
Paul Gibier
O Dr. Paul Gibier foi médico, diretor do Laboratório de Patologia Experimental e Comparada do Museu de História Natural de Paris; um dos alunos prediletos de Louis Pasteur pela sua dedicação e persistência nas pesquisas que empreendia. Por isso, Pasteur nele depositou toda sua confiança, muita estima. Encarregou-o de várias missões na América Central, com a finalidade de estudar, em campo, os agentes microscópicos das doenças epidêmicas e, em particular, da febre amarela.
Foi condecorado pela Faculdade de Medicina de Paris pela apresentação de tese sobre a Hidrofobia (raiva). Devido ao seu prestígio, foi incumbido pelo governo francês de estudar na França e no Exterior várias epidemias de "cólera-morbo" e de febre amarela.
Mudou-se para Nova York, onde se tornou diretor do Instituto Bacteriológico (Instituto Pasteur) de Nova Iorque, sendo, mais tarde convidado a se tornar membro da Academia de Ciências de Nova Iorque. Dentre suas comendas, destaca-se a de Cavaleiro da Legião de Honra da França.
PESQUISAS MEDIÚNICAS
Desde 1855, Gibier se interessava pelos fenômenos paranormais e psicológicos, procurando desmascarar, no Laboratório de Patologia Experimental do Museu de História Natural de Paris, o que considerava fraude.
Por dez anos conduziu pesquisas com a médium conhecida por Sra. Salmon (pseudônimo de Carrie M. Sawyer), tanto em seu país natal, a França, quanto no laboratório do Instituto Bacteriológico (Instituto Pasteur) de Nova Iorque.
Ajudado pelo médium Slade, estudou, de uma maneira toda especial, o curioso fenômeno da escrita direta na ardósia, ao qual consagrou 33 sessões. Numerosas mensagens, em diversas línguas, foram obtidas no interior de ardósias duplas, fornecidas pelo experimentador e seladas uma contra a outra.
Em 1900 enviou ao Congresso Internacional Oficial de Psicologia, realizado em Paris, um relatório citando várias materializações de espíritos, observadas em seu laboratório em Nova Iorque, na presença de várias testemunhas, notadamente dos funcionários que o assistiam em seus estudos de biologia.
Na introdução de seu primeiro livro escreveu: "Declaramos, em viva voz, que ao começar estas pesquisas, tínhamos a íntima convicção de que nos encontrávamos em face de uma colossal mistificação que precisava ser descoberta, e levamos muito tempo para nos desfazermos dessa ideia".
Portanto, esse sábio, como tantos outros de sua época, partiu com o objetivo de desmascarar as mistificações, e, pouco a pouco, a partir dos resultados encontrados, se fez defensor da nova ciência psíquica, com uma certeza que aumentava no decorrer do número e da variedade das experiências.
Deixou-nos duas obras bem conhecidas, que merecem ser lidas e mais divulgadas. A primeira, "O Espiritismo (Faquirismo Ocidental)", publicada em 1886, e a segunda, "Análise das Coisas", em 1890.
Enquanto viveu, nunca deixou de observar e experimentar fatos e fenômenos relacionados à mediunidade. Sabe-se que ele se propunha a resumir, numa última obra, seus trabalhos precedentes e fazer revelações que considerava ainda prematuras naquela época, porém, a morte o surpreendeu e a Humanidade não pôde tomar conhecimento do restante de sua obra, certamente a parte mais importante!
ACIDENTE FATAL
Nos primeiros dias do mês de junho de 1900, os jornais de Nova Iorque anunciaram que o Doutor Gibier acabara de falecer, num acidente com cavalo. Essa notícia não deixou indiferente nenhum daqueles , hoje muito numerosos na França e no estrangeiro, que seguem com certa atenção, o progresso dos estudos parapsicológicos. Grandes jornais não se limitaram a reproduzir a notícia; eles evocaram testemunhos de estima pela vida e trabalhos do sábio, não mais discutindo a realidade dos fatos observados, mas emitindo somente a opinião de que ele tinha avançado bastante.
Em toda sua vida sempre deixou claro seu propósito de não divulgar com detalhes, prematuramente, no seu entender, tudo o que havia descoberto. Não queria que o meio científico oficial emitisse opinião contrária aos fenômenos sem o conhecimento de causa adequado. Mesmo assim, ficou comprovado que muito avançou, para a sua época, em suas pesquisas: teorias das mais ousadas sobre a matéria, o papel da força, a evolução dos mundos, a constituição do homem, os fenômenos que acompanham e seguem a morte.
Suas principais obras foram:
- Anais das Ciências Psíquicas;
- O Espiritismo, Faquirismo Ocidental;
- Psicologia Experimental.
Paul Gibier, foi mais um exemplo de que Ciência e Espiritualidade podem caminhar juntas.
Fonte: www.autoresespiritasclassicos.com - Dados extraídos da Revista Reformador; ABC do Espiritismo – CARNEIRO, Victor Ribas, Federação Espírita do Paraná, Curitiba, 1996.