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Artigo do Jornal: Jornal Dezembro 2013

Sobre o autor

Jacob Melo

Jacob Melo

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     Se a água é vital para a vida, quando magnetizada ela se transforma numa verdadeira fonte milagrosa.

     E como é que se faz isso?

     Há quem acredite que apenas deixando o vasilhame com água num determinado ambiente da Casa Espírita ela naturalmente será fluidificada pelos Espíritos; outros imaginam que as preces e as palestras, por purificarem o ambiente, também energizam as águas ali dispostas; e ainda tem os que ensinam que se a pessoa tiver fé, isso será bastante para que Deus magnetize sua água.

     Ainda que existam as possibilidades apontadas por cada um desses argumentos, creio ser de bom proveito analisar o que registra Allan Kardec:

     “Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo, mas inexplicado até hoje: o da mudança das propriedades da água, por obra da vontade. O Espírito atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma transmutação por meio do fluido magnético…”. O Livro dos Médiuns, Cap. VIII, “Do laboratório do mundo invisível”, Item 131.

     Este argumento, vindo de um homem com mais de 35 anos de experiência com o Magnetismo e o Sonambulismo, consorciado com seu primoroso bom senso e saber espírita (Allan Kardec), certamente põe uma vigorosa direção ao nosso entendimento acerca de como se processa esse benefício maravilhoso, que é a água magnetizada.

     O magnetizador humano, aquele que exterioriza (usina) seus fluidos, manipulando-os e empregando-os com conhecimento (‘de forma convenientemente dirigida’, tal como ensinam os Espíritos nas obras de Kardec), empregando sua vontade, sua atenção, seu desejo de curar e ajudar, tudo de forma determinada e confiante, infunde à intimidade das moléculas um novo potencial energético, assim fazendo com que essa água seja enriquecida para o bem de a quem se dirige.

     Não são necessárias técnicas especiais para essa magnetização. Além do que foi destacado no parágrafo anterior, o magnetizador deve impor uma ou as duas mãos sobre o vasilhame que contém a água e ali deixar fluir a energia que usinar, por um tempo que será determinado pela quantidade usinada, pela qualidade dos fluidos e pela finalidade da magnetização.

     Antigamente o tempo dessa magnetização raramente consumia menos de 15 minutos por vasilhame; com o simplicismo com que, ao longo do tempo, foi tratada, hoje é comum as pessoas mal passarem de 1 minuto magnetizando; o resultado disso foi uma perda quase que total dos benefícios que antes se verificavam em quem as utulizava como complemento terapêutico. Isto certamente nos leva à reflexão sobre como proceder para que as águas magnetizadas voltem a ter ganhos qualitativos.

     Nesse ponto, uma comparação se faz inevitável: nos chamados tempos clássicos do magnetismo, os magnetizadores não evocavam, objetivamente, os Espíritos e a maioria sequer os imaginava presentes, todavia os resultados obtidos por eles eram por demais ricos; hoje dizemos acreditar nos Espíritos, porém os resultados de nossas ações magnéticas têm diminuído consideravelmente de qualidade. Se colocássemos esse fato para alguém não-espírita certamente ele indagaria as razões e logo perceberia que ou nossa ‘crença’ está muito frágil ou o não uso das técnicas apropriadas, notamente no quesito tempo de concentração de fluidos, está prejudicando sobremaneira o resultado favorável que se busca.

     A propósito, em O Livro dos Médiuns (item 176, questão 3ª), Allan Kardec perguntou aos Espíritos sobre a influência deles junto aos magnetizadores: “Há, entretanto, bons magnetizadores que não creem nos Espíritos?” – ao que eles responderam:

     "Pensas então que os Espíritos só atuam nos que creem neles? Os que magnetizam para o bem são auxiliados por bons Espíritos. Todo homem que nutre o desejo do bem os chama, sem dar por isso, do mesmo modo que, pelo desejo do mal e pelas más intenções, chama os maus."

     Muito bem; sendo assim parece não haver dúvidas de que devemos mesmo resgatar o Magnetismo para, entendendo-lhe a base, conseguirmos melhores resultados em nossas tarefas.

     A água magnetizada segue pedindo nossa intervenção, não apenas no desejo de que os Espíritos façam sua parte, mas que façamos igualmente a nossa, magnetizando para o bem, com dedicação, conhecimento, doação efetiva e sabedoria.



     [1] - No meio espírita contemporâneo adaptou-se a expressão ‘água magnetizada’ para ‘água fluidificada’. Embora seja bem aceita, na realidade ela traz em si uma série de complicações, notadamente porque não é encontrada com essa grafia em nenhuma das obras de Allan Kardec, em nenhum livro clássico do Magnetismo e a palavra ‘fluidificada’ ficou fácil de ter seu entendimento modificado em sua essência prática, pois se usa muito desse artifício para se dizer que ‘o Mundo Espiritual é quem a magnetiza’, ao contrário do que diz o codificador.

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