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Artigo do Jornal: Jornal Junho 2014
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CONSOLIDAR O ESTADO LAICO –OS ESPÍRITAS NÃO TÊM CANDIDATOS – A AMBIÇÃO POLÍTICA DE JUDAS DEU NO QUE DEU – A CONDUTA ESPÍRITA NAS ELEIÇÕES – A ESCOLHA DOS CANDIDATOS PELOS ESPÍRITAS

 

Um dos modos com que os Espíritas podem perturbar a marcha do Espiritismo, segundo o benfeitor espiritual André Luiz, no livro Opinião Espírita, é especular com a Doutrina em matéria política, ou seja, tirar proveito pessoal desse envolvimento. Eis porque os adeptos do Espiritismo, na defesa dos interesses do Movimento Espírita, não precisam eleger parlamentares para o Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais de todo o País.

É importante lembrar que Jesus, o nosso guia e modelo, jamais buscou o poder político para divulgar e implantar os seus ensinamentos. O Mestre, quando esteve entre nós, atendeu antes de tudo aos interesses do Pai Celestial junto ao coração humano, sem que para isso necessitasse de portarias ou decretos. Os discípulos sinceros de Jesus não necessitam de cargos eletivos na política para cumprir sua missão neste mundo.

CONSOLIDAR O ESTADO LAICO

Como cidadão brasileiro, entendo que é necessário consolidar o estado democrático em nosso País, preservando-se uma vez mais a condição de estado laico. O laicismo começou a ser adotado primeiro no campo da filosofia, e depois no campo da ciência. Por extensão, o princípio do laicismo passou a ser também aplicado à política, confundindo-se com o chamado liberalismo político, cujos princípios devem prevalecer numa sociedade verdadeiramente democrática.

O Liberalismo Político é a doutrina que visa estabelecer a liberdade política do indivíduo em relação ao Estado, porque defende os direitos inatos do homem; preconiza oportunidades iguais para todos; estabelece a separação entre Igreja e Estado; exige que a atividade estatal se restrinja à proteção das liberdades religiosa e de imprensa (direito de expressão), assim como assegura o direito de propriedade individual (propriedade privada). Tais são as características de um Estado democrático.

Por isso mesmo, precisamos evitar todas as formas possíveis de estabelecimento de um governo teocrático, administrado por religiosos, para não retroagirmos à Idade Média. Se tal fato acontecer, a democracia “irá para o espaço, em nome de Deus”, como ocorreu no Afeganistão sob a liderança religiosa dos Talibãs. Essa é a razão de não ser nada saudável colocar Deus no centro da política, como justificativa para se cometer uma série de arbitrariedades em nome Dele, lembrando o que já disse certa feita: “Deus nunca subiu nos palanques políticos”.

OS ESPÍRITAS NÃO TÊM CANDIDATOS

Se por um lado não existem candidatos espíritas, por outro nada impede que qualquer cidadão Espírita que se orienta pelas obras codificadas por Allan Kardec, postule um cargo eletivo. Mas, em hipótese alguma, ele tem delegação do Movimento Espírita para falar em nome dos Espíritas.

Sendo assim, os Espiritistas não fazem acordos ou conchavos políticos, pois não dependem de verbas e nem do poder transitório do mundo para manter suas atividades religiosas e assistenciais. Do ponto de vista dos ensinamentos da Doutrina Espírita, não se deve fazer proselitismo religioso, isto é, impor sua religião a outrem, mas sim expor os conceitos espíritas, assim como também não se deve fazer proselitismo político à custa da religião.

Queremos frisar que os Espíritas, mantendo essa clara e definida posição, previnem-se contra o erro cometido por Judas. Devido à sua ambição política, ele acabou levando o Cristo a morrer na cruz, a pretexto de acelerar a vitória do Evangelho. É por essa razão que os Espíritas não se desviarão do ideal delineado por Allan Kardec: levar ao torturado coração humano a mensagem de esperança e de luz do Espiritismo, o Consolador prometido por Jesus.

A ESCOLHA DOS CANDIDATOS

O Espírita, como todo e qualquer cidadão brasileiro, é livre para escolher o seu candidato e votar em quem desejar. É claro que, consciente da sua responsabilidade, ele não escolherá os candidatos que defendam o aborto, a pena de morte, a eutanásia ou a liberação das drogas. E também não escolherá os que vivam da corrupção, pois tudo isso contraria os princípios morais estabelecidos pelo Espiritismo.

Desejamos esclarecer que não há, no Movimento Espírita, nenhuma intenção de formar bancadas nos parlamentos, para não desvirtuar a verdadeira finalidade do Espiritismo, qual seja: a transformação moral da humanidade. O seu programa é de ordem educativa, moral e intelectual, desatrelado totalmente da política partidária, uma vez que ela não é de competência do Espiritismo e, a bem da verdade, não é de competência de nenhuma das religiões existentes. A Filosofia Espírita permite a atuação dos Espíritas no sentido de promover a organização social ideal através da educação.

CONDUTA ESPÍRITA E POLÍTICA

Por ser oportuno, lembramos que o documento ORIENTAÇÃO ESPÍRITA, editado pelo Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira, traça,nas suas Recomendações de Ordem Geral, diretrizes quanto ao comportamento dos Espíritas em face dos eventos políticos, com base na orientação dada pelo benfeitor espiritual André Luiz, na obra Conduta Espírita. As diretrizes, entre outras, são as seguintes:

  • “Impedir palestras e discussões de ordem política nas sedes das instituições doutrinárias, não olvidando que o serviço da evangelização é tarefa essencial;
  • Não comerciar com o voto dos companheiros de ideal, sobre quem a sua palavra ou cooperação possam exercer alguma influência. A fé nunca será produto para mercado humano; 
  • Em nenhuma oportunidade, transformar a Tribuna Espírita em palanque de propaganda política, nem mesmo com sutilezas comovedoras em nome da caridade. O despistamento favorece a dominação do mal”.
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