O suicídio direto ou indireto, como ato de violência e transgressão moral e física imposto por alguém a si próprio, é amplamente analisado pelo Espiritismo. Após sua consumação, surge o despertamento da consciência e, além de desapontar-se e atormentar-se pelo equívoco, a criatura consequentemente imprime desequilíbrios no corpo espiritual. Para seu reajuste, em novas encarnações, o programa reencarnatório é variável. O grau evolutivo, a capacidade de discernimento e a gravidade são importantes considerações para a intensidade das consequentes expiações e provas. Muitas enfermidades, inibições e mutilações podem, deste modo, configurar valiosas experiências para a conquista da melhoria espiritual do ser. Assim, por exemplo, é possível a instalação de afecções cardíacas, distúrbios digestivos ou endócrinos, comprometimentos respiratórios e da fala (gagueira e demais afasias ou dislexias), fobias, alterações do sistema nervoso e de estruturas sensoriais (paralisia cerebral, surdez, cegueira...) e uma infinidade de outras possibilidades passam a constituir significativa terapêutica providencial no tratamento e cura da alma.
Estas medidas regenerativas, no entanto, não implicam de modo algum que as demais pessoas se mantenham indiferentes e criem obstáculos interativos, dificultando a fraternização, convívios afetivos saudáveis e atitudes inclusivas. Mesmo porque, muitos daqueles que hoje vivenciam circunstâncias retificantes não faliram solitariamente, podendo ter sido induzidas ou conduzidas no pretérito à prática do suicídio pela intervenção desajustada, omissa ou tóxica de quem presentemente compartilha, próxima, ou distantemente, a atual existência.