Bezerra de Menezes, sob o pseudônimo de Max, ao término do século 19, falando do século 20, na obra Espiritismo, Estudos Filosóficos, volume III, dizia-nos que um fato dar-se-ia, infalivelmente, porque os sinais são patentes: o mundo invisível estabeleceria relações diretas com o mundo visível, ou, em linguagem vulgar, os vivos estariam em comunicação direta com os mortos.
Impossível! Loucura! Diziam os que, em puro prejuízo moral, não crêem em Espíritos, e os que, tomando os sagrados ensinamentos pelas letras, não crêem na comunicação dos Espíritos, continua Bezerra.
Pensem assim: o que importa? Deus não deixa de ser, porque esses tantos o negam; o Sol não deixa de dar luz à Terra, porque os cegos não o vêem. Também os mares já foram barreira invencível entre os povos dos três continentes, assim como esses espíritos romperam as barreiras e se puseram em comunicação. Também o espaço já foi barreira à comunicação do pensamento, e o pensamento transpôs a barreira e pôs, em rápida comunicação, indivíduos colocados a milhares de léguas uns dos outros.
As mensagens mostram que o túmulo já não é a separação eterna de entes que se amaram na vida. (...) O túmulo é, apenas, uma parte da separação material, entre os que despiram e os que ainda vestem a túnica da carne. Assim, pois, os membros de uma família separados pelo túmulo convivem na condição de Espíritos, embora a parte corporizada não veja a parte que não tenha mais corpo. A única diferença consiste em conversar-se com os vivos; entretanto, com os mortos precisa, para conversar, de um intermediário: o médium.
É essa relação entre os dois mundos que acontece periodicamente na Associação Obreiros de Jesus - AOJ (Avenida Maracanã, 1.528, Tijuca, Rio de Janeiro), quando familiares, parentes, amigos lá comparecem em busca de mensagens dos entes queridos já no outro plano da vida, que chegam através da psicografia da médium Lúcia Garcia.
No último dia 28 de setembro, aconteceu mais uma sessão de psicografias com a presença de um público superior a 300 pessoas. Antecedida por palestra do jornalista, escritor e orador André Trigueiro, que, aproveitando o “Setembro Amarelo”, abordou o tema da prevenção do suicídio, assunto de sua obra Viver é a Melhor Opção.
O público, cada vez maior, não só de pessoas de nossa cidade, mas de outros municípios brasileiros, e revela o interesse por essas sessões. Na reunião citada, uma senhora de São Paulo, capital, recebeu de seu filho Rafael Kainan Moreira Carvalho, desencarnado, mensagem que, entre outros recados, menciona:
(...) “Agradeço, mãe, o sacrifício que faz para estar longe, tão longe de casa, a fim de receber uma mensagem minha, mas creia, embora eu reconheça o seu sacrifício (...) há muito o que pode fazer e que a bandeira da caridade possa, seguindo os ensinamentos do mestre Jesus, estender as mãos a quem precisa de ajuda emocional e material. Você me fará muito feliz. (...) Que transforme a lição trazida pela dor inominável de nossa separação física em amor-ação; amor-ação é a forma que escolhi para referir a prática do amor ao próximo, as benesses que se podem proporcionar àquele que não tem em seu íntimo a esperança, seja através de uma escuta amorosa, seja através de um olhar de compreensão. Você, mãe, diferente de tantos que acorrem a essa casa de bênçãos, já teve provas de que a morte não existe e portanto crê que eu estou verdadeiramente bem. Se crê, por favor siga agradecendo a Deus pelas complicações que recebeste e caminha, siga adiante sem fazer da tua vida o percorrer de um périplo de diferentes casas espíritas em busca de mensagens. Entendo a sua necessidade, mas acredite: você precisa seguir e viver o que precisa ser vivido, um dia iremos nos reencontrar...”
A próxima sessão de psicografias acontecerá no dia 23 de novembro, às 10 horas, com palestra de João Aparecido Ribeiro, vice-presidente do Lar de Tereza (Copacabana). É preciso chegar cedo.