A “Morte” é uma desagregação biológica, imperativa e natural. Ela faz parte do ciclo da vida de todos os seres orgânicos, sem exceção, numa missão ingrata de transportar para o além, todos aqueles que estão agendados por essa “velha senhora”. Essa espada impiedosa despedaça os heróis , proporcionando a todos os humanos, um encontro certeiro com a própria consciência imortal.
Praticamente quase todas as religiões pregam a imortalidade da alma, mas a Doutrina Espírita foi muito além: demonstrou a existência dos espíritos, que vivem em outras faixas vibratórias do Universo de Deus. O homem terreno sempre cultivou , instintivamente, uma crença forte na vida depois da morte e na existência de entidades espirituais. Tem ele também conhecimento de que nossa origem é espiritual, e que o corpo físico, é apenas uma vestimenta utilizada pelo espírito imortal , nas suas andanças, na condição de um viajor da eternidade, um andarilho do infinito, ou um nômade do espaço.
Viemos do mundo espiritual, e para lá, um dia em definitivo, retornaremos. Não sem antes passarmos por sucessivas reencarnações, e estarmos devidamente depurados dos vícios, desejos e paixões. A importância do mundo espiritual é preponderante para nós. O mundo físico até poderia deixar de existir, e seríamos espíritos livres no espaço, sem as ordenações e as leis humanas, elaboradas pelo próprio homem, e que tanto aborrecem a quem neste Planeta Terra reside. Depois da morte, o ser humano conserva sua individualidade e todo o acervo de suas conquistas no campo do cerne e do espírito, nada perdendo absolutamente. Até mesmo sua fisionomia física é preservada , apresentando-se sempre com a forma humana.
Se a morte fosse a destruição do ser humano, os maus teriam uma grande vantagem, pois se livrariam de todo o mal que praticaram. Os bons seriam prejudicados, mas o que acontece é que, ao encontrarmos nossa consciência imortal depois da morte, surge o remorso, corrosivo letal para a mente humana. Enquanto não repararmos nossas faltas diante da vida, sofreremos anos a fio e só mesmo o trabalho de resgate, através de reencarnações sucessivas — muitas delas repetitivas — nas quais aqui voltamos para fazermos as mesmas coisas que antes, buscando sempre a evolução, com vistas ao nosso progresso espiritual.
Na realidade, o homem é o árbitro de sua sorte ou desdita. É o único responsável pelo seu destino, uma espécie de caçador de si mesmo, procurando por fora, o que já possui por dentro.
A benção da reencarnação constituindo um novo corpo físico — geralmente mais aperfeiçoado — e uma nova vida, dará ao aprendiz terreno, condições de descobrir por si mesmo, os caminhos de retorno à santidade Deus. Vencerá se quiser as etapas reencarnatórias com dignidade, acompanhado sempre pelo esquecimento doado por Deus, que permite, possam todos recomeçar em paz, aproveitando para retificar os erros e as ilegalidades que cometeram contra o seu próximo.
A morte não nos transforma nem em santos, nem em sábios, mas sim, nos leva ao encontro da nossa consciência imortal, que certamente nos cobrará pelo que fizemos de errado , não havendo nenhuma chance de escaparmos desse juiz terrível, que já em nosso âmago se encontra. Então, o certo é procedermos com educação enquanto vivos, agindo com ética e sinceridade, convivendo pacificamente com nossos irmãos de luta, começando dentro dos nossos lares, junto à nossa parentela, para então depois passarmos ao nosso trabalho, em outros lugares em que possamos estar.
A conquista do nosso próximo é fatal para o nosso aprendizado e para a nossa felicidade, pois dificilmente seremos felizes, se não estivermos dispostos a fazer felizes os outros.
Quando conseguires plantar nos corações daqueles que te cercam, a alegria e a felicidade, elas te buscarão, onde quer que você esteja, aqui ou no além, a fim de implantar em definitivo, a sua suprema ventura. Do outro lado da vida, teremos outras oportunidades e aventuras. Os romances espirituais estão aí para comprovar. As lindíssimas histórias de personagens, que passaram por todo o tipo de experiência, e no fim saíram vitoriosas de seus destinos, porque acreditaram, trabalharam em benefício próprio , e principalmente em beneficio dos outros. Construíram uma fulgurante aura humana, capaz de atrair espíritos iluminados e sábios, que automaticamente passam a lhes assessorar cotidianamente, ajudando-os nessa missão tão difícil, que é a evolução terrena.
O encontro com os nossos entes queridos depois da morte, depende do nosso merecimento, ou seja, do nosso desempenho no campo terreno, porque se mal procedermos, dificilmente os encontraremos. De modo geral, a natureza em que vivemos, as viciações e os crimes, cegam o espírito. Tudo que inclusive possa ao nosso próximo prejudicar, provocam-nos distúrbios íntimos, que dificultam nossa estada no plano espiritual. Os felizardos do além-túmulo, são aqueles que cumpriram com seus deveres, viveram pacificamente e nenhuma maldade fizeram.
Existem outras perguntas que fazem a respeito do outro lado da vida, com por exemplo: Alimenta-se sem o corpo físico? Qual o vestuário que utilizaremos? Podemos construir casas, jardins, pontes no além? E a resposta é simples: A alimentação é fluídica, e o maior quantum é o oxigênio, mas para os glutões, que aqui na Terra eram viciados em prataraz, o jeito é ainda a alimentação grosseira, idêntica à da Terra, porém, fluídica.
O vestuário é o mesmo que usamos aqui enquanto “vivos”, com raras exceções, e as construções fluídicas só podem ser concretizadas por pedreiros, engenheiros e demais profissionais, que na Terra exerceram essas profissões. A morte é uma estrada deserta, que todos percorrerão, depois de um sono profundo ; continuando a viver......