Somos avisados pelo plano superior dos acontecimentos?
Ao estudar este tipo de questão, somos levados a discutir outras: existe o Plano Espiritual como um mundo diferente mas não oposto ao nosso? Podem os habitantes deste mudo entrar em contato conosco para dar algum tipo de informação que nos possa auxiliar de algum modo ? Estas serão as questões que abordaremos aqui.
A documentação, tanto histórica como religiosa, parece comprovar este tipo de comunicação. Na Bíblia há um grande número de exemplos. No Evangelho, quando Herodes decide matar as crianças até dois anos com o intuito de eliminar o rei dos judeus que os magos vieram adorar, José, marido de Maria e pai de Jesus, é avisado em um sonho, aconselhado a deixar sua casa e empreender com a família uma viagem ao Egito. Ele aceita o conselho e parte para as terras do Nilo. Passado o perigo, é informado pelo espírito responsável por esta parte da missão de Jesus Cristo de que a ameaça não mais existia e o casal poderia voltar em segurança.
Encontramos, ainda, na tradição cristã, o caso de Cláudia Procula, esposa de Poncius Pilatus que, antes do julgamento de Jesus, teria, em sonho, sido avisada da inocência do homem que seu marido iria julgar. Atribui-se a este sonho a atitude cautelosa de Pilatus com respeito à condenação de Jesus.
Uma outra forma de aviso, muito conhecida, inclusive pelos especialistas em Parapsicologia, é o aviso de morte. Uma das formas mais comuns desse fenômeno é a seguinte: Uma pessoa dá a outra um presente que pode ser um relógio de parede, um espelho ou um retrato colocado em um quadro. Em um certo momento, o relógio pára misteriosamente, o espelho racha ou o retrato cai da parede sem qualquer motivo claro. Tempos depois, a pessoa fica sabendo que os danos acontecidos com estes objetos sucederam no dia e na hora da morte do presenteador.
Há um caso muito citado pelos estudiosos da matéria. Quando o Marechal French comandava as forças inglesas na Primeira Guerra Mundial, morreu em combate. No momento de sua morte, no Castelo de Deal, viu-se a bandeira inglesa cair ao longo de sua haste, enquanto, no interior do castelo, uma bandeira dos Estados Unidos precipitou-se por terra.
Um terceiro tipo deste fenômeno é o aviso de perigo. O escritor Giovanni Dupré em seu livro "Recordações Autobiográficas", conta o seguinte caso : Certa ocasião, ele saiu de sua casa em uma caleça, acompanhado de sua esposa... Tudo ia bem, quando ouviu claramente uma voz que o mandava parar. O escultor olhou em redor e não vendo pessoa alguma, não deu ao fato maior importância. Novamente a voz imperiosa se fez, ordenando parar, entretanto, mais uma vez ele ignorou a voz. A viagem prosseguiu e, mais uma vez, a vos misteriosa insistiu. Giovanni, então, obedeceu. Parou o carro e percebeu que uma das rodas estava prestes a desligar-se do carro, o que, se acontecesse, provocaria um grave acidente.
Theodore Florunoy, em seu livro "Espíritos e Médiuns", fala de um comerciante da América do Sul que ouvia sempre ao seu lado uma voz feminina que o advertia dos mais diversos tipos de perigo. O mesmo Flournoy conta o caso de uma senhora que, estando em profunda depressão, decidiu pôr termo à vida. No momento em que estava na iminência de realizar o gesto extremo, ouviu a risada alegre de se filho pequeno que estava na casa com a avó a muitos quilômetros dali. Penso que seria muito importante terminar este artigo com as palavras do apóstolo Paulo : Nós somos vigiados por uma nuvem de testemunhas, testemunhas do bem, testemunhas do mal.