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Artigo do Jornal: Jornal Abril 2018
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Essa afirmativa, feita por José Herculano Pires em sua Introdução, na tradução que fez do original para a comemoração dos cem anos de lançamento de O Livro dos Espíritos, deve ser por nós assimilada e bem compreendida.

Todos nós, espíritas, já sabemos que a 18 de abril de 1857 foi publicado por Allan Kardec esse precioso livro que dava a luz à Doutrina Espírita. Já sabemos que nele, de forma concisa, mas nem por isso menos clara e transparente, está contido todo o corpo doutrinário da Codificação Espírita, depois desenvolvido nos quatro outros volumes seguintes: O Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.

Trata-se de um grande livro, cujo valor muitas vezes vem sendo negligenciado pelo meio espírita, que frequentemente parece mais interessado nas obras mediúnicas, as mais diversas, inclusive aquelas sem muita análise quanto à sua coerência doutrinária; Vê-se atualmente o meio coalhado de outros tantos livros, que seduzem e encantam a muitos com suas promessas de “salvação” a curto prazo, mediante posturas externas e na verdade superficiais, porque não decorrem de uma verdadeira transformação interior em função do reconhecimento da responsabilidade pelas nossas escolhas, ao que nos conclama com empenho a nossa Doutrina.

Composto por quatro partes, com as perguntas de Kardec e seus comentários e as respostas dos Espíritos Superiores, encontramos nele esclarecimentos sobre Deus, o Universo, a criação, os Espíritos e suas vidas no mundo espiritual, suas ocupações e situação física e consciencial; mas, acima de tudo e mais importante, encontramos ali ensinamentos de elevada ordem moral, fincados nas leis divinas.

A primeira parte, que abrange as questões de 01 a 75, trata das causas primárias e questões filosóficas, a saber: Deus e o Universo, Fluido Cósmico Universal, Espírito e Matéria e Princípio Vital, o que estará mais explicitado no quinto volume, A Gênese.

A segunda, da questão 76 a 613 (538 questões, 11 capítulos), fala do mundo dos Espíritos, sua origem, natureza, reencarnação, interferência, objetivo, atividade, e pluralidade dos mundos habitados; dessa parte surgiu O Livro dos Médiuns.

A terceira parte, compreendendo da questão 614 a 919a (306 questões, 12 capítulos), apresenta as leis morais e sua aplicação, parte valiosíssima para nosso efetivo progresso espiritual, de vez que esclarece acerca de comportamento e valores morais; justamente dessa parte surge posteriormente O Evangelho Segundo o Espiritismo.

E finalmente a quarta parte, da questão 920 a 1019 (99 questões, 02 capítulos), discorrendo sobre penas e gozos, esperanças e consolações, felicidade e infelicidade, dando origem assim ao livro O Céu e o Inferno, além de nos remeter particularmente ao capítulo V de O Evangelho Segundo o Espiritismo, versando sobre as aflições (Bem-Aventurados os Aflitos).

Com essa muito sucinta apreciação podemos ter uma vaga idéia da profundidade e da importância desse livro para o Espiritismo e para cada um de nós espíritas – e até para não espíritas que se debrucem com seriedade sobre ele. Muitos a quem perguntamos se já o conhecem, respondem “já li sim” e demonstram não mais se interessar em reler...

Por isso, Herculano Pires, na mesma Introdução inicialmente citada, ainda recomenda: “Este não é um livro comum, que se pode ler de um dia para o outro e depois esquecer num canto da estante. Nosso dever é estudá-lo e meditá-lo, lendo-o e relendo-o constantemente”. Será que nós, espíritas, fazemos isso? E o ilustre espírita prossegue esclarecendo:

“Com este livro, a 18 de abril de 1857, raiou para o mundo a era espírita. Nele se cumpria a promessa evangélica do Consolador (...) O Livro dos Espíritos é o código de uma nova fase da evolução humana.”

Estas são afirmações aliás muito apropriadas. Efetivamente, ele traz um código perfeito para auxiliar a humanidade a evoluir de forma esclarecida, sustentada pela fé racional.

De grande valia ainda, ao final do livro, as Conclusões de Allan Kardec. O mestre espírita nos oferece um resumo de determinados pontos importantes que se destacam dos ensinamentos ali contidos, apresentando-os em 9 itens, separados em função do seu conteúdo e significado: I) a relação do espiritismo com o magnetismo; II) a questão do materialismo; III) ausência de crença na imortalidade; IV) certeza do futuro; V) progresso moral; VI) a força do espiritismo; VII) aspectos do espiritismo; VIII) moral espírita; e IX) divergência de opinião.

Portanto, companheiros de ideal espírita, voltemos um olhar respeitoso e carinhoso para esse pilar da nossa doutrina, livro fundamental e essencial para que se possa avaliar todo e qualquer outro livro que se pretenda espírita, da lavra de encarnados ou de desencarnados, porque n’O Evangelho Segundo o Espiritismo, Introdução, item II, Kardec recomenda e enfatiza analisarmos tudo que nos cai nas mãos pelo seu conteúdo “por mais ilustre seja o nome que assine”.

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