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Artigo do Jornal: Jornal Abril 2016

Sobre o autor

Cláudio Conti

Cláudio Conti

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   O Perispírito é de grande importância para o espírito pelos mais diversos motivos, a tal ponto de Kardec afirmar, no livro A Gênese, se tratar do produto mais importante do fluido universal. Por este motivo, este tema é fundamental para o entendimento de todos os fenômenos relacionados com a vida do espírito enquanto ligado à um mundo de expiações e provas, tal como o caso da humanidade do planeta Terra.

       O perispírito apresenta particularidades que vão muito além de servir de elo entre o espírito e o corpo físico, algumas conhecidas, mas a grande maioria permanece além do nosso entendimento. Algumas destas particularidades conhecidas serão apresentadas neste texto.

       Kardec estabelece dois extremos, por assim dizer, o espírito em uma extremidade e o corpo físico na outra. São dois polos muito diferentes entre si, em termos de composição e densidade de expressão. A composição química do corpo é até que relativamente conhecida, mesmo à época da elaboração da Codificação Espírita; em contrapartida, a constituição do espírito propriamente dito é inalcançável para a humanidade da Terra. Desta forma, Kardec pressupôs a necessidade de uma ligação, uma forma de contato para que houvesse condições de ação, uma sobre o outro. Na terminologia kardequiana, perispírito engloba tudo que se encontra entre os dois polos citados.

       Devemos ter em mente que no século XIX somente poderia haver comunicação caso houvesse uma estrutura física que ligasse dois pontos. O telégrafo, aparelho que possibilitava a comunicação a grandes distâncias surgiu em meados do século XIX ainda de forma muito localizada e limitada, em decorrência da necessidade da instalação de fios condutores que ligavam os aparelhos telegráficos.

       Com este tipo de comunicação em mente, surge uma forma de interpretar o papel fundamental do perispírito semelhante à conformação encontrada nas camadas da cebola, que se desenvolvem desde a região mais interna deste bulbo, envolvendo e sendo envolvida até aquela mais externa a casca. Nesta configuração percebe-se a necessidade de um contato físico para a comunicação, tal qual o fio do telégrafo.

       No século XX, a comunicação tomou proporções, até então, inimagináveis a comunicação sem fio (wireless, como é conhecido em inglês) dos mais diversos tipos. Os telefones fixos com fio já se tornaram obsoletos há muito, dando lugar para os telefones celulares, possibilitando comunicação instantânea com qualquer parte do globo, onde a mesma tecnologia esteja disponível.

       Sob esta nova ótica, a interpretação do perispírito e, consequentemente, da comunicação mediúnica, necessitam ser revistas. O conceito deve ser o mesmo como apresentado por Kardec, apenas a interpretação estrutural precisa ser revista para melhor entendimento.

       André Luiz (espírito), pela psicografia de Francisco C. Xavier, prevendo esta necessidade, antes mesmo do surgimento da tecnologia sem fio, trouxe uma interpretação diferente, tanto para o perispírito quanto para os processos envolvidos na mediunidade.

       No livro Evolução em Dois Mundos, André Luiz esclarece: “Muitos comunicantes da Vida Espiritual têm afirmado, em diversos países, que o plano imediato à residência dos homens jaz subdivididos em várias esferas. Assim é com efeito, não do ponto de vista do espaço, mas sim sob o prisma de condições, qual ocorre no globo de matéria mais densa, cujo dorso o homem pisa orgulhosamente”.

       O "plano imediato à residência dos homens” serve de morada para o espírito desencarnado, assim, pode-se compreender que o corpo não é uma espécie de revestimento do perispírito, mas matéria em outra condição de existência que, por serem diferentes, pode coexistir no mesmo espaço sem haver interação direta, tal interação ocorrerá apenas nos denominados fenômenos mediúnicos.

       O corpo perispiritual composto por um conjunto de corpos em cada condição de existência, desde a mais sutil até a materialidade da Terra, mantém um constante fluxo de comunicação que não ocorre por vias físicas, tal qual o fio do telefone convencional, mas por processos outros que podem ser comparados à comunicação sem fio (wireless), utilizando a comparação com o que se encontra disponível hoje à humanidade encarnada. Pode-se supor que estas vias de comunicação sejam realizadas por processos energéticos.

       Similarmente, o desencarnado que deseja se comunicar através de um médium irá utilizar de uma via semelhante ao exposto. A diferença principal é que, nos casos dos encarnados, estas vias estão em ação ininterrupta, enquanto que, nos fenômenos mediúnicos, estas vias se estabelecem e se mantém apenas durante o intervalo de tempo necessário para a comunicação.

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