Certamente já ouvimos falar de Jesus como grandioso em muitos campos e ações, mas pouco se comenta acerca de seus poderes magnéticos.
Dizer-se que Ele era o “médium de Deus” só pode ser uma associação metafórica ou uma analogia em aberto, porque se com isso se pretender insinuar que Ele nada podia e que o Criador precisava agir sempre por seu intermédio, tanto diminuiria em muito a “energia” de Jesus como ainda restringia a ação Divina, já que ela teria contado apenas com um “canal” de transmissão.
Mateus, no seu 4º capítulo, registrou uma informação bastante ampla sobre Jesus, a qual parece estar bem resumida nessa passagem: “23 E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino, e curando todas as doenças e enfermidades entre o povo. 24 Assim a sua fama correu por toda a Síria; e trouxeram-lhe todos os que padeciam, acometidos de várias doenças e tormentos, os endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos; e ele os curou. 25 De sorte que o seguiam grandes multidões da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e dalém do Jordão”. – Parece estar muito claro que era Ele mesmo quem realizava tudo isso e, sendo assim, estava nele o “poder” de tudo realizar. E que magnetismo Ele possuía!
Os que preferem tê-lo apenas como médium, costumam apontar o registro de João, em seu capítulo 8: “28 Prosseguiu, pois, Jesus: Quando tiverdes levantado o Filho do homem, então conhecereis que eu sou, e que nada faço de mim mesmo; mas como o Pai me ensinou, assim falo. 29 E aquele que me enviou está comigo; não me tem deixado só; porque faço sempre o que é do seu agrado”. – Jesus informa que o Pai está com Ele, pois realiza o que com Ele foi aprendido e que é de seu agrado, o que não significa dizer que seria Ele, o Pai, literalmente, quem operava por seu intermédio. De fato, Jesus detinha um grande poder magnético!
Não foi por menos que o mesmo João (cap. 14) registrou uma valorosa assertiva do Mestre: “12 Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que crê em mim, esse também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas; porque eu vou para o Pai”. – Exatamente; Jesus deixar suas práticas como exemplos para os que lhe seguiriam, afirmando que poderíamos fazer ainda maiores, assim patenteava os “milagres” serem aprendizados e não apenas transmissões diretas de “poderes”, como se fossem frutos de merecimentos seletivos. Era Jesus, em verdade, um excelente professor de magnetismo!
Marcos, no capítulo 6, passa um detalhe muito interessante. Como Jesus dizia que nenhum profeta faz honra em sua própria terra, observemos o “dom” que ele tinha de curar: “5 E não podia fazer ali nenhum milagre, a não ser curar alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos”. – Ou seja; milagres eram ocorrências muito maiores do que curas realizadas com imposição de mãos, e essas Ele as realizava, mesmo onde, em princípio, parecia não ser o usual. Ou seja; seu potencial magnético era muito grande e, por isso mesmo, não precisaria de uma “mãozinha” divina, como precisamos das mãos dos amigos espirituais. Que magnetizador esplendoroso!
Mas, seguindo com Marcos no Evangelho, observemos essas duas curas:
- Cap. 7: 32 E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente; e rogaram-lhe que pusesse a mão sobre ele. 33 Jesus, pois, tirou-o de entre a multidão, à parte, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e, cuspindo, tocou-lhe na língua; 34 e erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse-lhe: Efatá; isto é Abre-te. 35 E abriram-se-lhe os ouvidos, a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente.
- Cap. 8: 22 Então chegaram a Betsaída. E trouxeram-lhe um cego, e rogaram-lhe que o tocasse. 23 Jesus, pois, tomou o cego pela mão, e o levou para fora da aldeia; e cuspindo-lhe nos olhos, e impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: Vês alguma coisa? 24 E, levantando ele os olhos, disse: Estou vendo os homens; porque como árvores os vejo andando. 25 Então tornou a pôr-lhe as mãos sobre os olhos; e ele, olhando atentamente, ficou restabelecido, pois já via nitidamente todas as coisas.
Jesus e seu Magnetismo! Além de seu conhecimento, Ele ia além de uma simples cura. Faz com o surdo o que hoje se chama “introjeção magnética”, uma técnica que é empregada para atender a problemas que afligem tanto a região da cabeça como do próprio cérebro; no outro caso, usa o toque, a saliva e assim faz um cego ver. Teria como se negar o poder magnético desse Homem?
E quando Ele erguia decaídos morais? E quando seu verbo atraía enormes multidões? E quando seu silêncio magnetizava a tudo e a todos? E quando multiplicava alimentos? E quando apenas sendo tocado deixava “vazar” grandes potenciais de cura? São muitas e muitas indagações que só encontrariam respostas satisfatórias se considerássemos o magistral Magnetismo desse Homem incomparável.
Sim; Jesus foi um grande magnetizador; Ele foi o maior de todos os magnetizadores que jamais vimos igual. E se podemos fazer como Ele fazia, o que estamos esperando?
E termino recordando O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 19, item 12:
“Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisessem pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o a que, até hoje, eles chamaram prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas”. (Um Espírito Protetor. Paris, l863)