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Escolhemos hoje o nome de um grande cientista, admirado e respeitado não apenas nos Estados Unidos da América do Norte como em todo mundo civilizado. Não se trata de um cientista das Ciências Exatas, mas um cientista das Ciências Sociais; não um cientista teórico, de escritório ou gabinete, mas um cientista ativo, produtivo, inovador, que teve a coragem de fazer proposições bastante adiantadas para a época em que vivia e que foram gradativamente sendo adotadas por toda comunidade internacional.
Ao longo de sua vida sofreu incompreensões e injustiças, mas saiu-se vencedor em todas as lutas que enfrentou. Seu nome é Robert Dale Owen.
PRIMEIRAS ATIVIDADES
Robert Dale Owen nasceu em 7 de novembro de 1801, em Glasgow, na Escócia, e desencarnou em 24 de junho de 1877. Era filho do socialista galês Robert Owen (1771-1858), um reformador social de grande renome, que se devotou à educação da juventude, à melhoria das condições de vida dos pobres e é considerado o pai do movimento de cooperativas.
Dale Owen emigrou para os Estados Unidos em 1825 e ajudou seu pai a criar uma comunidade - New Harmony - em Indiana, organizada segundo seus ideais socialistas. O empreendimento não teve sucesso e, após um breve período na Europa, Dale Owen se estabeleceu em Nova Iorque, onde dirigiu o jornal Free Enquirer um jornal semanal socialista e anticristão em sociedade com Frances Wright, de 1828 até 1832.
Em 1831, Owen publicou o livro Moral Physiology, que foi o primeiro livro a advogar o controle de natalidade nos Estados Unidos. Junto com Fanny Wright, ele era o líder intelectual do Partido dos Trabalhadores, que era uma facção do Partido Democrata. Em contraste com muitos democratas de sua época, era contrário à escravatura, apesar de não fazer parte dos lideres abolicionistas por ser bastante radical.
Em 1833, ele retornou para New Harmony, Indiana, e a partir de 1835 começou sua atuação política pelo partido Democrata.
ATUAÇÃO POLÍTICA
De 1835 a 1838 foi eleito para a “House of Representatives” (o equivalente a deputado estadual) do Estado de Indiana. Sua maior atuação foi de conseguir assegurar condições apropriadas para o sistema de escolas públicas. Depois de duas tentativas infrutíferas, foi eleito em 1842 para o Congresso dos Estados Unidos. Atuou de 1843 a 1847 e, enquanto em Washington, conseguiu verbas suficientes para a fundação do Smithsonian Institution (famoso até os dias de hoje).
Em 1850, foi eleito membro da Convenção Constitucionalista de Indiana, e foi o principal defensor da lei que garantia às viúvas e esposas o controle de suas propriedades. Mais tarde conseguiu que fosse aprovada a lei que permitia o divórcio em seu Estado. Em 1851, foi novamente eleito para a Assembleia Legislativa do Estado de Indiana.
De 1853 a 1858 serviu como Embaixador dos Estados Unidos em Nápoles (na época, capital do Reino das Duas Sicílias). Ao terminar seu termo retirou-se da vida política mantendo, entretanto, uma intensa atividade intelectual.
É sabido que, durante a Guerra Civil Americana, teve atuação destacada junto aos governistas. Escreveu uma "carta aberta" ao Presidente Lincoln, em 07 de setembro de 1862, exigindo que findasse a escravidão por razões morais. Poucos dias depois foi lida no Gabinete Presidencial a Proclamação da Emancipação. Em março de 1865, ele submeteu um esboço do que deveria ser a 14ª. Emenda, que foi mais tarde, eventualmente alterada para sua redação final.
DEDICAÇÃO AO ESPIRITISMO
Dedicou-se ao Estudo do Espiritismo visando provar a seu pai o grave erro em que ele incorria ao se interessar pelos fenômenos supranormais. O resultado de suas investigações foi render-se à evidência dos fatos por ele verificados.
Robert Dale Owen devotou o resto de sua vida à divulgação dos Postulados da Doutrina Espírita dentro dos Estados Unidos, tornando-se uma referência de grande integridade e respeito.
No inicio de janeiro de 1875, escreveu um artigo para o jornal Atlantic Monthly sobre as sessões de materialização do espírito Katie King (famoso pelos estudos realizados entre 1871 e 1874 pelo cientista inglês Willian Crookes, com o auxílio da médium Florence Cook).
Publicou várias obras nas quais declara sua convicção na sobrevivência do espírito após a morte do corpo físico. Seu mais importante livro foi o intitulado Região em Litígio Entre este Mundo e o Outro, publicado na Filadélfia, em 1877.
Owen desencarnou em sua casa de verão em Lake George, Nova York, em 1877 e foi sepultado em New Harmony, Indiana. Em 1911, as mulheres de Indiana lhe dedicaram um Memorial no pátio do Palácio Governamental do Estado.
Robert Dale Owen é mais um exemplo de que Ciência (qualquer que seja a sua ênfase) e Espiritualidade podem caminhar juntas para o progresso do ser humano.
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