Analisando a atual situação de violência ostensiva em tantos domínios, mesmo naqueles onde o que esperamos é proteção, amparo e carinho, concluímos que realmente o que estamos atravessando, e enfrentando, é a fase de “excesso do mal” (1) que antecede a necessidade efetiva, a vontade real de transformação, nossa e do mundo que nos cerca. Justamente por isso a nossa indignação cresce – aquela indignação que faz com que busquemos mudanças sérias e concretas devido à necessidade urgente do bem que desperta em nosso íntimo e que nos incita a realizar as reformas óbvias, em nós primeiramente, e nas nossas leis, instituições e, particularmente, procedimentos, “por meios diretos e materiais” como cabe a espíritos encarnados (2).
Essas mudanças têm forçosamente que passar pela melhoria da desigualdade social que assola o mundo em função da ganância de um reduzidíssimo grupo de beneficiados – materialmente, pois sabemos que espiritualmente lamentavelmente a miséria dessas criaturas é desastrosa. Há algum tempo ouviu-se um estadista declarar em reunião da ONU que “a especulação de poucos levou as massas ao desespero” – e infelizmente não podemos deixar de concordar com essa declaração...