As deficiências são amplamente sinalizadas como expiações terrestres em várias obras do Espiritismo. Allan Kardec promoveu a evocação de Um Espírito que, na Terra chamava-se Françoise Vernhes, cega de nascimento e filha de um proprietário de terra arrendada nas cercanias de Toulouse (França) desencarnada em 1855 aos 45 anos, a qual fez um relato bastante instrutivo por comunicação psicofônica quanto à cegueira e o amparo de seu Espírito Protetor.

Ela, mesmo cega, ocupava-se constantemente em ensinar o catecismo aos meninos, os preparando para a primeira comunhão. Em um dia de inverno, retornando de um passeio que fez em companhia de uma tia, foi preciso atravessarem caminhos lamacentos da floresta pouco iluminada. Por isto, era preciso a maior precaução para que as duas mulheres não caíssem nos buracos. Então, a tia quis lhe dar a mão, mas Françoise respondeu que não era preciso se incomodar, pois não corria risco algum devido ela ter aos ombros uma luz que a guiava, pedindo à tia que a seguisse porque seria ela a conduzir em lugar de ser conduzida. As duas terminaram a jornada sem sofrerem nenhum acidente, sendo a mulher cega a condutora.