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Artigo do Jornal: Jornal Dezembro 2014

Sobre o autor

Cláudio Conti

Cláudio Conti

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Apresentamos anteriormente, no jornal Correio Espírita, no texto Povoamento da Terra, em novembro de 2014, que os autores do artigo intitulado First of Our Kind (O Primeiro de Nossa Espécie), publicado na revista Scientific American, em abril de 2012, afirmaram que os "paleontologistas precisarão repensar completamente onde, quando e como a espécie Homo começou e o que significaria ser humano".

Desta forma, analisar as repostas dos espíritos para as questões relativas ao tema da diversidade das raças humanas comparando ou se baseando no conhecimento científico atual seria impossível, pois se os especialistas no assunto não chegaram a uma conclusão sobre o aparecimento da espécie humana na Terra, que dirá o leigo.

Portanto, nos basearemos exclusivamente nas respostas apresentadas pelos espíritos para as perguntas de Kardec.

Na pergunta de número 52 d’O Livro dos Espíritos há referência tanto aos costumes quanto à moral sobre as diferentes raças humanas. Contudo, na resposta apresentada encontra-se o exemplo de que dois irmãos criados separadamente “em nada se assemelharão, quanto ao moral”.

Este ponto requer uma análise mais cuidadosa, pois comumente se considera, no meio espírita, por “moral” as aquisições do espírito e que se mantém independentemente da encarnação, podendo se aprimorar dependendo da criação e escolhas durante a temporada terrena, porém nunca retroagir neste componente. Portanto, dois espíritos com moral iguais não deveriam variar tanto a ponto de se dizer que não apresentariam nenhuma semelhança, mesmo sendo criados em diferentes costumes.

Assim, na questão 52 é preciso entender “moral” sob outra conotação. O dicionário Aurélio “on line” apresenta algumas interpretações que, na conceituação comum, versam sobre regras e diretrizes elaboradas segundo a ótica humana e, por isso, dependerá dos costumes e épocas. Esta abordagem é diferente no sentido empregado para interpretar a evolução do espírito, no qual “moral” estaria relacionado com a expectativa Divina para Seus filhos.

Podemos, desta forma, entender a questão 52 combinada com a questão 53:

52. Donde provêm as diferenças físicas e morais que distinguem as raças humanas na Terra?

“Do clima, da vida e dos costumes. Dá-se aí o que se dá com dois filhos de uma mesma mãe que, educados longe um do outro e de modos diferentes, em nada se assemelharão, quanto ao moral.”

53. O homem surgiu em muitos pontos do globo?

“Sim e em épocas várias, o que também constitui uma das causas da diversidade das raças. Depois, dispersando-se os homens por climas diversos e aliando-se os de uma aos de outras raças, novos tipos se formaram.”

Em decorrência do fato de que a espécie humana surgiu em vários pontos do planeta sob diferentes condições de clima, geologia e vegetação, além da diversidade de animais presentes, as suas características corporais deveriam estar adaptadas para as regiões em que se desenvolveriam. Estas diferenças corporais foram interpretadas como diferentes raças, porém, todas pertencentes a uma só espécie: a humana.

No início do processo de surgimento da espécie humana no planeta pode até ter sido estipulado pelos responsáveis pelo gerenciamento da Terra, discutido no artigo Formação dos Seres Vivos, publicado no jornal Correio Espírita em outubro de 2014, que as condições em que os diferentes grupos de espírito habitariam dependeria de seus estágios evolutivos. Contudo, como a Doutrina Espírita nos esclarece sobre os comprometimentos do espírito e os meios de depuração em variadas existências, a distinção em raças sob este prisma, se é que houve, não mais seria válido, pois, após todo este tempo, seria decorrente das necessidades evolutivas de cada espírito na sua longa caminhada.

A Terra é um planeta com uma grande diversidade ambiental, indo desde áreas gélidas até desertos escaldantes. Portanto, pode-se supor que é um planeta com condições de fornecer variada gama de experiências materiais para seus habitantes espirituais. Delineada para servir de morada a espíritos na condição de expiações e provas, isto é, espíritos teimosos, as diferentes dificuldades para a sobrevivência material serviria para o desenvolvimento do intelecto humano visando, obviamente, o entendimento da necessidade da elevação espiritual, rumo a compreensão de ser cocriador com Deus. Nas questões 780 e 780a d’ O Livro dos Espíritos fica clara esta necessidade:

780. O progresso moral acompanha sempre o progresso intelectual?

“Decorre deste, mas nem sempre o segue imediatamente.”

a) - Como pode o progresso intelectual engendrar o progresso moral?

“Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos.”

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