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Artigo do Jornal: Jornal Julho 2013

Sobre o autor

Pedro Valiati

Pedro Valiati

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maldade2   Muitos irmãos de jornada ainda não compreenderam todo alcance e possibilidades disponíveis no exercício mediúnico. Questionam por que devemos, através do contato com espíritos ainda convictos no mal, sentir-lhes as sensações, viver-lhes as memórias e auscultar-lhes as dores mais íntimas, se espíritos de alto grau moral encontram-se presentes e "administrando" todos os movimentos na perspectiva espiritual. Outros ainda não vislumbraram os aprendizados derivados das lições do além. Muitas vezes faltam-nos, como nos diz o Cristo, os "ouvidos para ouvir e olhos para enxergar", ou seja, uma percepção além da matéria.

   Além das lições cristalinas referentes à questão moral e à possibilidade da prática do bem no atacado, nos é facultado o contato com irmãos sob a ilusão do ódio pela "proximidade moral" na qual nos encontramos. As dificuldades do espírito ainda "ardem" em nós sob as "brasas" das tentações; ainda possuímos as tendências infelizes sob as vestes do apego a matéria; vez ou outra, ainda soçobramos nos movimentos de elevação. Eis por que nos é tão fácil e necessário o contato mediúnico.

   Contudo, enganam-se os que duvidam da imortalidade da alma e acreditam serem os líderes do mal criações imutáveis de Deus. Tenho aprendido nestes anos de tarefa junto à mediunidade que não existe alma impenetrável, para todo ser existe a "senha", travestida sob a ocorrência correta, dentro da aplicação das leis de amor.

   Apenas para dar-lhes maior contexto do caso prestes a ser relatado, permitam-me descrever meu atual trabalho mediúnico. Sou dialogador de um grupo cuja finalidade é o tratamento da desobsessão infantil grave. Muitos acharão estranho o envolvimento e ocorrência da obsessão em crianças muitas vezes ainda incapazes de comunicar-se verbalmente. Esquecemos que a alma traz débitos e, além disso, o amparo dos anjos de Deus tem o alcance prejudicado se os próprios genitores ou responsáveis enclausuram-se nas piores escolhas (viciações e desequilíbrio), permitindo, assim, o assédio pernicioso.

   Certa vez, um espírito bastante renitente, apresentou-se sob a fixa ideia de vingança, não apenas da parte dele, mas de milhares, sob as vias do ódio, contra criança de aproximadamente 7 anos de idade, então tirano e genocida de outras épocas. A vingança, acreditava, era o motivo da existência e de todos os desforços. Conhecia os respectivos comprometimentos, mas dispensava toda e qualquer possibilidade de reajuste diante das lembranças e narrativas dos acontecimentos pretéritos. Bastante difícil nestes casos, para o dialogador, questionar os envolvimentos do passado invocando os conceitos da justiça divina - da mesma forma, o recomendar do perdão costuma não exercer resultados, pois se trata de um irmão com severos traumas, portanto, perdoar dificilmente será cogitado. Entendamos que, em tais situações, estes irmãos são, muitas vezes, igualmente considerados vítimas, em virtude dos padecimentos anteriores.

   Nestas ocasiões, saibamos que a espiritualidade é companheira e contém, dentro de estratégia previamente traçada, a solução necessária. Para este caso e sob forte influência do mentor do trabalho, o dialogador reviveu o passado feliz do espírito infeliz, rogando a presença do antigo filho, sob a forma de 3 a 4 anos, e fazendo-o agarrar-lhe as pernas, tal como antes. A ocorrência trouxe-lhe não apenas a memória ditosa, mas abriu-lhe o campo mental e sentimental para reavaliação dos respectivos valores, daquilo que era realmente importante. Ainda atônito, e diante de grande dilema moral, o espírito finalmente questionou-se as prioridades e escolhas. Não existem espíritos impenetráveis ou absolutamente insensíveis, e sim a "senha" correta e o momento azado para o despertar. O amor é irresistível.

   Não nos é possível investigar os pormenores do caso relatado, porém, fica a sensação de que a espiritualidade, sob os esforços de resgatar uma alma em desespero e dor, "regrediu", sob impulso energético, o perispírito do filho amado para "identidade" infantil, fazendo com que o apelo emocional surtisse o efeito desejado no sofredor. Cumprindo a promessa Divina constante em Jeremias (23:3): "E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos".

   Independente das nossas escolhas e equívocos, estejamos nós encarnados ou não, a evolução é o caminho inevitável. Cedo ou tarde o criminoso mais hediondo, o líder público mais irresponsável ou o tirano mais cruel cederá sob os impulsos do amor. Jamais duvidemos das possibilidades divinas. Toda alma traz em si a "senha" do respectivo recomeço baseado no infindável alcance do sentimento, entretanto, muitas das vezes trazido nos braços do desespero e da dor.

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