
Da equipe do Programa Debate na Rio da Rádio Rio de Janeiro
No nosso projeto de reencarnação, normalmente programamos, com o auxílio dos instrutores espirituais especializados no assunto, o nosso conjunto de experiências visando nosso amadurecimento moral, expiações do passado, reeducação perante a lei de causa e efeito e também provas para que venhamos verificar nosso grau de aperfeiçoamento. E qual ocorre com a situação da viagem narrada acima, pode o espírito reencarnado desviar seu rumo, responsabilizando-se assim, pelo ônus ou bônus das consequências que esta mudança acarretará.
CASO MARINA, JORGE E ZILDA
Para ilustrar nossos comentários, vamos relatar caso narrado no livro Ação e Reação, no capítulo intitulado “Débito Agravado” ditado pelo espírito André Luiz, psicografia de Chico Xavier, publicado pela FEB. Silas, André Luiz e Hilário acompanham o caso de Marina, Jorge e Zilda, todos tutelados da casa Mansão da Paz. No quadro atual Marina é surpreendida na tentativa de suicídio, ao lado de sua filhinha em condições infelizes e o marido Jorge encontrava-se com hanseníase internado em hospital adequado.
Voltemos ao passado destes personagens, para podermos compreender melhor a situação. Em reencarnação pretérita, Zilda e Jorge eram casados quando Marina se interpõe entre os dois levando-os a deploráveis leviandades regressando ao plano espiritual em lastimáveis condições. Depois de algum tempo e com a intercessão de muitos amigos espirituais, reencarnam no mesmo quadro social para equipar perante a Lei de Ação e Reação através de trabalho regenerativo. Marina a primogênita recebeu a incumbência de tutelar Zilda como sua irmãzinha e assim o fez com o calor fraternal de seu carinho.
Entretanto, segundo o programa de serviço traçado antes da reencarnação, a jovem Zilda reencontraria Jorge e reatariam instintivamente, os elos afetivos do passado, noivando-se. Marina, porém, não corresponde às promessas feitas na erraticidade onde lhe caberia amar Jorge, porém no silêncio da renúncia em prol da irmã. Longe disso tomada de intensa paixão, passa a maquinar projetos para retomar o amor do passado. Jorge inconscientemente dominado transfere o amor de Zilda à simpatia por Marina. Dedicam-se ambos a encontros secretos e faltando apenas duas semanas para o casamento com Zilda, Jorge confessa o amor por Marina. Zilda não se revolta, porém, na mesma noite toma dose de formicida extinguindo a existência física.
Livres Marina e Jorge casam-se e dois anos depois recebem por filha a companheira Zilda (suicida), surda-muda e dementada em consequência dos prejuízos causados a seu perispírito em decorrência do ato nefasto. Os pais amam a filhinha infeliz com extremados desvelos de compaixão e carinho e a vida dos três seguia regularmente com as lutas do cotidiano até que Jorge fora apartado para tratamento em leprosário. Narra André Luiz que desde então, diante do quadro, o marido doente e a filhinha infeliz, Marina, em seu débito agravado, padece o abatimento, martelada igualmente pela tentação do suicídio. É neste momento que através das preces de sua genitora desencarnada, recebe o amparo para desistir do suicídio e seguir diante das lutas.
Entretanto como a lei é de amor, e Deus está sempre amparando seus filhos seja qual for sua condição moral, enviava àquela família os colaboradores do plano espiritual para que Marina se recuperasse e animasse. Explica ainda André Luiz que o problema era doloroso do ponto de vista humano, contudo encerrava precioso ensinamento da Justiça Divina.
Verificamos neste caso, que a providência divina não interferiu no livre-arbítrio dos envolvidos. Ao assumirem novos rumos em suas vidas, diferente daquilo que tinham previamente programado, contraíram novos destinos, e dentro do mesmo ciclo de reencarnação, permitiu Deus que tivessem nova oportunidade para amenizar o débito agravado. Precisavam estes personagens, passar por toda esta experiência como forma de aprendizado para o desenvolvimento do senso moral. Neste caso aprenderão da forma mais dura, difícil, pois tinham uma possibilidade inicial mais amena, de pelo amor se reeducar perante a Lei.
Verifica-se que assumiram uma prova mais dura do que realmente poderiam suportar, sucumbindo assim diante das tentações. Entretanto, em nenhum momento estiveram desamparados pela providência divina.