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Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita

 

A necessidade de sistematização do estudo do Espiritismo foi antevista por Allan Kardec, conforme se lê no Projeto 1868, inserido em "Obras Póstumas", in verbis:

"Um curso regular de Espiritismo seria professado com o fim de desenvolver os princípios da ciência e difundir o gosto pelos estudos sérios (...) Considero esse curso como de natureza a exercer capital influência sobre o futuro do Espiritismo e suas conseqüências."

            Nas palavras de Kardec, um curso regular de Espiritismo exerceria "capital influência sobre o futuro do Espiritismo e suas conseqüências". E isso porque, sendo o crivo da razão o princípio básico de aceitação das idéias espíritas, a divulgação do Espiritismo reclamava a formação de adeptos esclarecidos, que fossem capazes de manter a Doutrina isenta dos erros e dos desvios causados pela ignorância.

Com o passar do tempo, a urgência de se organizar um estudo metódico do Espiritismo foi-se impondo, notadamente no Brasil, à medida que se ia intensificando a procura do público pelas Casas Espíritas. Esse afluxo crescente de pessoas em busca da informação doutrinária, causado, em grande parte, pela ampla divulgação do Espiritismo, passou a preocupar os líderes do Movimento Espírita. Tornava-se necessário proporcionar aos freqüentadores do Centro Espírita a oportunidade de estudar o Espiritismo de forma sistematizada, quando os conteúdos doutrinários lhes seriam apresentados ordenadamente, obedecendo a uma seqüência lógica de assuntos necessariamente inter-relacionados.

            Não faltou o apelo do plano espiritual no mesmo sentido, tanto que o espírito Angel Aguarod, em mensagem recebida, no ano de 1977, na Federação Espírita do Rio Grande do Sul, enfatiza:

"Cabe, pois, aos espíritas, responsáveis pelo Movimento Espírita, uma ampla tarefa de divulgação das obras básicas da Doutrina Espírita, promovendo um estudo sistemático das mesmas. (...)"

            Pode-se afirmar que a Campanha do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, ao defender a necessidade de implantação dos "cursos regulares de Espiritismo", conforme preconizava o Codificador, representa avanço significativo no sentido da solidez da construção do conhecimento espírita.

O lançamento da Campanha do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - ESDE, ocorrido na reunião do Conselho Federativo Nacional de 1983, representou avanço significativo no trabalho de Unificação do Movimento Espírita, uma vez que atestou a unidade de vistas dos membros do CFN em torno da aquisição do conhecimento espírita na forma de cursos regulares, consoante preconizado por Allan Kardec. Na oportunidade da citada reunião, o Espírito Bezerra de Menezes, em mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, acentuou:

Um programa de estudo sistematizado da Doutrina Espírita, sem nenhum demérito para todas as nobres tentativas que têm sido feitas ao longo dos anos (...) é o programa da atualidade sob a inspiração do Cristo (...).

            Hoje, passados quase vinte anos do lançamento dessa Campanha, evidencia-se o interesse crescente dos espíritas pelo estudo sistematizado da Doutrina Espírita. Por toda parte, foram implantados cursos de Espiritismo, cujos conteúdos são dispostos obedecendo a uma seqüência lógica de assuntos necessariamente inter-relacionados.

            Não obstante, ante a proximidade das comemorações, em 2003, dos vinte anos de existência da Campanha do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita - acontecimento que nos leva a organizar esforços no sentido de sua revitalização junto ao Movimento Espírita -, afigura-se-nos importante enfatizar alguns aspectos atinentes à própria conceituação do ESDE, a fim de mantê--lo nos parâmetros em que foi idealizado, parâmetros esses que podem ser considerados como a razão do sucesso da campanha ao longo desses anos.

             Assim, podemos conceituar o ESDE como uma reunião privativa de grupos, a qual objetiva o estudo metódico, contínuo e sério do Espiritismo, com programação fundamentada na Codificação Espírita.

            O primeiro ponto deste conceito a ser destacado é o objetivo do ESDE.

Embora seja óbvio que o seu objetivo é o de estudar o Espiritismo de forma metódica, contínua e séria, com programação fundamentada na Codificação Espírita, não é demais ressaltar esse aspecto, uma vez que, ocasionalmente, se vêem tentativas para inclusão, nos cursos de ESDE, de teorias estranhas ao contido nas obras básicas do Espiritismo. Desse modo, é preciso que estejamos sempre alertas, uma vez que o ESDE visa ao estudo sistematizado do Espiritismo, e nada mais.

            Outro aspecto a salientar é a própria metodologia adotada no Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita.

            O método de estudo em grupo tem facilitado a aquisição do conhecimento espírita porque estimula os participantes do ESDE a trocarem informações e experiências, propiciando-lhes não apenas a construção do seu próprio entendimento do Espiritismo, mas também o desenvolvimento de suas qualidades afetivas pelas reiteradas oportunidades de interação grupal. Assim, não somente se atingem os objetivos cognitivos respeitantes à assimilação teórica dos conteúdos, mas também os objetivos afetivos do ESDE - condizentes com a prática do Espiritismo -, possibilitando aos participantes do curso a vivência de situações que os auxiliem no processo de educação dos seus sentimentos, para que possam tornar-se espíritas autênticos, aqueles que, no dizer de Kardec, serão reconhecidos pelos esforços que empregam para domar suas  inclinações más.

            Essas reflexões parecem-nos oportunas no estágio atual da Campanha do ESDE, de modo a manter sempre viva a chama do estudo do Espiritismo pela organização de cursos de Doutrina Espírita que possam, de fato, como afirmou Kardec em Obras Póstumas, exercer capital influência sobre o futuro do Espiritismo e sobre suas conseqüências.

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