Preocupamo-nos demasiada e constantemente com o pensamento dos outros sobre nossa pessoa, nosso comportamento, sobre o que nos diz respeito e sobre o que dizem de nós. É tanta preocupação que terminamos perdendo muitas outras ocupações que decerto nos levariam a um sem-número de vitórias, elevando-nos a um ponto onde essas opiniões alheias já não nos incomodariam tanto, não repercutiriam tão danosamente no aproveitamento que deveríamos obter de nosso quase sempre escasso tempo.
Na verdade, nem sempre é fácil deixarmos os hábitos longamente adquiridos, especialmente quando já estamos acomodados ao nosso “estilo de ser”. Mas pelo menos podemos seguir trilhas diferentes e, assim, aproveitar melhor a matriz desses hábitos.
Recentemente ouvi uma pessoa dizer: “Se não temos como deixar de falar da vida alheia, que falemos da vida de Jesus, pelo menos assim não falaremos bobagens”. Achei engraçado e notável o raciocínio, tanto que estou repartindo-o com você. Por ele, fica fácil perceber que uma mudança na forma como o hábito é aplicado pode concorrer para que outras mudanças profundas e fecundas passem a constar de nosso novo “modo de viver”. E é essa nossa proposta neste resumido artigo: vamos ver diferente o que os outros pensam.
De início, procuremos não nos preocupar com o que dizem, criticam ou apontam sobre a gente — ressalvado aí o “sagrado” dever que todos temos de extrair ensinamentos em relação a tudo o que nos envolve. Em vez daquela preocupação, busquemos valorizar o que “outros” dizem. Por exemplo: se alguém diz que seu cabelo está feio, lembre-se do beijo recebido de uma criança ou do comentário amigo: “Você está muito bem!” Se lhe apontam como idiota, sorria, gargalhe, sinta-se idiota (se quiser), mas sobretudo seja um idiota feliz, pois não existe idiotia que resista à felicidade. Logo, de nada adiantará o xingamento, pois idiota você poderá parecer, mas não o será. Resumindo, sejamos inteligentes. Nada de valorizar o que não presta, nada de sublimar o infernal; por gostarmos do melhor e nos sentirmos melhores com o melhor, é o melhor que deve prevalecer em nossas cogitações e considerações, em nossa mente e emoção e não o negativo.
Aceitando essa sugestão fica mais fácil optarmos pelo melhor; se é de ficarmos com o ruim das coisas que nos jogam na cara, busquemos as coisas boas com as quais tantos vultos já nos brindaram.
Imagino que alguém poderá objetar dizendo que analisar o que grandes vultos disseram não é uma forma consentânea com o problema acima tratado, posto que eles não o disseram de forma pessoal e dirigida a nós, mas havemos de convir que é maravilhoso crescermos sabendo como pensar grande e bem. E, para isso, nada como ter por base o que tão bem-dito está.
Assim, quero concluir este artigo trazendo algumas breves reflexões, garantindo que não surrupiarei de você a oportunidade que terá de analisar cada uma, de si para consigo. Não tecerei quaisquer comentários, apenas sugiro que você tente descobrir coisas e situações que, com certeza absoluta, serão mais produtivas para seu dia a dia do que a ruminação de velhas críticas ou de desgastantes aborrecimentos.
Pensemos sobre as citações seguintes, então.
“Eis aqui um teste para verificar se a sua missão na terra está cumprida: se você está vivo, não está”. — Richard Bach;
“Deveríamos estar atentos para não fazer do intelecto nosso Deus”. — Albert Einstein;
“Nem mesmo Deus pode mudar o passado”. — Agathon;
“Os tristes dizem que os ventos gemem, os alegres acham que cantam”. — Zálkind Piatigórsky;
“A idade não protege contra o amor. Mas o amor, em certa medida, protege contra a idade”. — Jeanne Moreau;
“Quanto mais vazio está o coração, mais pesa”. — Amiel-Lapeyre;
“O pior da insegurança é deixar as pessoas de miolo mole e coração duro”. — Luiz Weis;
“Parece-me fácil viver sem ódio, coisa que nunca senti. Mas viver sem amor acho impossível”. — Jorge Luis Borges;
“Uma vida sem amor é como árvores sem flores e sem frutos. E um amor sem beleza é como flores sem perfume. Vida, amor, beleza: eis a minha trindade”. — Gibran Kahlil Gibran;
“O contentamento torna os pobres ricos; o descontentamento torna os ricos pobres”. — Benjamin Franklin;
“O ganancioso tem tanta pressa de ficar rico que nem percebe que a pobreza está chegando”. — Provérbios, 28:22 — Rei Salomão;
“Aprendi a buscar a felicidade limitando meus desejos, ao invés de tentar satisfazê-los”. — Stuart Mill;
“Amar é deixar de comparar”. — Bernard Grasset;
“A única maneira de ter amigos é ser amigo”. — Ralph Waldo Emerson; e
“Você pode fazer mais amigos em dois meses, mostrando interesse autêntico pelas outras pessoas do que conseguiria em dois anos, tentando fazer com que as outras pessoas se interessassem por você”. — Dale Carnegie;
As citações acima foram extraídas de leituras e da internet.
Agora, só mais duas, bastante óbvias, por sinal:
“No mundo passais por aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo”. — Jesus; e
“Quanto mais inteligência tem o homem para compreender um princípio, tanto menos escusável é de o não aplicar a si mesmo. Em verdade vos digo que o homem simples, porém sincero, está mais adiantado no caminho de Deus, do que um que pretenda parecer o que não é”. — Allan Kardec, in.: O Livro dos Espíritos, questão 828-a.