Promovida e realizada pelo Movimento Nacional da Cidadania pela Vida — Brasil sem Aborto, aconteceu no domingo, dia 5 de maio, a 7.ª Marcha pela Vida — Contra o Aborto, coordenada por Maria José Silva, carinhosamente conhecida como Zezé da Luz, com a participação de cerca de duzentas e cinquenta pessoas.
Com material distribuído pela organização — faixas, placas, cartazes e bolas —, os participantes se deslocaram atrás de um trio elétrico, entre a Rua Miguel Lemos e a Praça do Lido, onde um "bebê gigante" marcava o término da passeata. Foram colhidas assinaturas para serem encaminhadas ao Senado Federal, solicitando a aprovação do Estatuto do Nascituro.
O tema deste ano foi "Brasil pelas duas vidas" — da mãe e do bebê. Segundo Zezé Luz, o objetivo era "alertar a população sobre o atavismo judicial, que tenta usurpar o poder do Legislativo em aceitar a discussão de descriminalização do aborto nos casos de Zika Vírus, através da ADI 5581 e da ADPF 442, que versam sobre a legalização do aborto até os 3 meses de gestação".
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5581 foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela Associação Nacional dos Defensores Públicos (ANADEP), a fim de despenalizar o aborto no caso de grávidas infectadas pelo vírus da zika.
Por sua vez, a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442/2017 (ADPF 442) foi apresentada pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) ao Supremo Tribunal Federal e propõe a descriminalização do aborto até a 12.ª semana de gestação.
Trata-se, explicou Zezé Luz, de “uma tentativa clara de invasão de competência” por parte do Supremo. “Não iremos nos calar! Chamamos a atenção dos parlamentares presentes”, afirmou.
Para a coordenadora do movimento, “indiretamente a Marcha alcançou seus objetivos. A praia estava relativamente cheia e milhares de pessoas puderam ouvir os diversos especialistas que estavam presentes e autoridades”.
Entre estes, estavam o médico cirurgião Dr. Rodolpho Acatauassû, que falou sobre o Zika Vírus e aborto Eugênico; o jurista Dr. Zenóbio Fonseca, que falou sobre a ADPF 442 e sua inconstitucionalidade; e a própria Zezé Luz, a qual destacou as causas e consequências do aborto provocado e também falou “sobre os números falaciosos do aborto no Brasil, que são frequentemente inflados para influenciar a população para aceitar o aborto como um ‘direito’”; além de outras lideranças pró-vida e deputados estaduais e federais, que discursaram sobre o papel do Estado na prevenção do aborto e questionaram o ativismo judicial.