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Artigo do Jornal: Jornal Junho 2016

Sobre o autor

Pedro Valiati

Pedro Valiati

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       Observemos a matéria vulgar, sob a presença de pressão e temperatura, unida ao ingrediente do tempo, adorna-se de valioso conteúdo, transformando-se em diamante.

       O ferro natural retorna o aço nobre, contudo, necessita das labaredas crepitantes para que se adquira a pureza. Em outro momento, se valerá dos golpes certos para que a forma correta lhe seja impressa para, finalmente, se atinja a utilidade plena.

       A própria morte física é o portal para o espírito imortal, onde as situações da existência, o tempo desgastante, pouco a pouco, liberam a crisálida, submetidos às limitações, sensações e lapidações, que apenas o palco terreno proporcionam.

       Hoje faremos uma análise sobre a crise.

       Não subestimemos o poder transformador das crises, se trivial fosse, o Cristo não mencionaria a necessidade do escândalo ou a Codificação Kardequiana não a traria o devido destaque na lei de destruição, descrita nO Livro dos Espíritos, dentre as Leis Morais.

       As crises nada mais são que as necessárias situações as quais geram dúvidas ou dores, condições necessárias que, se direcionadas por forças construtivas, exercitam a reflexão e estabelecem a necessidade do trabalho.

       Uma lei divina solicita a presença de outra.

       As crises, ao exercitar os esforços do trabalho, seja estimulado ou forçoso, revelam novas virtudes, se as respectivas reflexões forem produtivas.

       A força interior multiplica-se e dilatamos limites próprios de forma substancial e inimaginável. Recordemos as obras apostólicas após o retorno do Cristo ao plano imaterial, os passos percorridos por aqueles homens, sendo perseguidos e sob constante pressão, contudo, determinados a divulgar a mensagem.

       Kardec também experimentou as crises dos irmãos desvirtuados a deixar os serviços aos pés do Codificador. Nem mesmo as crises da discordância foram suficientes para que o pentateuco espírita deixasse de ser o produto inicial da jornada do espiritismo na Terra.

       A Terra é um projeto antigo projeto divino, cerca de 4,5 bilhões de anos, em seus ciclos e crises, vem cumprindo os objetivos e produzindo avanços, não é o momento, e nem racional, acreditarmos que um projeto dessa magnitude sofra pelo risco do fracasso, por conta de décadas de dificuldades agudas. Lembremos de desconhecer os planos e métodos divinos.

Se o planeta ebule, lembremos do processo de confecção do diamante.

       A evolução moral, mesmo que sob a charrua da crise, é um determinismo celeste.

       Chega o momento de refletirmos sobre as crises anteriores, próprias.

       Diante dos instantes da mudança irreversível, reflitamos sobre os nossos apegos e objetivos.

       No lar, observemos os contrastes de afinidades sob constantes riscos de crises. Há que se ter paciência e tolerância, sempre. Utilizar todos os esforços para se evitar as secções nos relacionamentos, já antagonizados nos autos das existências anteriores.

       Não prolonguemos problemas, por acreditarmos que não existam soluções.

       Em verdade, as crises são oportunidades as quais muitas vezes não entendemos a causa ou objetivos.

       A vida material tem, em muitos casos, constantes mudanças e contradições. Não compreendemos o problema que não cessa, o sentimento negativo que não falta, a ferida que não fecha, a rotina que não dá tréguas, o medo que não descola dos pensamentos ou, ainda, a mágoa do coração.

       Crise reveladora, a qual pode levar a angústia diária, ou ao desenvolvimento da fé a qual cala as ansiedades.

       Crise bendita, pode constar antigos objetivos atávicos ou infelizes, ou ainda, abrir o portal da reconstrução do templo do espírito, rumo a felicidade.

       Crise renovadora, a qual pode prolongar querelas pretéritas, perdidas no tempo, ou coroar a lei do amor, no perdão que equilibra e acalma.

       Percebamos que as mazelas, sejam angústias, medos e ansiedades, as quais muitas vezes nos direcionam a vazão medicamentosa, nada mais são que crises mal administradas no templo interior.

       Que haja a crise, mas não haja discórdia.

       Que ocorram as dúvidas, mas não as divisões.

       Que se sigam as mudanças, mas nunca as disputas.

       Que ocorram as discussões, mas jamais a competição.

       Que o trabalho se multiplique, mas jamais, diante dos procedimentos contrários ao amor.

       Que Deus abençoe o coração de todos e lhes traga a paciência e clarividência da bendita missão das crises, financiadora das mudanças.

       Não será assim para sempre, chegará o momento em que os chamamentos da mudança se darão de forma natural, como simples condicionamento evolutivo.

       Aos poucos, as palavras do Cristo ganham sentido, a letra evangélica imprime-se na alma e, compreendendo deveres pessoais, a responsabilidade na plenitude moral, as ações do amor e caridade tornam-se que reflexos naturais, amparo incessante, ânimo e felicidade em auxiliar sempre. Fazendo, assim, que se brilhe a vos sa própria luz.

Paz a todos!

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