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            Com grande alegria, apresentamos a entrevista com o músico espírita Itajara Dias* (ID), que aborda algumas questões importantes sobre a música e o espiritismo, bem como oferece através dessa entrevista importantes observações fundamentadas pelo músico e psicólogo sobre a natureza artística, educativa, científica, mediúnica, filosófica e doutrinária:

 

Como você vê a música no terceiro milênio e sua relação com o homem?

            ID - Na minha visão de músico espírita, ela acompanha a evolução moral do planeta, porém, com um importante detalhe que observo em todas as épocas: ela está sempre no mínimo um passo à frente da vibração dos seus ouvintes. Sempre emanando o que eu poderia chamar de "propulsor evolucional". Explicando melhor o meu pensamento, o movimento dançante desde a época do homem das cavernas era intimamente associado ao som dos galhos balançados pelo vento, pelos sons emitidos por animais, pelo próprio ritmo do coração, por sons, enfim, da natureza. Esse é e sempre foi um instinto de reproduzir o que está à nossa volta, visando a sua compreensão e consequente quebra da "angústia" mediante tantas ameaças à sua volta. Mediante a introjeção do que víamos e ouvíamos, nós, enquanto primitivos, elaborávamos a exteriorização terapêutica dos sentimentos que, após "ruminados", eram expostos com alguma idealização do que seria resultado de uma busca instintiva pelo PERFEITO.

            Fazíamos efeitos sonoros dançantes agora mais agradáveis, que correspondessem a esse ideal de perfeição instintivo. Em contrapartida, os efeitos sonoros fazem como um espelho, atuando diretamente na evolução dos seres, pois, como estão em um ponto acima em termos de idealização, promovem a sua evolução, isto é, a atração instintiva por algo mais. Desde a história do ser humano isto ocorre, a partir do momento em que a sonoridade e o ritmo (protótipos da nossa música) facilitaram o desenvolvimento da inteligência. Portanto, até os dias de hoje, a música está sempre a um passo ou mais na frente da alma humana, fazendo o serviço de uma extração do melhor do interior de nós que é originalmente divino, e, com a ajuda de inúmeros prepostos enviados para fomentar a nossa evolução encarnados e desencarnados, realizar o reino de nosso Criador na Terra. Através do homem, para o homem, com ajuda superior, a música no terceiro milênio está, em diversos locais do planeta, cada local em seu nível próprio de necessidades, aos poucos elevando o nível vibracional dos seus habitantes.

 

Como você avalia uma criança prodígio, musicalmente?

            ID - Sempre existiram crianças prodígios, possivelmente em todos os setores das artes e do conhecimento humano. Na música, a mídia nos fala quase que somente de Mozart. Mas existiram outros que também eram compositores e instrumentistas desde cedo, como Chopin, Rachmaninoff, Beethoven, inclusive, o multi talentoso Felix Mendelssohn, que era ator, pintor, nadador, pianista, violinista, compositor etc.

            Entre tantos outros que também começaram como crianças prodígio de que a imprensa não nos transmitiu notícias, nós podemos notar uma similaridade que é o aparente modo de vida comum de uma criança normal que sente falta de levar uma vida como a das outras crianças. Têm todas as carências que as outras têm, ou às vezes até mais. Isso porque é uma alma como as outras que apenas transparece uma vivência em excesso no setor musical que transcende o histórico limitado que seus poucos anos de sua vida encarnada podem ter oferecido. Em vários casos, a vivência na arte em outras vidas pode não ter sido especificamente na música, sendo, portanto, na pintura, arquitetura, escultura, artes literárias, mas o que se torna extraordinário comentar é que possuem, ao longo de centenas de anos, em sua memória, acumulado, arquivado em seu espírito toda essa vivência dentro da arte, formando uma "alma de artista" e, de acordo com uma superior necessidade, insondável para nós que não temos acesso, numa próxima encarnação lhe é direcionada uma atividade específica no ramo da Arte.

            Em muitos casos, são feitos na erraticidade cursos de aperfeiçoamento e direcionamento para a missão artística da encarnação seguinte. E, mesmo depois de encarnada a criança, é constantemente visitada por instrutores que se aproximam dela em sonho, ou mesmo em vigília, e transmitem suas mensagens não verbais, porém musicais, que a capacitam ao grau necessário de musicalidade precoce, se aproveitando inclusive da pouca interação do espírito com o corpo na fase que vai até mais ou menos os sete anos de idade.

            No mês de março, o músico espírita Itajara Dias, responderá sobre a música no centro espírita e a influência espiritual em suas composições.

 

* Compositor, pianista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com mais 30 anos de carreira, tem se apresentado com sucesso em Salas de Concerto do Brasil e exterior. Nascido na cidade do Rio de Janeiro em 25 de março de 1957, iniciou seus estudos de música a partir de quatro anos de idade com acordeom, fazendo várias apresentações, inclusive em rádios locais. Aos nove anos, começou a escrever suas primeiras composições. Até hoje, sendo este compositor criador de aproximadamente 500 composições de estilo erudito. Aos 12 anos iniciou seus estudos de violino e aos 14 decidiu ingressar no Conservatório de Música de Niterói, identificando-se finalmente com o instrumento musical de sua vida: o piano. Graduou-se em Piano pela Faculdade do Conservatório de Música de Niterói. Itajara Dias é também psicólogo, tendo exercido a função durante alguns anos e, após manter as duas atividades intensamente, optou pela música como expressão maior dos seus objetivos.

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