Professor Leopoldo Machado, considerado o espírita número 1, em virtude das suas grandes atividades no movimento espírita, abarcava de perto, todos os setores e aspectos da Doutrina, filosófico, científico e religioso. Foi ele o criador do I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil, de 17 a 23 de julho de 1948, no Rio de Janeiro, arregimentando jovens de todos os Estados brasileiros. Contava então 57 anos de idade, e era visto como um jovem congressista, pelo entusiasmo que contagiava a todos, mesmo os companheiros de sua geração, como Lins de Vasconcelos, Carlos Imbassahy, João Batista Chagas, Ruth Sant'Anna, Nelson Batista de Azevedo, Deolindo Amorim e tantos outros, vibrando com a mesma energia, a maior epopéia, já acontecida no Espiritismo em caráter nacional.
Leopoldo Machado de Souza Barbosa, filho de Eulálio de Souza Barbosa e D. Anna Isabel Machado Barbosa, natural de Cepa Forte (hoje Jandaíra), no Estado da Bahia, sempre se orgulhou de ser brasileiro e baiano.
Aos dois anos de idade, vítima de pertinas enfermidade, fora julgado deficiente mental pelos médicos que o assistiam. Melhorou consideravelmente e alfabetizou-se, em poucos meses de frequência a escola.
Ainda jovem, apesar de seu estado de pobreza, iniciou-se no jornalismo, foi prosador, teatrólogo, polemista e professor secundário. Esforçado, estudou sozinho, tirando dúvidas com amigos que o elucidavam (sempre se cercando de companheiros de carácter), conseguiu vencer a etapa dos preparatórios, no regime de estudos daquela época. Tornou-se um autodidata completo. Conheceu a professora Marília Ferraz de Almeida, com quem se uniu em matrimônio no dia 31 de dezembro de 1927. Com o concurso de sua dileta esposa e do Almirante Paim Pamplona, ex-presidente da Federação Espírita Brasileira, fundou o Colégio Leopoldo, em Nova Iguaçu, hoje tradicional educandário, pioneiro na Baixada Fluminense do ensino secundário.
Iniciou-se na Doutrina Espírita, ainda em Salvador, pelas mãos abençoadas de José Petitinga, em 1915, tornando-se a partir daí, arauto da fé e do trabalho. Espírita de liderança, impulsionando às tarefas do bem e da verdade, vivendo a Doutrina dos Espíritos com todo ardor.
Integrou-se ao Centro Espírita "Fé Esperança e Caridade", tomando a iniciativa de construir a sede própria. Posteriormente construiu o Albergue Noturno "Allan Kardec" e o "Lar de Jesus", para meninas órfãos e abandonadas.
Difundiu o espiritismo por todos os meios e formas merecendo o respeito dos adversários e a admiração de todos os confrades.
Apologista do "Espiritismo de Vivos", sem ferir à pureza doutrinária, incentivou as novas gerações à criação das Mocidades Espíritas e a Evangelização da Infância. Deu todo apoio às Semanas Espíritas, às Tardes Fraternas, aos Simpósios, Mesas Redondas e Congressos. Realizou o "milagre" de estar presente em quase todos os movimentos confraternativos, em todo o País, exaltando o Evangelho de Jesus e a Doutrina Espírita, como sendo a volta do cristianismo redivivo, no seu sentido mais puro, como era pregado nas Casas do Caminho, logo o sacrifício do Mestre Jesus.
Deolindo Amorim em 1939, levantou a bandeira do I Congresso Brasileiro de Jornalistas e Escritores Espíritas e Leopoldo Machado do I Congresso de Mocidades Espíritas do Brasil, nesse mesmo ano líderes espíritas de todo o Brasil, realizavam em São Paulo o Congresso Espírita Brasileiro de Unificação e em 1949, o II Congresso Panamericano, no Rio de Janeiro, resultando no Pacto Áureo , para unificação do espiritismo.
Leopoldo Machado, que foi um exemplo de abnegação e coragem, viveu os seus últimos dias terrenos, no Lar de Jesus, onde desencarnou no dia 22 de agosto de 1957. Aquela criança desenganada pela medicina, foi na realidade, excepcional figura humana, capaz de tudo realizar em favor de um Mundo Melhor.