
Conforme afirmou Jesus, "nenhuma ovelha de meu Pai se perderá", aliado à infinita bondade do Criador, que permite que seus filhos disponham do livre-arbítrio como forma de aprendizado, a lógica diz que deverá haver grande variedade nas estruturas materiais que servirão de morada aos espíritos cujas necessidades variam ao infinito.
Analisando apenas o Sistema Solar do qual o planeta Terra é orbe integrante, constata-se a diversidade de estruturas e composição química; uns são terrestres enquanto outros são gasosos; uns tem água enquanto outros não. Assim sendo, podemos perceber que o tipo de manifestação do espírito na condição de encarnado também deverá variar em conformidade com as condições que os diversos globos planetários oferecem.
Considerando que as estrelas e planetas não são formados um a um, tal qual se procede com massa de modelar, mas obedecendo às leis gerais do Universo conhecido, que, por sua vez, estabelecem a diversidade, podemos então concluir que o tipo de corpo físico em que os espíritos se manifestarão num planeta deverá ser elaborado após a estabilização do sistema que forma o planeta em si e o sistema solar como um todo, após seus elementos constitutivos estarem bem estabelecidos.
Em outras palavras, as leis que regem a matéria do nosso Universo conhecido permite que haja uma gama de tipos de planetas diferentes, consequentemente, haverá uma gama equivalente de tipos de vida material que podem existir, ao menos em teoria. Portanto, não haveria condições de se determinar como ser formariam os corpos orgânicos durante as revoluções pelos quais os planetas passam durante o período inicial de sua formação e, somente após esta etapa é que se torna possível dar início ao planejamento, ou ao desenvolvimento, da estrutura material que consistirá o corpo de expressão do espírito encarnado.
Desta forma, podemos compreender os dois primeiros capítulos do livro A Caminho da Luz, ditado pelo espírito Emmanuel, sob a psicografia de Francisco C. Xavier. Neste livro, Emmanuel, muito claramente, apresenta Jesus como o divino escultor das formas que serviriam de ferramenta para os espíritos que encarnariam no planeta Terra especificamente.
As formas orgânicas, portanto, não estariam predeterminadas para cada globo, mas seriam decorrentes de processos de verificação das possibilidades e determinação da ou das opções mais viáveis, passando por um período de estudo e testes até a definição daquela mais adequada. Por conseguinte, devemos a um grupo de espíritos sob a orientação e comando de Jesus a elaboração do corpo físico como o conhecemos.
Ainda sob o princípio de que "O Criador atende à criatura por intermédio das próprias criaturas..." , como apresentado no artigo Formação dos Mundos, publicado no Jornal Correio Espírita em agosto de 2014, verifica-se a natureza do processo de Criação das estruturas materiais por parte de Deus, que delega aos seus filhos mais adiantados a possibilidade de evolução dos irmãos menores. Assim, da mesma forma que as leis físicas e químicas são desenvolvidas por Seus prepostos na co-criação de universos, as leis da genética são similarrmente elaboradas, sendo específicas para cada orbe em conformidade com os espíritos que ali habitarão.
O desenvolvimento da genética teve início ainda nos seres unicelulares que, com o passar do tempo, foram se associando e estabelecendo o sistema de comunicação entre si. Antes disso, porém, foi necessário considerar todo o processo de nutrição e reprodução celular para que a vida orgânica pudesse ser mantida.
Após esta etapa, as colônias celulares foram se formando, para depois, em agrupamentos maiores, constituírem sistemas complexos, necessários para o estilo de vida orgânica elevada para servirem aos espíritos mais adiantados.
Ainda segundo Emmanuel, foram precisos milhares de anos aos "operários de Jesus", como ele denomina, para a elaboração paciente das formas.
Não podemos negar que as "formas" foram decorrentes de uma "elaboração paciente", pois quem de nós pode imaginar uma tarefa que demore milhares de anos para ser cumprida? Apenas os mais elevados; eles podem vislumbrar uma atividade de tão longa duração, pois são capazes de compreender o tempo infinito, no qual milhares de anos correspondem apenas a uma fração ínfima.
Com o estabelecimento das leis da genética e da estrutura das formas, os espíritos que aqui habitariam formaram seu corpo físico obedecendo a essas leis. São, contudo, os responsáveis pela sua estruturação, que inicia no momento da fecundação do óvulo e termina no desencarne, no processo que o espírito André Luiz denominou, no livro Evolução em Dois Mundos, de co-criação em plano menor.