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Num certo sábado, meu pai estava doente, muito doente mesmo. Totalmente entubado, inchado, rins em completa falência, sem qualquer reação fisiológica que indicasse sobrevida além de 24 horas - esse era o seu estado. Dois médicos que cuidavam dele, um cardiologista, pneumologista o outro, afirmaram não haver mais nada a fazer. Eu mesmo já não acreditava na possibilidade de sobrevida muito mais ampla do que a indicada. Ainda assim…
Na questão 424 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec colocou para os Maiores da Espiritualidade: Por meio de cuidados dispensados a tempo, podem reatar-se laços prestes a se desfazerem e restituir-se à vida um ser que definitivamente morreria se não fosse socorrido?
A resposta obtida, ao que parece, não foi bem percebida até hoje. Ei-la: "Sem dúvida e todos os dias tendes a prova disso. O magnetismo, em tais casos, constitui, muitas vezes, poderoso meio de ação, porque restitui ao corpo o fluido vital que lhe falta para manter o funcionamento dos órgãos".
Fala-se muito em moratória no meio espírita. Define-se como sendo um prolongamento de vida dado a quem está ou esteve prestes a desencarnar. Só que a quase totalidade dos espíritas afirma que quem concede a moratória são os Espíritos. Parece não ficar percebida a questão acima.
Naquele sábado, naquele estado em que meu pai se encontrava, nem ao menos me passou pela mente essa questão de pedir uma moratória para ele, até porque, ao que já tinha sido dito noutras ocasiões, ele estaria em gozo de uma dessas, quiçá a última delas.
Antes de me despedir dele no hospital, pois iria proferir uma palestra na vizinha cidade de Parnamirim, segurei-lhe num dos braços, o esquerdo, e por alguns bons minutos senti que lhe dava fluidos, ao tempo em que lhe admirava o rosto e orava aos Céus.
Quando retornava da palestra, pouco menos de 3 horas depois de minha despedida, imaginando-o já vivendo seus últimos suspiros, cheguei ao seu leito e fui totalmente surpreendido: seus rins voltaram a funcionar, a respiração já não era tão ofegante e seu pulso cardíaco estava relativamente normal.
Os médicos haviam avisado que, no máximo, na segunda-feira seguinte ele já estaria com o corpo enterrado. Pois foi exatamente nessa segunda-feira que ele recebeu alta hospitalar e ainda, para coroar tudo, sobreviveu quase 3 anos.
De conformidade com a resposta dada pelos Espíritos a Allan Kardec, o magnetismo que lhe foi transfundido naquela tarde, através de seu braço, restituiu-lhe o fluido vital que lhe faltava para o funcionamento dos órgãos.
Talvez precisasse haver técnicas naquela ocasião, mas creio que a urgência pedia os fluidos e o restante tanto os Espíritos como a própria Natureza se encarregariam, como foi o caso, de promover os ajustes para tal ocorrência.
Este episódio não é único nem isolado. São muito mais comuns do que imaginamos. Mas registram-se pouco tais evidências e diminuimos muito o valor que tem o estudo e a observação da essência espírita.
E, no caso das moratórias, é uma pena que muitos espíritas não atentem para o que os Espíritos responderam na questão citada acima. Quem sabe poderemos viver mais e melhor quando aprendermos a estudar e vivenciar essa essência!
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