Resenha do livro Memórias de um Suicida, de Yvonne do Amaral Pereira pelo Espírito Camilo Castelo Branco. Editora FEB, 27ª edição (4 de julho de 2014). Páginas: 542.
Sob a orientação de Léon Denis, o Espírito Camilo Castelo Branco (usando o pseudônimo Camilo Cândido Botelho) contou à Yvonne do Amaral Pereira, médium, a história desse livro.
Estamos no mês de setembro, mês da prevenção ao suicídio! E com intuito de esclarecer e consolar a todos os sofredores, falaremos de um livro que nos revela tudo o que acontece àqueles que praticam esse ato desesperado pensando em fugir da vida a fim de pôr fim ao sofrimento.
Inicialmente, é importante destacar que a vida é eterna, portanto, não deixamos de existir com a morte – apenas o corpo de carne morre, pois que a alma é imortal, sobrevivendo à morte do corpo físico.
Dito isso, é uma triste ilusão pensar que ao colocar fim ao corpo, colocará em consequência fim ao sofrimento. O corpo é a veste da alma, por isso, ela que sofre e continuará a sofrer, porém, com muito mais dor do que antes.
O livro narra a história de Camilo Castelo Branco, o famoso escritor português do século XIX, que põe termo “à vida” pelo suicídio no dia 1º de junho de 1890, por não suportar a sua cegueira, já que era um escritor orgulhoso e sentia-se inválido assim. Ocorre que ao atirar em si mesmo, deparou-se com o que não esperava: a continuidade da vida, porém, em estado desesperador.
A partir daí ele narra à Yvonne tudo o que lhe sucedeu após essa tentativa ilusória de pôr termo à vida: a confusão que lhe acometeu ao perceber que não havia morrido; ao se deparar com o seu corpo em estado de decomposição (inclusive sentindo o horror das sensações que disso decorrem); descreveu o local para onde foi recolhido, denominado “o vale dos suicidas”, já que pela Lei das Afinidades estaremos sempre nos lugares em que estejam pessoas que nos sejam afins; as sensações de frio, fome, dores, confusão mental, angústia que sentiu; posteriormente o seu recolhimento ao Hospital Espiritual governado por Maria, mãe de Jesus, Ser Angélico que se dedica com sua numerosa equipe ao socorro dos enganados que cometem o suicídio; o conhecimento dos casos que levaram seus compares a suicidarem-se também e, por fim, sobre as funestas consequências de se matar.
Mas com isso, muitos podem pensar: Deus não é bom? Sim, ele é todo amor e misericórdia, motivo pelo qual concede socorro aos seus filhos desviados do caminho reto, os fracos e vacilantes diante das suas provas e expiações aqui na Terra, planeta destinado a isso. Lembrando que o sofrimento não deve ser visto como castigo, ele é bênção que lapida o diamante puro que é nossa alma, que retira de nós as impurezas, que nos faz amadurecer e evoluir.
Deus é sábio, confiemos na sua Justiça Divina sem máculas e sem erros. Entreguemo-nos a ele em confiança e oração nos momentos de tristeza e dor; elevemos a Ele o nosso pedido de socorro, reconforto e força diante das provações supremas a fim de que possamos sair desta vida ao termo certo, com as glórias de vencer a batalha com dignidade e fé.
Embora seja um livro denso, traz a verdade que precisa ser dita, compreendida, meditada. Não tenha medo de ler, ele foi feito para os sofredores e todos os seus ensinamos sublimes estão de acordo com a doutrina dos Espíritos, já que foi devidamente revisada por Léon Denis, o poeta e continuador do Espiritismo.
Por fim, que possamos lembrar de que nós somos herdeiros de nós mesmos.
Assim sendo, que cuidemos do nosso plantio para colhermos as messes de amor e paz.
Diga SEMPRE NÃO ao suicídio!