O Suicídio é uma prática tão antiga quanto o homem, e vem de priscas eras, de tempos remotos, quando a humanidade caminhava às escuras, sem conhecimento e sem perspectiva de vida, e ainda assim, milhares de seres humanos buscavam a fuga da vida, através dessa forma antiética de desobedecer a Deus. Naquele tempo o erro era menor, porque havia a atenuante da ignorância das Leis Divinas que regem a vida cósmica, mas nos dias de hoje, o conhecimento a respeito do suicídio e suas consequências é quase integral, não havendo, portanto, desculpas para esse ato impensado difícil de ser reparado.
O número de suicídios que encontramos nas páginas dos jornais, noticiários escritos e falados é impressionante, e perguntamos porque as pessoas se matam com tanta facilidade, principalmente nesta época de dificuldades e incertezas. Causas imediatas como problemas financeiros, casos amorosos, ou de consciência, levam pessoas até mesmo com grau altíssimo de intelectualidade a essa prática nefanda e contrária às Leis Divinas a cometer o suicídio. Suicídio atinge o pobre, o aleijado, o doente, o rico, o belo e o saudável, porque na realidade, o suicida busca uma fuga, muitas vezes de si mesmo, para se livrar de desgostos, contrariedades, de mágoas, de pessoas que detesta, enfim, quer dar um lenitivo às dores, sofrimentos e aflições. Na realidade é um engano fatal, porque uma vez praticado o ato intempestivo, não há volta, e do outro lado da vida, o sofrimento aumenta, e os problemas se tornam maiores, além da decepção de descobrir que continua vivo.
O desconhecimento dos mistérios que envolve a morte é o principal obstáculo do suicida, que do outro lado da vida se sente perdido, sem nenhuma possiblidade de adaptação ao mundo espiritual, caminhando às apalpadelas por locais sombrios e escuros, acompanhado por espíritos do mesmo jaez, ou seja, sofredores do além, que se sentem felizes por chegar mais um, para engrossar as fileiras do chamado “vale dos suicidas”.
Temos certeza que chegará um dia em que os espíritos compreenderão a importância do corpo físico, como sendo um instrumento doado por Deus para exercitarmos experiências terrestres, e que não pode ser descartado pelo espírito que o ocupa, como inquilino temporário. Para nós que somos espíritas, e que já conhecemos as Leis Divinas que regem a vida cósmica, e que estamos familiarizados com a literatura mediúnica, sabemos das dificuldades que o espírito imortal enfrenta depois que atravessa as águas enigmáticas do rio da morte, e temos inúmeros depoimentos de espíritos que provocaram a destruição do corpo físico, na trágica ilusão de que se libertariam para sempre dos seus problemas.
Confessam amargurados, que o portal da morte não se abre para a escuridão vazia do nada; que a vida continua, plena, sorridente e dinâmica, demonstrando que a morte é apenas uma ilusão, uma transição, e que seus portais nos levam ao encontro de uma nova forma de vida e não do aniquilamento. E é aí que aquele que destruiu sua indumentária física voluntariamente chega à dolorosa conclusão que conseguiu apenas agravar seus problemas íntimos, sem, no entanto, se libertar de nenhuma de suas dificuldades, entendendo ainda que terá que voltar em outras reencarnações, muitas vezes em condições penosas, a fim de ressarcir, reparar e corrigir os erros cometidos na retaguarda da vida.
Nos processos de reabilitação do suicida, assistimos o funcionamento da Lei de Ação e Reação, que através da Consciência Imortal do suicida programa uma nova volta, em que o novo corpo físico sofre as consequências da vida anterior pelo suicida, e é assim que: quem deu um tiro no ouvido na busca da morte, renasce com o mecanismo da audição destruído; sem condições de ouvir, muitas vezes uma vida inteira; quem tomou corrosivo ou veneno para antecipar a morte, volta ao corpo de carne com as vísceras deficientes sujeitas a incuráveis mazelas, de difícil cura e difícil diagnóstico.
É importante observar que Deus nos dá os recursos necessários a recuperação, mas o esforço para reparar os delitos é nosso, porque o homem é o único responsável pelo seu destino, um caçador de si mesmo, e procuramos por fora o que já temos por dentro. As dores, mágoas, sofrimentos, aflições, são condições transitórias dos seres humanos no processo de reajuste moral, porque no fundo de si mesmo, o espírito esclarecido sabe até por intuição, a razão de sua dor e se rejubila com ela, porque somente pagando o que deve a sua consciência imortal, poderá dar prosseguimento na sua jornada na direção das estrelas.
Resumindo, o suicídio interfere violentamente no mecanismo das Leis Supremas, agravando os problemas em vez de solucioná-los. O importante na vida é aguardar pacientemente a hora da desencarnação, confiando na bondade de Deus e nos ensinamentos de Jesus, acrescendo ainda que a Doutrina Espírita fornece ensinamentos substanciosos para evitar o suicídio, em que o espírito imortal, ao se voltar contra o próprio corpo físico, esse instrumento doado pelo Criador, para as nossas experiências no campo da carne, se endivida de uma forma cruel, num processo de reparação que pode levar anos e anos, com sofrimentos atrozes para o executor do delito, de difícil reparação.