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Artigo do Jornal: Jornal Agosto 2013
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     Desenhos de Júpiter pelo médium Victorien Sardou – O médium Gasparetto psicopictografando no CELD – Caráter mediúnico das pinturas – Médiuns fascinados

     Para escrevermos sobre esse assunto, vou iniciá-lo com o ensino de Allan Kardec, no item 190, do capítulo 16, que trata dos Médiuns especiais para efeitos intelectuais e aptidões diversas, em O Livro dos Médiuns.

     Vamos transcrever na íntegra o texto relativo a “Médiuns pintores ou desenhistas”, contido no referido item 190:

     - “os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos. Falamos dos que obtêm trabalhos sérios, visto não se poder dar esse nome a certos médiuns que Espíritos zombeteiros levam a fazer coisas grotescas, que desabonariam o mais atra­sado estudante.

     Os Espíritos levianos se comprazem em imitar. Na época em que apareceram os notáveis desenhos de Jú­piter do espírito Bernard Palissy (recebidos pelo médium Victorien Sardou – FOTO 1), surgiu grande número de pretensos médiuns dese­nhistas, que Espíritos levianos induziram a fazer as coisas mais ridículas. Um deles, entre outros, querendo eclipsar os desenhos de Júpiter, ao menos nas dimensões, quando não fosse na qualidade, fez que um médium desenhasse um monumento que ocupava muitas folhas de papel para chegar à altura de dois andares. Muitos outros se divertiram fazendo que os médiuns pintassem supostos retratos, que eram verdadeiras caricaturas. (Revue Spirite, agosto de 1858)”.

Observações a Propósito dos Desenhos de Júpiter

     A respeito da citação feita por Allan Kardec no final do item 190, do capítulo 16, de O Livro dos Médiuns, da Revista Espírita de agosto de 1858, vamos encontrar observações de Kardec a respeito de desenhos de uma habitação de Júpiter, ao qual acrescenta um artigo descritivo que teve o Sr. Sardou a gentileza de escrever a respeito.

     Diz ainda o Codificador em seus comentários: “Seja qual for, sobre a autenticidade dessas descrições, a opinião dos que nos poderiam acusar de nos ocuparmos do que acontece nos mundos desconhecidos, quando há tanto o que fazer na Terra, rogamos aos nossos leitores não perderem de vista que o nosso objetivo, como o indica o subtítulo da revista (Jornal de Estudos Psicológicos) é, antes de tudo, o estudo dos fenômenos, nada devendo, portanto, ser negligenciado. Ora, como fato de manifestação, esses desenhos são, incontestavelmente, os mais notáveis, se considerarmos que o autor não sabe desenhar nem gravar, e que o desenho que oferecemos foi por ele gravado em água forte, sem modelo nem ensaio prévio, em nove horas”.

     O MÉDIUM GASPARETTO

     No dia 24 de abril de 1981, escrevi um artigo para a coluna “Espiritismo” do Jornal Última Hora, com o título “Pinta com as mãos e os pés”, depois de assistir, dias antes, uma sessão do fenômeno mediúnico de psicopictografia com o médium Luís Gasparetto, no Centro Espírita Leon Denis, em Bento Ribeiro, no Rio de Janeiro.

     Comentei nessa matéria que o jo­vem médium paulista pinta quadros assi­nados por pintores famo­sos, foi apresentado no dia 12 de abril de 1981, no Programa Fantástico, da TV Globo, pro­vando a imortalidade da alma, um dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita. O programa focalizou com muita nitidez Gas­paretto pintando com as palmas das mãos, com os dedos das mãos, depois com os pés – FOTO 3 – e, o mais incrível, a rapidez com que esboçava os qua­dros, de olhos fechados e na penumbra.

     Isso porque, os pintores desencarnados, dentre eles, Portinari, Picasso, Modigliani, Manet – FOTO 4, Tarsila do Amaral, Rembrandt, Van Gogh, Tou­louse Lautrec, Aleijadi­nho, Rafael, Debret, Renoir, Matisse, pintam telas através do médium sobre motivos diferentes de suas obras assinadas na Terra, porém mantendo o estilo inconfundível de suas obras.

     Aliás, as telas examinadas pelos críticos compro­vam serem produzidas no mesmo estilo dos respectivos pintores, quando encar­nados. À parte essa opi­nião dos especialistas, só a maneira de pintar de Gasparetto, ou seja, na penumbra, levando às vezes um minuto na pro­dução de um quadro, produzindo mais de 20 telas de autores diversos em cerca de uma hora apenas, e com os quatro membros ao mesmo tempo, isto é, cada mão e cada pé fazendo um qua­dro diferente, não pode ser explicada como sim­ples manifestação do inconsciente. Ela só pode ser entendida, isto sim, como manifestação de espíritos através de suas faculdades mediúnicas.

     A SESSÃO QUE ASSISTI NO CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS

     Em abril de 1981, fui convidado a participar da sessão de pintura mediúnica com o médium Gasparetto, pela direção do Centro Espírita Leon Denis, ficando a um metro da mesa onde o médium pintou cerca de 23 telas, em 68 minutos. Na vidência observei que os espíritos se acomodavam num atelier instalado no ambiente espiritual acima do médium. Nesta oportunidade, um deles se apresentou para a minha visão mediúnica com um chapéu de pintor do século XVI, e uma roupagem de cor marrom aveludada. Terminada a sessão e narrando o fato, a mãe de Gasparetto, senhora Zibia Gasparetto, informou que era Leonardo Da Vinci, coordenador do grupo dos espíritos pintores.

     Em determinado momento, registrei pela audiência um espírito me perguntando o que eu gostaria de ver pintado. Mentalmente respondi “Meu Francisco de Assis”. Ao terminar a sessão, João Aparecido de Oliveira, fotografou todos os quadros, os quais, alguns serão apresentados junto a este artigo. Na 11ª tela pintada por Gasparetto, tive o prazer de constatar a resposta ao meu pedido mental feito por Picasso, ou seja, “Francisco de Assis Vitrificado” – FOTO 2, produzido em um minuto apenas.

     Pela audiência também ouvia um refrão vindo dos pintores desencarnados: “Nós estamos Vivos”, o que foi confirmado pela mãe do médium, na viagem de volta no meu carro ao Centro da cidade.

     CARÁTER MEDIÚNICO DAS PINTURAS

     Segundo a jornalista Elsie Dubugras, no livro Renoir é você, através do estudo e observação do fenômeno produzido por Gasparetto, chegou-se à conclusão de que as seguintes características encontradas no trabalho executado por Luiz Antônio, identificam a pintura como sendo de caráter mediúnico:

     1. o transe mediúnico;

  1.      a alta velocidade na confecção dos desenhos ou pintura. A média para telas simples é de três minutos mas algumas, mais elaboradas, podem levar de dez a vinte minutos;

  2.      a obscuridade durante os trabalhos — excetuam-se as sessões feitas para fins científicos que exigiram luz para a filmagem;

  3. a ausência total de modelos;

  4.      retratos de pessoas já desencar­ nadas que foram reconhecidos por parentes ou amigos;

     6. a diversidade de estilos, sendo as telas executadas em estilos se­ melhantes ao do artista que assina o trabalho;

     7. o emprego das cores e modelos preferidos pelo pintor que assina a tela;

  1.      a pintura com qualquer das mãos — Luiz António não é ambidestro;

  2.      o uso simultâneo das duas mãos, cada uma trabalhando numa parte de um quadro. Ou seja, os de­senhos simultâneos são assimé­tricos;

  1.      a execução de dois rostos ao mes­ mo tempo, ambas as mãos de­senhando simultaneamente. Às vezes, um dos rostos é pintado de cabeça para baixo;

  2. palavras escritas de cabeça para baixo e de traz para frente;

  3.      mensagens faladas enquanto a pin­ tura se processa;

  4. trabalho com os pés; e

  5.      trabalho com os pés e com uma das mãos, simultaneamente.

     MÉDIUNS FASCINADOS

     Certa ocasião fui procurado por uma pintora, para que eu pudesse analisar quadros que ela pintava em transe mediúnico. Ao observar a temática das telas apresentadas, percebi mulheres em posições sensuais, umas fumando com trejeitos de mulheres viciadas, e uma cornucópia cuja forma lembrava nitidamente o órgão genital feminino.

     Percebi tratar-se de espíritos sexólatras que exploravam as faculdades mediúnicas da referida senhora em nítido processo de fascinação. Em razão disso, orientei-a para que frequentasse reuniões de estudo do Espiritismo, e colocasse o nome dela e o respectivo endereço para o serviço da Desobsessão de um Centro Espírita. Futuramente poderia candidatar-se a frequentar reuniões de orientação mediúnica e desenvolver sob a orientação de benfeitores espirituais a faculdade da psicopictografia.

     Outro caso, também, foi a de um jovem que me apresentou diversas telas, e ao vê-las, verdadeiras garatujas, borrões, admiti tratar-se de treinamento da sua faculdade de médium pintor. Quando ele me exibiu a última, sem pé nem cabeça, assinado por Picasso, perguntei se ele já tinha mostrado aqueles quadros a alguma pessoa. Como ele me disse que não, aconselhei-o a guardá-los, estudar a Doutrina Espírita, e mais tarde ele poderia também candidatar-se ao desenvolvimento mediúnico.

     Esclareci, na oportunidade, que ele estava sendo influenciado por espíritos zombeteiros, e em razão disso, abandonasse a prática mediúnica em sua casa e procurasse um Centro Espírita.

     CONCLUSÃO

     Como vimos, a mediunidade psicopictográfica é uma realidade, e o fenômeno, pelas suas características, não deixa dúvida quanto à imortalidade da alma e a ação dos espíritos sobre a matéria. Recordando as sérias advertências de Allan Kardec, também a pintura mediúnica deve receber a crítica através do bom senso, para que o médium, bem orientado, faça de sua faculdade mediúnica ligada à arte, instrumento a serviço do bem.

    


FOTO 1 - Reprodução fotográfica do desenho da fachada da casa de Mozart, em Júpiter, pelo Espírito Bernard Palissy, através do médium desenhista Victorien Sardou

 


FOTO 2 - FRANCISCO DE ASSIS VITRIFICADO

O ESPÍRITO PICASSO PINTOU A TELA EM 1 MINUTO

(PABLO PICASSO – CUBISTA – 1881 A 1973)


FOTO 3 - TELA MÃE E FILHO

GASPARETTO PINTOU TODO ELE COM OS PÉS

(NÃO FOI ASSINADA PELO ESPÍRITO PINTOR)


FOTO 4 - TELA PINTADA PELO ESPÍRITO MANET ATRAVÉS DOMÉDIUM GASPARETTO (EDOUARD MANET – PINTOR IMPRESSIONISTA - 1832-1883)

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