader)
· Children Who Remember Previous Lives: A Quest of Reincarnation. (2001). McFarland & Company, ISBN 0-7864-0913-4 , (A general non-technical introduction into reincarnation-research)
· European Cases of the Reincarnation Type. (2003). McFarland & Company, ISBN 0786414588
ARTIGOS PUBLICADOS EM REVISTAS ESPECIALISADAS
· "The Explanatory Value of the Idea of Reincarnation" (1977) Journal of Nervous and Mental Disease, 164:305-326.
· "American Children Who Claim to Remember Previous Lives" (1983) Journal of Nervous and Mental Disease, 171:742-748.
· "The Belief in Reincarnation Among the Igbo of Nigeria" (1985) Journal of Asian and African Studies, XX:13-30.
· "Characteristics of Cases of the Reincarnation Type Among the Igbo of Nigeria" (1986) Journal of Asian and African Studies, XXI:204-216.
· "Birthmarks and Birth Defects Corresponding to Wounds on Deceased Persons", (1993). Journal of Scientific Exploration, 7:403-410.
· (with Cook, E.W., Greyson, B.) (1998). "Do Any Near-Death Experiences Provide Evidence for the Survival of Human Personality after Death? Relevant Features and Illustrative Case Reports",Journal of Scientific Exploration, 12(3): 377-406.
· "Past lives of twins"(1999). Lancet, Apr 17; 353(9161):1359-60.
· "The phenomenon of claimed memories of previous lives: possible interpretations and importance"(2000). Medical Hypotheses, 54(4), 652-659.
· "Ropelike Birthmarks on Children Who Claim to Remember Past Lives" (2001). Psychological Reports, Aug 89(1):142-144.
· (with Pasricha, S.K., Keil, J. and J.B. Tucker), (2005). "Some Bodily Malformations Attributed to Previous Lives" Journal of Scientific Exploration 19(3):359-383.