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Artigo do Jornal: Jornal Novembro 2013
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     A pressão alta, cientificamente denominada de hipertensão arterial, é uma doença crônica, causada por elevados níveis de pressão sanguínea nos vasos arteriais, igual ou superior a 140 por 90 mm de Hg, popularmente conhecido como 14 por 9 (a medida deve ser realizada depois de um período de repouso de 5 a 10 minutos num ambiente tranquilo, devendo ser aferida a pressão em momentos diferentes, desde que há a possibilidade de um episódio de estresse passageiro ou de alimentação no dia com sobrecarga de sal poder aumentar os picos tensionais). O ideal é que o valor seja 12 por 8 para a população em geral, mas os idosos têm uma referência mais elevada, em torno de 13,5 por 8,5 mmHg. A doença incide em mais de 20% da população brasileira e metade das pessoas acima dos 65 anos sofre do mal. Os fatores de risco para o desenvolvimento da doença são: história familiar, idade, obesidade, diabetes, sedentarismo, tabagismo, etilismo e alimentação muito salgada. A hipertensão arterial responde por 80% dos derrames cerebrais, 40% dos infartos do miocárdio e de insuficiência cardíaca e 25% dos casos de insuficiência renal terminal, necessitando o paciente de diálise. Daí ser importante o tratamento precoce da doença.

     Segundo a sua fisiopatologia, a hipertensão é classificada em dois tipos. O primeiro, a hipertensão arterial primária (essencial ou idiopática) não se identifica a sua causa (cerca de 90 a 95% dos casos). Os restantes cinco a dez por cento correspondem ao segundo tipo, a hipertensão arterial secundária, que é provocada por outros transtornos que afetam os rins, as artérias, o sistema endócrino ou ainda por consequência de alguma droga.

     Segundo a Organização Mundial de Saúde, 9,4 milhões de óbitos são catalogados por ano no mundo, estimando-se que a média de ocorrência da doença anual é de uma para três pessoas com 25 anos de vida ou mais, envolvendo aproximadamente um bilhão de pessoas no mundo. A incidência da hipertensão arterial é muito elevada nos países africanos (46% dos adultos), com prevalência maior nas pessoas de baixa renda em todo o mundo. Estima-se que, no Brasil, existam em torno de 30 milhões de hipertensos.

     Trata-se de uma doença muito perigosa, muito traiçoeira, porquanto os sintomas praticamente só se apresentam nas complicações do processo hipertensivo, com lesões afetando o coração, os rins, o cérebro, a retina ou a circulação em geral, com ação perniciosa nas artérias, acarretando, inclusive, a impotência sexual. A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para a ocorrência, além do acidente vascular cerebral e do enfarte agudo do miocárdio, do aneurisma arterial (por exemplo, aneurisma da aorta), doença arterial periférica, podendo levar à amputação de membros, além de ser uma das causas de insuficiência renal crônica. Em relação ao cérebro, a hipertensão pode causar ruptura dos vasos (AVC hemorrágico) ou entupimento dos mesmos, devido à deterioração das artérias terminais, interrompendo o fluxo sanguíneo (AVC isquêmico). O coração, devido a níveis altos de pressão, sem tratamento, decorrente da grande resistência proporcionada pela circulação periférica, faz um esforço maior para bombear o sangue, tornando-se musculoso, dilatado, não podendo impulsionar o sangue de forma satisfatória (insuficiência cardíaca), chegando até mesmo à falência total. As artérias coronárias que irrigam o órgão se entopem por estarem submetidas ao processo de grande pressão sanguínea e, então, surge o temível enfarto do miocárdio. Em relação aos olhos, há perda progressiva da visão por ruptura paulatina dos vasos finos e delicados da retina.

     O paciente tem que mudar o seu estilo de vida radicalmente, fazendo uso de dieta com pouco nível de sódio, sabendo inclusive que muitos alimentos são adquiridos, contendo naturalmente o sal em sua composição. Importante é abandonar o péssimo hábito de salgar a comida à mesa. Igualmente, deixar de fumar já que o cigarro por si só já aumenta a pressão arterial e entope os vasos. A associação da doença com o cigarro é muito perigosa. Urge combater o sedentarismo, praticando esportes ou fazendo caminhadas diárias. Necessária é uma boa noite de sono, evitando as bebidas cafeinadas a partir da tarde. Em caso de sobrepeso e obesidade, indispensável o acompanhamento com especialistas na área da endocrinologia e nutrição, porquanto o excesso de massa corporal predispõe à hipertensão, respondendo com cerca de 20 a 30% dos casos. Sabe-se que a perda de peso acarreta a redução dos níveis de pressão arterial. Imprescindível também a consulta médica para o tratamento medicamentoso da hipertensão arterial, atualmente com abundância de eficazes substâncias terapêuticas no mercado farmacêutico, embora haja muita falta de adesão ao tratamento devido à ausência ostensiva de sintomas (alguns pacientes se queixam de cefaleia, tonturas e sofrem de epistaxe). O tratamento tem que ser realizado por toda a vida, não podendo ser suspenso de forma alguma. Deve-se evitar o consumo elevado de bebidas alcoólicas (no máximo uma latinha de cerveja, ½ copo de vinho ou uma dose de uísque por dia), como igualmente se esquivar o máximo que puder do estresse (há liberação de adrenalina, acarretando vasoconstrição), participando, por exemplo, de grupos de oração e meditação, pois momentos de reflexão e de fé, associados ao recolhimento e relaxamento, são medidas eficazes para evitar complicações do processo tensional como o acometimento da doença cardiovascular. Como é importante, então, a frequência ao Centro Espírita, participando de seus trabalhos doutrinários e comunitários.

     A Medicina enfatiza a consideração dos cuidados a serem observados para se ter uma vida saudável, informando o que fazer para proteger o corpo e de se proteger contra os fatores de risco que influenciam o coração e o sistema circulatório, facilitando o aparecimento das doenças cardíacas e dos acidentes vásculo-cerebrais. É importante frisar que o aumento da pressão sanguínea arterial, sem o devido tratamento, está associado à redução da vida do seu portador.

     O corpo físico é o instrumento passivo da alma. O homem tem o dever de velar pela conservação do seu corpo. A exteriorização das faculdades do Espírito depende de um organismo sadio. O indivíduo que não se cuida adequadamente, com desfavorável estilo de vida, dominado pelos vícios e excessos de toda ordem, terá o seu corpo somático acometido de intensos desgastes. Baruch Spinoza, filósofo holandês (1632/1677), na obra Deus falando com você, diz o seguinte: “Para de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja? Tu te sentes grato? Demonstra-o cuidando de ti, da tua saúde, das tuas relações, do mundo”. O comprometimento de órgãos essenciais acarreta a falta de retenção do fluido vital e com a morte antecipada do corpo ocorre o lento e difícil desprendimento da alma, processo conhecido como suicídio indireto ou inconsciente. Segundo a D.E., só mediante práticas suicidas (conscientes e inconscientes) é possível partir deste mundo antes do momento certo, já que o gênero e a hora do desenlace fazem parte da programação da reencarnação.

     O Espiritismo afirma que “no que concerne à morte é que o homem se acha submetido, em absoluto, à inexorável lei da fatalidade, por isso que não pode escapar à sentença que lhe marca o termo da existência, nem ao gênero de morte que haja de cortar a esta o fio” (Q. 872 de “OLE”) e “fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é. Chegado esse momento, de uma forma ou doutra, a ele não podeis furtar-vos” (Q.853 de “OLE”). “A fatalidade, verdadeiramente, só existe quanto ao momento em que deveis aparecer e desaparecer deste mundo” (Q.859 de “OLE”).

     Portanto, diante de uma doença tão perigosa e maléfica, que pode levar o indivíduo à desencarnação precoce, é importante que a adesão ao tratamento seja bem considerada e respeitada. Enquanto o paciente fizer uso da medicação específica e seguir as recomendações médicas, a pressão arterial se manterá normal. Ignorando a prescrição médica ou esquecendo-se de tomar o bendito remédio, como igualmente não adotando um novo estilo de vida, o portador da hipertensão será responsável pelos problemas físicos que surgirão e, após o decesso físico, se defrontará com as agruras de uma desencarnação antecipada, retornando à dimensão extrafísica, no veículo da imortalidade, como um mendigo espiritual, necessitando de muito amparo e proteção.

     Como é importante o conhecimento espiritual atuante e verdadeiro dispensado pelo Espiritismo, cada vez mais fortalecendo o viajor terrestre diante das provas e expiações necessárias ao seu despertamento diante da Eternidade. A doença hipertensiva proporciona a oportunidade do crescimento espiritual, através do aprendizado de inúmeras virtudes, em especial a paciência e a resignação, diante da mudança radical do estilo de vida, comprometendo-se a seguir com disciplina as recomendações e prescrições médicas, principalmente na alimentação frugal e com pouco sal, na prática de exercícios, no abandono do tabagismo e do consumo parcimonioso do álcool e do café.

     De fato, o Consolador prometido está realmente conosco sob a égide do excelso e amado Jesus, o qual prometera não nos deixar órfãos e nos deixou o sublime ensinamento que todos seríamos contemplados pelo conhecimento da verdade que liberta. Essa profecia já está em plena execução desde o retorno glorioso do Cristo, gerenciando a Terceira Revelação à Humanidade, tendo, como ilustre assistente, uma entidade muito elevada, muito especial, reencarnada, em solo francês, em 1804, sob o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, o nosso sempre estimado e reconhecido Allan Kardec.

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