Na manhã do dia 15 de dezembro de 2005, na capital de São Paulo, desencarnou o escritor Eduardo Carvalho de Monteiro, aos cinqüenta e cinco anos de idade, vítima de coma diabética no Hospital Alvorada onde estava internado há 70 dias. Depois de 20 dias de UTI, retornou à enfermaria, quando revelou à Dra. Júlia Nezu que, no período em que esteve em coma, tivera uma experiência de quase morte e que os Amigos Espirituais o mandaram que regressasse ao corpo físico. Melhorou consideravelmente e, quando já se pensava obter alta, desencarnou devido a uma parada cardíaca.
Eduardo Carvalho Monteiro nasceu no dia 3 de novembro de 1950, em São Paulo/SP, filho de Ivan Carvalho Monteiro e D. Denaide Carvalho Monteiro. Eram três irmãos: Ricardo, Leonardo e Márcia. Eduardo era psicólogo, bacharel em Turismo, historiador, jornalista e membro da Academia Paulista Maçônica de Letras, estudioso do espiritismo e das ciências herméticas, com quase 40 livros publicados sobre espiritismo, maçonaria e esoterismo em geral. Era assessor Pré-Memória da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo - USE. Foi também fundador, sendo atualmente o vice-presidente da Sociedade Anália Franco, em Diadema/SP, membro da Liga de Historiadores e Pesquisadores Espíritas; fundador e coordenador geral do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisas do Espiritismo, entidade criada em 2004 para receber o seu acervo pessoal de documentação histórica do movimento espírita. Em torno de 100 mil documentos e mais de 35 mil livros talvez o maior acervo histórico conhecido na atualidade.
Articulista da Revista Internacional de Espiritismo, da Editora O Clarim, de Matão, do jornal Correio Fraterno, de São Bernardo do Campo, da Revista Universo Espírita e inúmeros outros periódicos do Brasil. Participou de programas da Rede Boa Nova de Rádio, sendo entrevistado inúmeras vezes por Rádio, TV, revistas e jornais. Pesquisador memorável, realizou muitas viagens para o preparo de biografias e coleta de fatos de eminentes vultos espíritas, livros raros, jornais e revistas - especialmente o primeiro número - objetos pertencentes aos trabalhadores espíritas do passado, material fenomênico de grandes médiuns de efeitos físicos, como Mirabelli, Peixotinho, Zilda Gama, Yvone Pereira e outros. O Instituto de Cultura Espírita do Brasil, no Rio de Janeiro, com seu departamento "Memória do Espiritismo no Rio de Janeiro, no Brasil e no Mundo" cedeu a Eduardo, por empréstimo, grande parte do seu acervo, para cópias. Diversas Exposições históricas foram por ele realizadas, bem como publicações sobre vultos da história do Brasil que se interessavam pelo Espiritismo, como Joaquim Nabuco, Monteiro Lobato, Rui Barbosa - o "Águia de Haia" - e tantos outros.
Com toda essa atividade, Eduardo foi um grande trabalhador na difusão do Espiritismo, um pesquisador da Doutrina desde Allan Kardec aos nossos dias. "Trabalhava dia e noite no escritório de sua casa rodeado por livros e documentos, por todos os lados e dizia aos amigos mais próximos que" tempo não lhe era suficiente para produzir tudo que tinha em mente".
Agradecemos a gentileza da confreira Júlia Nezu e ao confrade Oceano Vieira de Mello de nos ofertar dados biográficos e fotográficos, sem as quais não poderia escrever nada do abençoado amigo Eduardo.