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Artigo do Jornal: Jornal Abril 2019

Sobre o autor

Djalma Santos

Djalma Santos

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Definir o espírito imortal não é uma tarefa fácil, nem mesmo para os cientistas, filósofos ou espiritualistas de grande porte, intelectual ou moral, porque primeiro teríamos que definir a matéria, que é tão sutil quanto o espírito, que em síntese é matéria, só que a ciência atual não consegue identificar o tipo de matéria, que compõe a sua estrutura íntima. Se não fosse matéria não seria nada, mas o fato de não conhecermos formas mais sutis e etéreas de sua apresentação, nos deixa a sensação de impotência, que com o tempo irá se desfazendo, como acontece com o períspirito, do qual já conhecemos muitas de suas propriedades.

               As energias de que é dotado  o espírito imortal, ainda é desconhecida do homem terreno, mas não quer dizer que um dia não possamos conhece-la, porém, enquanto isso não acontece, podemos dizer a título de informação que, o espírito imortal é uma partícula infinitesimal do pensamento divino, ou seja, parte do próprio Deus, senão Jesus não teria afirmado em seu Evangelho: “Vós sois deuses”, e o Apóstolo Paulo, o maior seguidor de Jesus de todos os tempos, afirmou: “Deus habita em vós”, ficando claro que, as potencialidades divinas já se encontram conosco, e que é preciso aflorá-las, através do esforço e trabalho de cada um, na busca da iluminação espiritual.

               O espírito seria também, uma espécie de chispa divina, uma herança do poder de Deus, um raio de sol central doado ao homem pela mente divina. A mente humana é falha quando pretende definir esse viajor da eternidade, que é criado simples e ignorante, com a missão de percorrer os diversos reinos da natureza, até chegar ao homem, sua indumentária mais perfeita no campo da carne. Para entender o espírito imortal, precisamos primeiro entender Deus, porque o espírito é apenas uma gota no oceano infinito, um grão de areia nas ribeiras da eternidade, ou ainda, uma partícula sagrada da chama cósmica; enfim, é a causa da nossa evolução, através das reencarnações sucessivas, das idades e do tempo.

               Na condição de princípio espiritual, percorre os reinos da natureza e chega ao homem, recebendo como prêmio pelo esforço realizado, dois instrumentos de grande porte para sua evolução física e espiritual: O Pensamento Contínuo e o Livre Arbítrio. Com o Pensamento ela vai elaborar e materializar suas ideias, criando juntamente com Deus, e com o Livre Arbítrio, fará escolhas necessárias as suas atividades no campo da carne e do espírito. Quando homem terreno, tiver uma consciência perfeita a respeito do espírito, o seu grau de elevação estará muito avançado, uma vez que, um ser iluminado não poderia ser analisado pelo homem no estágio atual, porque depois de ficar confinado em muitas envolturas da matéria, e ter esperado longas e cansadas idades, afim de adquirir conhecimento e sabedoria, o espírito imortal finalmente, conclui sua missão, ao unir de forma indescritível, sua mente humana com a mente divina.

               O espírito é algo interno no homem que mais se aproxima de Deus, e aflora sempre que entramos em estado de êxtase, ou as vezes em desprendimento sonambúlico, natural ou provocado, ou ainda em estado de letargia ou catalepsia, e quando estamos entregues a profundos pensamentos religiosos. Mesmo os espíritos chamados superiores, que muitas vezes se comunicam conosco, através de médiuns conceituados, não informam nada a respeito da estrutura íntima do espírito imortal, talvez por faltarem palavras no nosso dicionário terrestre, que possam esclarecer com precisão, essa energia formada por partículas da mente, que escapam a análise de qualquer aparelho fabricado pelo homem terrestre.

               O máximo que podemos saber do espírito imortal, é que ele é indestrutível, não pode morrer, e se une a matéria a fim de evoluir incessantemente para Deus, seu criador e pai, de quem jamais poderá se desligar ou ser desligado, mantendo-se em união contínua com a mente divina, sobrevivendo a ação da morte, e permanecendo com sua individualidade intacta, carregando sempre consigo seus méritos e fracassos, no campo da carne e do espírito. Poderíamos ainda dizer, que o espírito imortal é uma exteriorização do pensamento divino, ou seja, um criador em plano menor juntamente com Deus, agregando as energias esparsas do Universo, e construindo as moradas gigantescas que constituem o sistema da imensidade.

               Nos mundos físicos, o espírito imortal necessita de uma indumentária carnal, para executar suas experiências de evolução, enquanto, despido do corpo físico, passa a volitar dentro do centro eletromagnético do seu períspirito, que do outro lado da vida apresenta a forma humana.

               Durante a vida física, o espírito repassa seu pensamento contínuo para os órgãos físicos do corpo humano, que automaticamente executa suas ordens. Depois da morte, comunica-se com os desencarnados do mundo espiritual, através do seu pensamento, de forma direta, e se relaciona com os encarnados, pelos canais oferecidos pela mediunidade, usando para isso um sensitivo que vulgarmente chamamos de médium. O espírito imortal não pode ter contato direto com a matéria, pois sua energia, fluídica e pura, certamente desagregaria a matéria, e é exatamente por isso, que o espírito usa um corpo intermediário, que Alan Kardec chamou de “períspirito”, que depois da morte, passa a ser o novo instrumento de apresentação do espírito nas novas dimensões do espaço infinito.

               O períspirito, que o Apóstolo Paulo chamou de “Corpo espiritual” é o encarregado de transmitir ao corpo somático as ordens do espírito, assim como levar para a entidade espiritual, as sensações sentidas pelo corpo físico, frutos do pensamento, sentimentos, ideais e atividades no campo da carne e do espírito, provocando alegria e felicidade, quando as ações são enobrecidas; e tristeza, melancolia, quando as ações são sórdidas e imprevidentes. O mais importante para nós nesse estágio de nossas vidas, é compreender que a matéria não se perpetua sem a ação do espírito, da mesma forma que o espírito, necessita trabalhar com a matéria, para alcançar seus propósitos de elevação para Deus, sendo necessária, portanto, uma preocupação constante com as duas vertentes da vida, ou seja, a matéria e o espírito.

               Mesmo quando a individualidade, está profundamente mergulhada na matéria mais densa, devido a intemperança mental que muitos professam em suas vidas, ainda assim o espírito, composto de fótons, nunca deixa de ser luz, e só perde o brilho temporariamente, aguardando a modificação de hábitos tendências e pendores, muitas vezes através das dores, sofrimentos e aflições, a fim acompanhar com disciplina, a justiça e a solidariedade, na sequência da vida. Nos dias de hoje, a ciência material, através de pesquisadores, sábios e intelectuais, já sabe da existência de campos de gravitação imateriais, e é justamente nesses campos, que a ação do espírito imortal é mais efetiva, porque se ajusta melhor a matéria fluídica de que é revestido, principalmente quando se trata de individualidades desencarnadas; mas isso não quer dizer que o espírito, livre no espaço infinito, não possa agir sobre a matéria bruta, porque pode e age, desde que possa contar com intermediário ou sensitivo, que chamamos de médium.

               Sabemos ainda que, estudos recentes demonstram que espírito e matéria agem em conjunto, e são complementos de uma mesma realidade, levando-nos a ter a absoluta certeza de que nascimento, vida e morte, são incógnitas de uma mesma equação que chamamos de eternidade. A opção que muitas pessoas fazem, em relação as atividades com o espírito ou com a matéria, corresponde apenas a uma questão de escolhas, de prioridades; não tendo   efetivo no campo da evolução, que se processa com lentidão e disciplina, aguardando sempre o concurso do tempo, e todo o trabalho que desenvolvemos, seja com o espírito ou com a matéria. Esse trabalho tem o seu devido valor, e certamente aflorará em tempo adequado, enobrecendo ou denegrindo o autor, dos atos vivenciados pelo espírito imortal, esse andarilho do infinito de Deus.                                                                                                                        

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