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Artigo do Jornal: Jornal Agosto 2018

Sobre o autor

Pedro Valiati

Pedro Valiati

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Datado de cerca de 13 séculos antes da vinda do Mestre, iniciava a jornada peregrina de um povo que, novamente, encontrava-se sem destino, sem um lar. 

Teriam sido quase quatro séculos de escravidão, sem compreender que as causas de tanto sofrimento neste planeta residiam longe aos olhos e coração. Assim como a tal “Terra Prometida”, não passava, talvez, de lembrança longínqua, de saudade inconsciente, do cansaço de uma busca material, sem se atentar de que a jornada aguardada para o alívio do coração, era do espírito. 

Contudo, necessidade alguma passa despercebida aos olhos do Pai, e este reservou para esta nação a oportunidade de receber dentre eles o caminho, a verdade e a vida. E, conforme o planejamento divino, o Senhor quis que o Salvador surgisse humilde e sereno, ferindo as mãos na madeira rude durante a adolescência até que chegasse o momento de espalhar a luz da humanidade. 

Porém, o exclusivismo coletivo, característica deste povo desde os idos tempos de Capela, fez com que a voz meiga fosse rejeitada pelo orgulho, o que levou a hediondez e ao sacrifício do Cordeiro de Deus, agravando ainda mais o débito cármico. 

Então, o povo de Deus, com a missão redentora de conduzir a mensagem do Deus vivo, bem como a doce mensagem da libertação, preferiu agarrar-se aos grilhões dos hábitos do pretérito, agravando acontecimentos históricos infelizes e conduzindo a perseguições atuais, sem observar, conforme mencionamos, as raízes de um passado distante do tempo e da geografia planetário. 

Utilizamos o rico elemento histórico para trazer um paralelo atual. Hoje, o povo de Deus somos todos aqueles chamados ao movimento de renovação em qualquer parte do mundo, tal como o povo de Israel. O povo de Deus cruza, desta vez, a escravidão do materialismo dos sentidos, das buscas do prazer fugidio como ponte de uma nova fase. Hoje, o povo de Deus atravessa o deserto moral, representando a tão presente corrupção, o crime, a ausência fraternal. Levando ao desânimo e a prisão em si mesmo, sem observar que o Cristo já se encontra entre nós, onde somos os responsáveis por anunciar-lhe e reproduzir lhe em todos os lugares.

O cotidiano sufocante atribulado, bem como as investidas e assédios do mal, obscura os sentimentos, provoca o cansaço do desânimo, esconde a irradiação luminosa da esperança, tal como ocorreu com o povo de Israel. O Cristo nunca esteve tão presente, nas oportunidades, algumas bastante difíceis, contudo, ninguém prometeu a facilidade aos filhos de Deus na tarefa de trazer a fraternidade ao lar em desarmonia, no reencontro nem sempre feliz de outras épocas.

Quando nos chega o látego previsto da existência, muitas vezes, esquecemos a condição de aprendizes e trabalhadores, nos fechando às contingências do sentimento da alma.

Sufocar a luz das oportunidades da redenção na vida, onde aflorar-se-ão as resistências das fibras morais, despertando os sentimentos das virtudes, é deixar o Cristo em uma posição marginal na nossa existência.

Não é para isso que estamos neste mundo, muitas vezes nos sentindo escravos do cotidiano e atravessando o deserto das inquietações.

É bem verdade que, neste momento, atravessa o povo de Deus o vale de lágrimas, perfaz o caminho do Gólgota, experimenta o madeiro ultrajante da intolerância e do desamor, entretanto, jamais devemos perder de vista o alvorecer redentor da ressurreição do novo homem em um novo mundo. Ama e acompanha o cristo os nossos passos, a feita de irmão presente, porém conhecedor de que cada um deve carregar a respectiva Cruz.

Fora ao desânimo! Diante da decepção, recomeça; Perante o erro, reflete; Se a queda te foi espetacular, recorda que no final do caminho o Cristo te aguarda com os braços abertos, ávido por te receber, enxugar as tuas lágrimas e curar suas feridas. Vive o Cristo, pois as sementes evangélicas já vivem em ti.

Reflete, povo de Deus, que durante a peregrinação do deserto não houve sequer um segundo sem que o pai acompanhasse ou protegesse aquelas almas, apesar da rudeza da época, bem como do coração.

Prossegue, apesar de tudo e de todos. Recomeça, apesar dos erros e das dificuldades. Ama, apesar dos dissabores e contragostos.

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