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Artigo do Jornal: Jornal Fevereiro 2017
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“... QUANDO CHEGAR O MOMENTO, OS HOMENS SERÃO ADVERTIDOS PELOS ÍNDICES PRECURSORES. TAIS SINAIS NÃO ESTARÃO NEM NO SOL, NEM NAS ESTRELAS, MAS NO ESTADO SOCIAL E NOS FENÔMENOS MAIS MORAIS DO QUE FÍSICOS...”  Allan Kardec – A Gênese – Cap.XVII – item 57

Vivenciamos presentemente um estado social dos mais lamentáveis – a todo momento, de uma forma ou de outra, somos defrontados com todo tipo de violência, de afronta à moral, à ética, à solidariedade, à fraternidade, à justiça, enfim aos direitos humanos mais fundamentais.

Por isso nos lembramos dessa afirmativa de Allan Kardec, que nos parece tão atual. O período que atravessa a humanidade apresenta todos os sinais de uma época de transição antecedendo grandes transformações, envolvendo o entendimento das leis que regem todo o universo, isto é, criaturas de todo gênero e também a natureza; parece que começamos a compreender que tudo está interrelacionado, como aliás nos esclarece a doutrina na questão 540 d ’ O Livro dos Espíritos .

Os sinais que hoje constatamos, quais sejam os excessos de consumo, de ganância pelo poder financeiro, bélico, religioso, as arbitrariedades e os autoritarismos, a violência superlativa, além do fato assustador de tudo isso ser apresentado, e frequentemente considerado, como rotina da vida do cidadão, comprovam sobejamente a necessidade de revisão de conceitos e preconceitos.

Há milênios vimos caminhando, repetindo erros e equívocos que a história tem registrado e mostrado o quanto nos têm custado. Hoje, com a ciência e a tecnologia avançadas e com a aceleração dos eventos e das descobertas e sua difusão pelo mundo todo quase que imediata, tudo parece nos atingir mais depressa, mais diretamente, não importando o quanto queiramos evitá-lo.

Vemos atualmente a questão dos milhões de refugiados, fugindo das mais dolorosas situações, enfrentando meios de fuga até com risco de vida, para encontrarem paz e segurança, mesmo que ainda submetidos a condições extremamente precárias. Vemos ainda a derrocada do sistema penitenciário brasileiro, com revoltas e reações das mais desastrosas, com a constatação ainda de corrupção entre os envolvidos de todo tipo. Entretanto, tudo isso leva os responsáveis por tais sistemas a finalmente não mais poderem fingir que não sabem, a ignorar o problema.

Na Revista Espírita de março de 1867, num texto sobre solidariedade, um Espírito amigo afirma que “O homem não é um ser isolado; é um ser coletivo . O homem é solidário do homem. É em vão que procura o complemento de seu ser, isto é, a felicidade em si-mesmo ou no que o rodeia isoladamente: não pode encontrá-la senão no homem ou na humanidade, tanto que a infelicidade de um membro da humanidade, de uma parte de vós mesmo, poderá vos afligir” .

Portanto, cada vez mais precisamos analisar cada um desses acontecimentos, particularmente os nefastos, conhecer-lhes as causas e buscar os meios que possam ao menos começar a modificá-los. Fugir, fingir ignorar e assim omitir-se e alienar-se só poderá trazer o agravamento dessas situações e de cada indivíduo em particular. Léon Denis afirmava com muito acerto que “a ignorância é a fonte de todos os males”. N ’ O Livro dos Espíritos , a resposta à questão 634 é muito clara quando esclarece a respeito do bem e do mal: “se não houvesse montanhas, o homem não saberia o que é subir e descer; se não houvesse rochas, não saberia o que são corpos duros” .

De nada adianta a aparência de dignidade, de intelectualidade, de religiosidade, se a iniquidade e a impunidade continuam grassando em todos os níveis – entre juízes, desembargadores, senadores, delegados, políticos, homens de altos cargos e elevadas fortunas e também de outras tantas posições menos destacadas, assim como entre os pobres e os miseráveis, há tanto tempo espezinhados.

Voltamos ao mesmo texto de março de 1867: “Ficai certos de que quando tiverdes feito, para o vosso melhoramento moral, a metade do que fazeis para melhorar a vossa existência material, tereis feito a humanidade dar um grande passo” .

Consequentemente, visto que já conhecemos os sinais precursores, devemos trabalhar para minorá-los – posto que ignorá-los tornou-se impossível – enfrentando-os com ações positivas, com boa vontade e paciência, mas com firmeza e decisão e sempre de modo fraterno, lúcido e objetivo, sem esperar que as entidades públicas, beneficentes ou privadas façam também a nossa parte.

 

Bibliografia:

  1. Allan Kardec – A Gênese – Cap.XVII – item 57
  2. Na Revista Espírita de março de 1867, num texto sobre solidariedade, um Espírito amigo
  3. O Livro dos Espíritos – q.540 e 634
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